Continua após publicidade

Como demitir um funcionário que todos gostam

Alguns profissionais ajudam a manter o clima leve da equipe, mas não entregam o resultado esperado. Saiba como desligá-los

Por Lygia Haydée
Atualizado em 23 dez 2019, 17h41 - Publicado em 25 jul 2017, 17h00
  • Seguir materia Seguindo materia
  • Imagine que você seja gestor de uma área e passe pela seguinte situação: um funcionário vem prejudicando o restante do time por não atingir os resultados esperados e não cumprir prazos. Além disso, no dia a dia é uma pessoa grosseira, que reclama de tudo. Outro colaborador também está prejudicando as entregas, mas é simpático e querido por todos. Após uma avaliação em conjunto com o RH, chegou-se à conclusão de que ambos devem ser desligados e caberá a você comunicá-los da decisão. Qual das duas conversas gera mais angústia? A maior parte das pessoas tende a responder que é a referente à demissão do segundo funcionário.

    Demitir alguém é uma tarefa desafiadora. E esse nível de complexida­de é maior se o colaborador a ser cortado desenvolveu vínculos de amizade com a equipe. “Somos seres emocionais, e o fato de a pessoa em questão despertar emoções positivas eleva o grau de dificuldade da decisão”, afirma Gislene Isquierdo, psicóloga e coach, de Londrina, no Paraná. “Como há uma tendência de priorizarmos o relacionamento interpessoal em detrimento do desempenho, sobretudo quando o profissional exerce influência positiva no clima de trabalho, criam-se barreiras para a demissão”, diz Angélica Guidoni, sócia da Trajeto RH, consultoria de RH de São Paulo.

    Para não perder a objetividade, os especialistas recomendam que a decisão do desligamento seja uma construção, derivada da comparação entre as expectativas de resultados para a função e a evolução do colaborador num determinado intervalo de tempo.

    As sessões formais de feedback, com perguntas prévias de autoavaliação, ajudam a mensurar a distância entre a percepção do profissional e sua real entrega. Caso não haja uma mudança no prazo estabelecido nessas conversas, a consequência deve ser a demissão, mesmo que o subordinado seja agradável e fácil de lidar.

    Na hora dessa difícil conversa, aliás, a orientação é resgatar os feedbacks anteriores, pontuando que os resultados não melhoraram conforme o esperado. “Mostre os fatos. Isso ajuda a focar o lado racional e a manter a emoção à parte, facilitando o processo”, diz Gislene.

    Continua após a publicidade

    Um dos pontos mais críticos para o gestor incumbido da tarefa de cortar um empregado “gente boa” é o impacto que isso pode provocar no clima e nos colegas, com os quais ele provavelmente tem laços de afeto.

    Mais uma vez, a orientação é apostar na transparência, deixando claro que, apesar das muitas qualidades, o colega não vinha atingindo suas metas e prejudicava o time. “O fato de um profissional querido não estar entregando resultados facilita a decisão e faz com que o processo de desligamento seja mais bem-aceito”, afirma Rubens Prata, CEO da Stato, consultoria em movimentação de talentos, de São Paulo.

    Lidar com a sensação de culpa, entretanto, pode ser inevitável — principalmente se o chefe tiver uma relação próxima com o subordinado. “Lembre-se de que o mau desempenho é dele. Se a pessoa não melhorou mesmo com todas as chances e dicas, não se enquadra na função. E o que se espera do gestor nessa hora é representar a organização, e não fazer o papel de amigo. Principalmente porque ele também será responsabilizado se as entregas não acontecerem”, diz Leticia Menegon, professora de gestão estratégica de pessoas da FGV-Eaesp, de São Paulo.

    Continua após a publicidade

    Nesta reportagem, você encontra uma série de dicas para conduzir da melhor forma o desligamento de um funcionário gente boa. Afinal, o fim da relação profissional não precisa ser o ponto final de uma bela amizade.

    Corte sem sofrimento

    Publicidade
    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    A economia está mudando. O tempo todo.

    10 grandes marcas em uma única assinatura digital

    BLACK
    FRIDAY

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo
    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de R$ 2,00/semana*

    ou

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.