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O que 7 CEOS de multinacionais ensinariam sobre liderança na crise

Executivos que lideram gigantes como Rappi, Schneider Electric, SAS , CI&T, Adobe, Avaya e Atos, compartilham aprendizados e lições de liderança

Por Camila Pati
Atualizado em 16 dez 2020, 15h25 - Publicado em 18 jun 2020, 12h39
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  • São Paulo- Transparência na comunicação e esforço contínuo de manutenção da proximidade em tempos de interação virtual são um mantra para líderes em tempos de trabalho remoto.

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    O cenário de crise sanitária e econômica desafia o foco e exige clareza nas atitudes e resposta ágil dos negócios, segundo presidentes de empresas multinacionais.

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    Com a VOCÊ S/A, os executivos que lideram gigantes como  Rappi, Schneider Electric, SAS , CI&T, Adobe, Avaya e Atos, toparam dividir aprendizados e lições de liderança em um momento tão complexo como o atual.

     Sérgio Saraiva, CEO da Rappi

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    Sergio Saraiva CEO da Rappi (Rappi/Divulgação)

    O CEO da Rappi organiza reuniões regulares com a equipe. Ao liderar uma das empresas que aceleraram o ritmo com a pandemia, Sergio diz que leva em conta medos e expectativas dos funcionários e tenta trazer respostas possíveis para eles. Também acompanha de perto o gerenciamento dos indicadores de desempenho e fazendo ajustes necessários.

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    “Ser líder é – antes de tudo – se conhecer e se reconhecer como parte do todo. Como presidente de uma empresa centrada no cliente que está altamente inserida nesse cenário da pandemia e trabalhando em ritmo intenso, tenho buscado ser cuidadoso na minha atuação, ou seja: estar próximo dos times, mesmo a distância”.

    Líderes devem reforçar o propósito da empresa com suas atitudes e ele cita exemplos de ações da empresa que reforçam e ampliam a sua missão de ajudar as pessoas em suas rotinas de forma mais ampla.

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    “Isso traduz não só nas decisões de negócios, antecipando as possíveis demandas dos clientes, mas também em fomento de projetos reais para a sociedade.  Temos colocado em prática na Rappi doação de alimentos, projetos de educação dos mais velhos no uso do app, botões de doação e de combate à violência doméstica, entre outros.”

    Cassio Pantaleoni, presidente do SAS Brasil

    Cassio Pantaleoni , CEO da SAS Brasil
    Cassio Pantaleoni , CEO da SAS Brasil (SAS Brasil/Divulgação)

    O momento de pandemia exige lucidez dos líderes, diz o presidente do SAS Brasil. “Primeiramente, é preciso entender que tudo acontece e acontecerá através das pessoas. Garantir a segurança e o bem-estar é imperativo”, diz o executivo.

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    O segundo aspecto é o gerenciamento das expectativas por meio de uma comunicação clara, transparente e contínua com a equipe:

    “No SAS, desde o primeiro dia do home office, faço questão de enviar diariamente um e-mail a todo o time, intitulado ‘Diário de Bordo’, em que reúno informações básicas do nosso desempenho e comunico acontecimentos internos, além de sugerir dicas de livros, artigos sérios sobre a pandemia, desafios, etc”, diz Cassio.

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    Tempo é um recurso valioso. “Cabe ao líder agir rapidamente, de maneira sempre positiva, e sempre apoiado por elaborações colaborativas: o grupo precisa se sentir incluído no processo.”

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    Cesar Gon, CEO e cofundador da CI&T

    Cesar Gon, CEO da CI&T
    (foto/Divulgação)

    O executivo cita três boas práticas de liderança:

    “Respire fundo e comunique com clareza a situação atual e sua principal prioridade, que é a saúde dos seus colaboradores e das suas famílias”.

    Sinceridade ao assumir que não há respostas prontas é o segundo passo. “Diga que os caminhos precisam ser construídos, cocriados de forma criativa, colaborativa e solidária”, diz.

    Atitude positiva voltada para aprendizados e para o futuro é a terceira dica de Cesar a quem têm o privilégio e a responsabilidade de exercer a liderança:

    “São nos momentos de escassez que se aprende de fato a ser um líder mais humano e conectado com o futuro.”

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    Federico Grosso, gerente geral da Adobe Latam 

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    Federico Grosso, gerente geral da Adobe (Adobe/Divulgação)

    Por mais contraditório que pareça, diz o executivo, em tempos de isolamento social a palavra-chave da liderança é a presença.

    “É preciso, sim, compensar a distância física, tanto com o público interno (colaboradores) quanto o externo (clientes e parceiros). Toda essa comunidade de profissionais que trabalham juntos, perseguindo um mesmo objetivo, deve se manter conectada.”

    O executivo sugere aos líderes que criem uma rotina de encontros virtuais com a equipe. “O importante é criar o hábito, preservar o elo, alimentar a conexão. Assim, com presença, o líder entende como os integrantes da equipe estão se sentindo – algo que era percebido quase de forma instintiva no escritório”, diz.

    O mesmo procedimento é válido para a comunicação com o público externo. “Os encontros periódicos, mesmo que realizados virtualmente, estreitam e fortalecem o relacionamento”.

    Marcio Rodrigues, presidente da Avaya Brasil

    Avaya Brasil Marcio Rodrigues
    (Avaya/Divulgação)

    Ainda que a política de home office não fosse novidade na Avaya Brasil, liderar um time 100% remoto não deixa de ser desafiador, diz o presidente da empresa.

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    “Porém, com disciplina e criatividade, temos conseguido superar os obstáculos… Tenho reuniões diárias com meus reports diretos e, pelo menos uma vez por semana, com toda a liderança do Brasil”.

    Esse acompanhamento é fundamental para monitorar o andamento dos negócios e o clima entre a equipe e definir as ações de engajamento. “Criamos um plano com atividades semanais para reunir todos os colaboradores de forma on-line, seja em um happy hour virtual ou uma aula de alongamento. A repercussão tem sido superpositiva”, diz.

    Não existe fórmula de sucesso mas o êxito passa obrigatoriamente pela presença. “Estamos todos aprendendo com esta nova situação, mas o que não deixo de fazer é tentar manter, mesmo que de forma virtual, uma proximidade e abertura com todos”, diz.

    Marcos Matias, presidente da Schneider Electric no Brasil 

    Marcos Matias
    Marcos Matias CEO da Schneider Electric (Schneider Electric/Divulgação)

    Otimista mesmo em momentos de crise, Marcos tem olhado com cuidado para o avanço nas interações humanas mediadas pela tecnologia. O executivo compartilha duas dicas de liderança que considera válidas no mundo pós-pandemia: confiança e valorização da diversidade.

    “Estamos distantes fisicamente e ‘não estar ao alcance dos olhos’, em um primeiro momento, traz estranheza e desconfiança. Quase três meses seguidos de home office depois, fica claro: precisamos confiar, cada vez mais, uns nos outros”.

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    De partida, diz o executivo, ele confia e suas ações elevam o grau de confiança da equipe na sua tomada de decisão. No campo da diversidade uma das grandes conquistas da sua gestão, Marcos cita a queda definitiva dos vieses estimulados por questões físicas.

    “Estando longe, fica óbvio que a roupa não importa, que o gênero não importa, que características sem impacto na performance e na energia dedicada ao trabalho não importam”, diz.

    Nelson Campelo, CEO da Atos para a América do Sul 

    Nelson Campelo CEO da Atos
    Nelson Campelo CEO da Atos (Atos/Divulgação)

    A definição de prioridades alinhadas aos valores e propósito da companhia é o primeiro passo que o líder deve dar em momentos de crise, indica o CEO da Atos no Brasil. “Como, para nós, a prioridade são as pessoas, a primeira medida foi priorizar a segurança e saúde dos nossos colaboradores”, diz Nelson.

    Medidas de continuidade dos negócios vêm na sequência das ações. “Líderes precisam conseguir enxergar e atuar de forma 360º, considerando todo o entorno”. Para isso, ele indica a construção de um comitê de crise. “É possível entender a cadeia de atuação da empresa como um todo e tomar decisões assertivas”, diz.

    A transparência e a proximidade também são elementos fundamentais na pauta de liderança. “ Para que o trabalho como um todo funcione, é fundamental que o líder seja acessível, independentemente da situação, e, ao mesmo tempo, direto nas interações com todas as pessoas”, diz.

    Veja também: Mais do que a garrafa verde: a Heineken segundo seu CEO

     

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