Para um número cada vez maior de pessoas, o traje oficial das segundas-feiras deixou de ser pijama e chinelo. Nos últimos meses, grandes empresas americanas passaram a adotar jornadas de quatro dias no escritório, em vez da já usual terça a quinta.
É o caso da BlackRock, que deu até setembro para seus empregados passarem a trabalhar presencialmente de segunda a quinta. A Disney fez o mesmo no começo do ano – mas não sem certa oposição. Na ocasião, 2.300 funcionários fizeram um abaixo-assinado solicitando a revisão da medida, alegando que isso resultaria em queda de produtividade e eficiência.
Trata-se de uma disputa de pontos de vista que começou logo após a flexibilização do isolamento da Covid, lá em 2020. De um lado, gestores afirmam que o trabalho presencial é insubstituível em termos de produtividade e dinâmica das equipes. De outro, funcionários se dizem mais produtivos (e felizes) trabalhando de casa.
Pesquisas recentes têm ajudado a sustentar o argumento dos chefes. Um estudo de pesquisadores do MIT, por exemplo, selecionou aleatoriamente funcionários na Índia para trabalhar em regime presencial ou remoto. E concluiu que aqueles trabalhando de casa foram 18% menos produtivos do que seus colegas no escritório.
Segundo os pesquisadores, as diferenças em níveis de produtividade já se manifestaram desde o dia um – mas aumentaram ao longo do tempo, já que os trabalhadores de escritório conseguiam aprender novas tarefas com mais facilidade.
O desafio das empresas, agora, tem sido encontrar um regime de trabalho que equilibre a produção e a satisfação dos funcionários. Como mencionamos aqui, o padrão tem sido o esquema sanduíche: segundas e sextas em casa, e trabalho presencial no recheio da semana. Segundo o Scoop Flex Index, plataforma que acompanha o regime de trabalho de 4.500 empresas nos EUA, 50% das companhias com regime híbrido exigem três dias no escritório, e 41% adotam duas vezes na semana.