Algumas expressões de nossa Língua Portuguesa podem trazer dúvidas. Confira:
A PRIMEIRA VEZ (EM) QUE
“Não é a primeira vez em que apreendem, uma vez que o povo aprende.” – estampa a criativa frase de protesto.
A expressão temporal “a primeira vez que”, de acordo com a língua-padrão, não deve ter a preposição em: “É a primeira vez que discutimos o assunto.“, “A primeira vez que eles escreveram foi hoje.“
Segue o mesmo raciocínio “todas as vezes que”, sem a presença da preposição em: “Todas as vezes que alguém protestar, haverá uma opinião contrária.“
LOGO (MENOS) MAIS
Na Língua Portuguesa falada no Brasil, a locução “logo mais” indica “mais tarde”, “daqui a alguns minutos”, “daqui a pouco”, “em tempo imediatamente seguinte a outro”, “numa série”, “após”.
Com o passar do tempo, surgiram diversas locuções (conjunto de palavras) em união a LOGO:
Até logo mais tornou-se sinônimo de até logo, cumprimento de despedida que se usa quando se espera rever proximamente o interlocutor; até mais tarde; até breve.
Desde logo: desde aquele momento; logo, portanto.
Logo que: no momento em que; assim que; mal. Cita o Aurélio, a esse uso, um trecho machadiano, com as Crônicas de Lélio: “Ontem, logo que tive a notícia da crise ministerial, recolhi-me a casa para esperar os acontecimentos.”
Logo, logo: com a maior urgência; imediatamente; já, já.
Para logo: sem demora, de pronto.
Tão logo: mal, apenas; logo que: “Acendia, tão logo anoitecia, todas as lamparinas da casa.”
Portanto, logo mais tem relação lógica com daqui a mais algum tempo, sendo incoerente a troca do “mais” por “menos”, em “logo menos”. Se o fato ocorrerá daqui a mais alguns minutos, haverá “mais”, e não “menos” tempo.