É um programa de renegociação de dívidas, tocado pelo governo em parceria com a Febraban. A ideia partiu de um problema estrutural. De acordo com o Serasa, 71 milhões de brasileiros estão com o CPF negativado. Dá 43% da população adulta.
Isso significa que as portas do mercado de crédito estão fechadas para essa multidão. Isso não é bom nem para os bancos, que fazem dinheiro ofertando crédito, nem para a economia – já que freia o consumo.
O Desenrola Brasil, enfim, se dá em duas “faixas”.
A faixa 1 concede a pessoas de baixa renda a possibilidade de renegociar suas dívidas (com desconto e/ou em parcelas) com bancos e empresas (varejistas, faculdades, companhias de luz, telefonia etc.).
Nesse caso, entra quem ganha de até dois salários mínimos (R$ 2.620) e tem dívidas de até R$ 5 mil. O canal para a renegociação é o site desenrola.gov.br. Você entra com o login do Gov.br e as dívidas, já incluídas pelo governo, aparecem ali, com os eventuais descontos que os credores estão oferecendo.
A faixa 2 é voltada para negativados com renda até R$ 20 mil, e que não sejam elegíveis para a faixa 1 (ou seja, ganhem mais de dois SMs). Nesse caso, não há limite para o valor das dívidas. Mas a faixa 2 vale para débitos com instituições financeiras (não entram luz, celular e cia).
A renegociação aí não é via Gov.br. Você deve entrar em contato com o banco no qual está endividado e checar ali o que eles oferecem de desconto/parcelamento. Dando tudo certo na renegociação, seu nome fica limpo nos birôs de crédito – Serasa, SPC, Boa Vista; as entidades que negativam e desnegativam CPFs.
Itaú, Bradesco, Santander, Caixa e BB, os cinco maiores bancos do país, aderiram ao Desenrola Brasil – entre vários outros, como Nubank, C6 e Pan. O programa vai até 31/12/2023.