As 157 instituições bancárias do país trocam empréstimos entre si todos os dias. Bancos, afinal, também pegam dinheiro emprestado no banco. Selic e CDI são os nomes das taxas anuais médias desses empréstimos.
Bom, bancos também fazem poupança. Ela fica guardada na forma de títulos públicos. Selic* é a taxa média que os bancos tomadores de empréstimos estão conseguindo quando deixam seus títulos públicos como garantia de que vão pagar mesmo. CDI** é a taxa sem essa garantia.
Nos momentos em que o CDI está mais alto que a Selic, bancos pegam emprestado sob a taxa menor e emprestam cobrando a taxa maior. Em pouco tempo, porém, a concorrência entre os bancos vai fazendo o CDI baixar, e ele acaba igual à Selic. Logo, ambos andam de mãos dadas. Cada banco cobra o que bem entender de juros. Mas o Banco Central é quem acaba decidindo quais serão as taxas.
Quando ele quer que os juros baixem, entra de gaiato nessa ciranda de empréstimos e passa a oferecer taxas menores que as de outros bancos (o BC emite moeda, então pode fazer isso à vontade). Quando ele quer que os juros subam, passa a tomar empréstimos por taxas maiores que as do mercado.
O nível em que o BC tenta deixar os juros é a “meta da Selic”. O patamar em que os juros ficam de fato a cada rodada de empréstimos é a Selic efetiva, que, dependendo do dia, pode acabar um pouco acima ou um pouco abaixo dessa meta.
*Sistema Especial de Liquidação e Custódia
**Certificado de Depósito Interbancário