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Sofia Esteves

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Fundadora e presidente do conselho do Grupo Cia. de Talentos, professora e pesquisadora de gestão de pessoas
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3 dicas simples – mas fundamentais – para voltar a socializar no trabalho

Habilidades sociais enferrujaram depois de dois anos sem encontros de trabalho ao vivo. Veja o que fazer.

Por Sofia Esteves
7 jul 2022, 15h11
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 (Luis Alvarez/Getty Images)
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Até pouco tempo, estávamos vivendo uma intensa rotina online. Reuniões de equipe, workshops, palestras, aulas e até momentos de socialização feitos através de uma tela.

Com o avanço da vacina e o aumento do número de pessoas imunizadas contra a Covid-19, os encontros presenciais se tornaram mais seguros e frequentes. Vários hábitos do passado têm sido retomados e, inclusive, depois de dois anos, o Grupo Cia de Talentos pode reunir mais de 300 pessoas em um evento para apresentar os resultados da 21ª edição da pesquisa Carreira dos Sonhos.

Apesar da grande alegria de reencontrar colegas de trabalho “ao vivo” e de finalmente conhecer pessoalmente os(as) novos(as) profissionais que ingressaram na empresa no modelo remoto, ainda existe um receio – mesmo que esse contato cara a cara já esteja acontecendo há algum tempo. Calma, eu explico.

Não me refiro aqui a uma ansiedade gerada pelo medo do contágio, mas a uma insegurança que algumas pessoas têm sentido sobre como se portar no ambiente físico. Afinal, depois de anos convivendo majoritariamente no espaço digital, não é de se estranhar que surjam dúvidas sobre qual roupa usar no trabalho, como se entrosar com os colegas, como reativar o networking nos eventos corporativos e mesmo como cumprimentar os outros. É melhor dar um aceno e manter-se distante, apertar as mãos ou já está liberado o beijinho no rosto?

Se você foi a um evento recentemente e percebeu que as suas habilidades sociais estão meio enferrujadas, listei algumas dicas que podem ajudar no movimento oposto ao que vivemos em 2020. Agora, o que precisamos praticar é como ir do digital para o presencial!

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Saiba adaptar sua forma de se vestir
O moletom virou o uniforme de muita gente durante a pandemia e a verdade é que, de forma geral, as empresas parecem viver um momento de flexibilização do dress code. Isso não significa, contudo, que a roupa que você usava no home office será adequada em todos os encontros presenciais. O segredo, neste caso, é entender o contexto e se adaptar.

Algumas organizações, como a IBM, têm uma política de “no dress code”, sem imposição do que os(as) colaboradores(as) devem usar, ainda assim as pessoas sabem da importância de adequar a sua forma de se vestir quando vão visitar ou receber um cliente para uma reunião interna. Nem todos os lugares são informais, portanto nem sempre o moletom vai ser a única peça a sair do armário. É importante saber o que a ocasião pede.

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Respeite o espaço do outro
O brasileiro é conhecido por ser mais caloroso, gostar de abraçar e tocar as pessoas. Porém, mesmo após a vacinação, há quem ainda se sinta desconfortável com um contato muito próximo. Por isso, a dica aqui é perguntar. Se você vai reencontrar um(a) antigo(a) colega de trabalho, antes de sair dando aquele abraço de urso, pergunte se a pessoa se sente confortável em ser abraçada. Pode parecer um cuidado exagerado, mas é fundamental que, no retorno aos espaços físicos, todos se sintam confortáveis e seguros.

A mesma coisa vale na hora de organizar um evento. Em uma confraternização do Grupo Cia de Talentos, feita no fim do ano passado, os convidados podiam escolher entre pulseiras de cores diferentes que indicavam se elas se sentiam à vontade para serem abraçadas ou se preferiam um cumprimento sem toque. São detalhes que podem fazer a diferença no bom convívio entre todos.

Pratique jogar conversa fora
Você passou anos sem ver frente a frente um(a) amigo(a) querido(a) do trabalho e, quando vocês finalmente se encontram, parece que as palavras somem? Calma, isso é normal. Especialistas na área de saúde mental têm comentado que essa sensação de “dar um branco” pode ser comum depois de tanto tempo cultivando relações intermediadas por uma tela — principalmente no caso de quem mora sozinho e passou um longo período sem interagir presencialmente com outras pessoas.

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Isso porque as interações no trabalho remoto são majoritariamente sobre o próprio trabalho. É diferente daquele “jogar conversa fora” no almoço, no café ou no happy hour depois do expediente.

Se você tem sentido essa dificuldade, vá com calma e encare essa volta ao convívio presencial como um exercício. Quanto mais praticar, melhor e mais confortável vai ficando. Em situações em que você está reencontrando alguém com quem convivia no escritório, fale sobre interesses que compartilhavam ou mesmo pergunte como tem sido a adaptação no trabalho presencial — talvez, a outra pessoa também esteja se sentindo como você.

Caso você esteja conhecendo presencialmente alguém que só tinha visto pelo Zoom, pergunte como tem sido a experiência na empresa e aproveite para conhecer essa pessoa melhor, para além do trabalho. Compartilhe seus hobbies e gostos, conte o que você costuma fazer nas horas livres, em quais restaurantes, shows, teatros, filmes etc você já foi desde que retomou a rotina presencial e, aos poucos, vocês irão descobrindo gostos em comum.

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No quinto Encontro Líderes do Amanhã, que realizamos em junho, as pessoas se sentaram em mesas em que elas não conheciam todo mundo, em vários casos não conheciam ninguém porque a ideia era justamente que elas fizessem a atividade com profissionais de diferentes empresas. Então, antes do início da atividade de cocriação, propus que todo mundo compartilhasse o “lado B” (aquela curiosidade que não saímos contando, sabe?). Eu, por exemplo, contei que sou casamenteira, adoro juntar casais. E é muito legal como esse micromomento de descontração ajuda a quebrar o gelo e aproxima as pessoas.

Tudo o que citei acima era o dia a dia no passado pré-pandêmico e falar sobre isso pode parecer estranho, já que estávamos acostumados a fazer todas essas coisas “básicas”. Contudo, é importante ter consciência de que a nossa realidade foi muito diferente nos últimos anos, e que hábitos do passado podem estar enferrujados e precisam de um empurrãozinho para engatar. E tudo bem. Da mesma forma que nos adaptamos ao remoto, iremos nos adaptar ao novo presencial – ou, melhor dizendo, ao híbrido.

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