Sofia Esteves

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Fundadora e presidente do conselho do Grupo Cia. de Talentos, professora e pesquisadora de gestão de pessoas
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Como desenvolver a tal da autogestão?

O home office nos obrigou a organizar melhor nosso tempo e criar processos para garantir um bom desempenho na vida pessoal e profissional.

Por Sofia Esteves
Atualizado em 18 jun 2021, 11h36 - Publicado em 18 jun 2021, 10h00
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  • Se é verdade que muitas casas viraram espaços de trabalho nos últimos tempos, também é verdade que, nesse período, muitos profissionais viraram gestores. Não estou me referindo necessariamente a uma promoção com mudança oficial de cargo, mas à transformação estimulada por demandas. Fora do escritório da empresa, longe das equipes e dentro de um contexto novo em que vida pessoal e profissional compartilham literalmente o mesmo espaço, nós nos enxergamos diante da necessidade de organizar melhor nosso tempo e de criar um processo para garantir um bom desempenho nessa nova realidade. E, aí, mesmo quem não tinha pretensões à liderança, foi “promovido” a uma função de gestão. Na verdade, de autogestão.

    Eu sei, esse conceito já era valorizado em algumas empresas e atividades, só que, no cenário do anywhere office ou do trabalho híbrido, ele se tornou “requisito básico”. Entre aspas porque, como veremos adiante, a autogestão não é algo que se exige de uma pessoa e pronto. É necessário que exista um cenário favorável para o seu desenvolvimento coletivo – explicarei melhor essa ideia daqui algumas linhas.

    Bem, mas a habilidade de lidar com os objetivos da empresa e demandas da área de forma responsável, sem um chefe dando ordens o tempo todo, se tornou um tipo de item básico em 2020 por causa das necessidades apresentadas na nova realidade. É mais difícil sustentar o modelo do comando e controle no cenário em que cada colaborador se encontra em um lugar e o gestor não consegue mais ficar de olho em cada atividade realizada – ainda bem, porque esse estilo de liderança precisava urgentemente ser superado. O estímulo ao trabalho autônomo focado no controle próprio da organização e da entrega de tarefas era o caminho viável para fazer esse esquema de trabalho à distância dar certo. Na verdade, ainda é e provavelmente será por muito tempo.

    Isso porque tornar a figura do chefe menos centralizadora, enquanto mais autonomia é dada às pessoas, atende muito melhor as demandas atuais de agilidade e de espírito de dono. Tanto é assim que uma pesquisa recente da consultoria Mercer apontou a autogestão como a principal habilidade que ajudará os profissionais a prosperarem em um ambiente flexível e ágil. Dos 306 líderes de RH na América Latina entrevistados, 62% apontaram o autogerenciamento como competência crítica para a resiliência futura.

    No entanto, como mencionei no começo, a autogestão não é uma ferramenta que se adquire e problema resolvido. Além de precisar ser ensinada, é uma habilidade que depende de um contexto favorável para ser colocada em prática. Em outras palavras: um profissional sozinho não conseguirá fazer o autogerenciamento se, do outro lado, tiver um chefe e/ou uma empresa muito apegada ao controle e preocupada com microgerenciamento. Autogestão, veja bem, não é uma competência individual, mas uma característica coletiva.

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    Ainda assim, acredito que é possível se preparar para estar mais alinhado com esse estilo e, um dia, trabalhar em uma equipe ou organização assim. Agora, se você já trabalha em um ambiente assim, melhor ainda! As dicas a seguir podem ajudar tanto quem quer migrar para um modelo de trabalho com maior liberdade, quem está em um lugar passando por essa transformação ou mesmo quem atua em uma empresa que tem o autogerenciamento como característica:

    O caminho para a autogestão envolve outros aspectos, mas acredito que os quatro passos acima representam uma parte importante da jornada. Se você terminar essa leitura entendendo que autogestão depende intimamente da noção de coletivo, já estará anos luz à frente de quem olha para esse conceito apenas em benefício próprio. Quem associa autogerenciamento com individualismo talvez ainda não tenha entendido que uma das grandes lições da pandemia é que pensar só em si definitivamente não nos leva a lugar algum.

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