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Petróleo: qual a diferença entre Brent e WTI?

A grande referência é o Brent mesmo. Isso não significa, diga-se, que ele seja o mais valioso do mundo nem nada

Por Alexandre Versignassi
7 ago 2020, 17h50
Petróleo
 (Jeff Heger/Getty Images)
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Não existe um único “preço do petróleo”. porque há vários tipos de petróleo. Eles variam dos mais leves, fáceis de refinar, aos mais pesados, barrentos, que exigem um refino mais custoso para se transformar em combustível – os mais leves, então, tendem a ser mais baratos. O da Venezuela e o que a Petrobras extrai de seus campos mais rasos (os do “pós-sal”) são da turma dos pesados. O da Arábia Saudita, mais leve. O do campo de Lula, no pré-sal, leve também.

Cada ponto do planeta gera óleos com características específicas. E cada um deles tem um nome. Nos EUA, por exemplo, há o West Texas Intermediate (WTI), o Louisiana Light, o Gulf Cost. No Oriente Médio, o Iran Heavy, o Kwait Export Blend, o Brasil tem o Marlin, o Lula (que vem do campo homônimo, anteriormente conhecido como Tupi). 

Para não virar bagunça, instituíram-se dois tipos como referência: um é o WTI, produzido no West Texas – principal região petrolífera dos Estados Unidos – e negociado no mercado de Nova York. O outro petróleo-referência é o do tipo Brent, também leve, e produzido no Mar do Norte, na Europa, e negociado em Londres.

Quando você ouve que “o petróleo subiu tanto” é ou do Brent ou do WTI que estão falando – lembra daquela história de que o preço barril tinha caído para abaixo de zero? Então, foi o WTI. Não havia mais onde guardar barris de WTI, de tão baixa que estava a demanda, então produtores passaram a pagar para quem topasse ficar com o petróleo – ou seja, estavam cobrando preços negativos. Naquele mesmo dia, 21 de abril de 2020, o Brent seguia vida normal, a preços obviamente positivos.  

Seja como for, a grande referência é o Brent mesmo. Isso não significa, diga-se, que ele seja o mais valioso do mundo nem nada. O óleo leve do campo de Lula, por exemplo, pode até sair mais caro que o Brent. É o que acontece neste momento, inclusive, com o barril do Atlântico norte cotado no mercado internacional a US$ 45,20, e o do campo brasileiro a US$ 47,35.

De qualquer forma, a própria Petrobras usa o Brent como referência. Quando vão planejar seus investimentos para o futuro, por exemplo, eles traçam cenários com base no preço que o Brent poderá ter lá na frente – porque sabem que os clientes vão pagar pelo óleo dela um preço sempre próximo ao do óleo britânico. A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) também baliza seus preços desse jeito.

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