A Arm, uma fabricante de chips do Reino Unido, fará em setembro o que deve ser o maior IPO dos Estados Unidos este ano – por lá, o mercado de aberturas de capital anda fraco, mas não inerte como o brasileiro. Até essa altura de 2023, foram realizados 104 IPOs, uma queda de 30% em relação ao mesmo período de 2022.
A companhia é dona dos processadores Advanced RISC Machines (daí o ARM), chips com uma estrutura mais simples do que aquelas usadas em CPUs de computadores. Por isso, seus produtos são parte de praticamente todos os smartphones e tablets modernos. Além de produzi-la, a Arm licencia a tecnologia para empresas concorrentes, como Intel e AMD.
Entre seus clientes estão as maiores techs do mundo: Apple, Amazon, Alphabet, Meta e Nvidia. Esta última é parceira da Arm, que também tem avançado em CPUs e GPUs mais complexas para executar trabalhos de inteligência artificial.
Essa parte do negócio, inclusive, pode ser o bote salva-vidas para os resultados da companhia, que vêm enfraquecendo por conta da diminuição na demanda por equipamentos eletrônicos ao redor do mundo.
A entrada na bolsa acontece em um momento oportuno: o entusiasmo com o mundo das IAs já fez o índice Nasdaq, que concentra ações de tecnologia, saltar 35% neste ano.
A Nvidia é a grande estrela da vez: no ano, suas ações escalam 240%. No passado, a empresa se consolidou como líder no mercado de processadores para jogos de videogame. Recentemente, ela ganhou uma nova frente de atuação: suas GPUs são as melhores do mercado para treinar softwares de inteligência artificial.
Em uma carta divulgada em agosto, Jensen Huang, fundador e CEO da companhia, cravou: “uma nova era da computação começou”.
Essa era traz vacas gordas para a Nvidia: no último trimestre, a companhia registrou lucro de US$ 6,2 bilhões, uma alta de 843% em relação ao ano anterior. A receita ficou em US$ 13,5 bi – aumento de 101%. Para o próximo semestre, a empresa espera que suas vendas saltem mais 170%. Não dá pra dizer que a animação tem sido injustificada.