Em 2022, o S&P 500 caiu 19,4%, naquele que foi o primeiro tombo anual desde 2018. Tratava-se do impacto do início da alta de juros nos Estados Unidos, para conter a inflação. Neste ano, a chave virou: até o final de novembro de 2023, o tinha valorizado 19%.
O S&P mede o desempenho de 500 empresas, mas tem suas estrelas. Sete delas, para sermos mais específicos: Alphabet, Amazon, Apple, Meta, Microsoft, Nvidia e Tesla.
Todas já superaram o valor de mercado de US$ 1 tri (ainda que Tesla e Meta tenham voltado à faixa dos bilhões). Somadas, elas respondem por 29% no índice de ações mais importante do mundo.
Os papéis da Apple – a maior empresa do mundo, com quase US$ 3 tri de valor de mercado – subiram mais de 50% no ano. Personificando a euforia pelas IAs na bolsa, a Nvidia subiu 230% no mesmo período. Somadas, as chamadas Sete Magníficas têm um valor de mercado de US$ 11,8 trilhões.
Até aí, tudo lindo. A questão é que as outras 493 empresas que compõem o índice não têm a mesma trajetória. Ou seja: o desempenho estelar do S&P não reflete necessariamente a situação atual do mercado todo – nem da economia americana.
A solução para corrigir essa discrepância está em um outro índice: o S&P 493. Ele possui a mesma composição acionária que o S&P 500, mas sem as empresas-prodígio. Ali, a subida das ações é bem mais modesta: 8,2% no ano. No mesmo período, a valorização acumulada das sete é de 106,27% (veja no gráfico).
No topo do S&P 493 estão a Berkshire Hathaway, o JP Morgan, e a Eli Lilly – que vive sua própria história “big tech” com a corrida pela nova geração de remédios para emagrecer (leia mais sobre ela aqui).
Nos primeiros meses do ano passado, as 493 companhias tiveram uma valorização bem mais modesta do que as gigantes tech. Em compensação, sofreram menos quando a chave do mercado virou e passou a cair.
Resultado: enquanto as sete perderam 41% de seu valor no período, o S&P 493 perdeu 12%.