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Três perguntas para Cláudio Omagari, ex-executivo do Citi e criador da ZiliCred

A startup oferece empréstimos com garantia imobiliária de modo inédito no Brasil, com um serviço que promete ser 90% mais barato do que o cartão de crédito, cheque especial e crédito pessoal. Entenda o negócio.

Por Sofia Kercher
29 jan 2024, 06h00
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 (Foto: Divulgação/VOCÊ S/A)
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o Brasil, o mercado de crédito com garantia de imóvel tem um potencial inexplorado de R$ 420 bilhões. Ao menos essa é a aposta de Cláudio Omagari, fundador da ZiliCred. Depois de quase dois anos, a fintech recebeu uma autorização do Banco Central para atuar com essa modalidade de crédito, iniciando as operações em agosto de 2023. Omagari, que trabalhou 25 anos no Citibank, explica o diferencial do negócio — que promete ser 90% mais barato do que o cartão de crédito, cheque especial e crédito pessoal.

1. Você passou a maior parte da sua carreira atuando em instituições financeiras tradicionais. O que te fez sair desse mundo e abrir a Zili?

Durante a pandemia, comecei a pesquisar o mercado de crédito com garantia de imóvel, já bastante consolidado nos EUA e Canadá. No Canadá, descobri algo interessante: essa modalidade era inexistente para os canadenses até os anos 2000, quando o governo começou a dar incentivos fiscais às empresas que a oferecessem. Hoje, ela corresponde a 48% de todos os empréstimos tomados no país.

Existem duas maneiras de promover renda: salário e crédito. Em 2000, para cada US$ 1 de salário, o canadense médio tinha US$ 0,06 de crédito. Em 2012, para esse mesmo US$ 1 esse valor subiu para US$ 0,60 – um aumento de 50% em pouco mais de uma década, justamente por causa dessas linhas. Quando aumentamos a renda, aumentamos também o bem-estar e qualidade de vida do cidadão. Isso me deu a ideia de tropicalizar a operação, pensando em um serviço para além daqueles já oferecidos pelas instituições financeiras no Brasil.

2. Como você pontuou, esse modelo já existe fora do país há muitos anos, e é oferecido pelos bancos no Brasil. O que muda na Zili?

Lá fora e por aqui, nos bancos tradicionais e outras fintechs, o cliente vai à instituição, dá o imóvel como garantia, toma um empréstimo imediatamente e começa a pagar taxas sobre o valor total. A diferença na Zili é que você pode começar a usar o empréstimo quando desejar, e só paga juros por aquilo que usa. Isso faz com que as taxas sejam menores que as ofertadas pelo mercado. Por exemplo: digamos que você tenha R$ 200 mil de limite pré-aprovado no nosso aplicativo, e em primeiro momento queira usar apenas R$ 50 mil. Você pagará taxas apenas por essa parcela. E, depois de pagar, volta ao “limite” inicial, de R$ 200k. A ideia é criar uma perenidade de crédito.

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Quais as condições para ser cliente da Zili?

O primeiro pré-requisito é ter menos de 80 anos e seis meses. O segundo é ter um imóvel de a partir de R$ 150 mil no seu nome — mas não precisa ser quitado. Basta que a dívida seja menor que o limite que será aprovado (que pode ser até 50% do valor do imóvel). O valor mínimo do empréstimo é R$ 50 mil. Depois de concedido, o cliente pode parcelar os valores em até 240x (20 anos), e as taxas oferecidas se assemelham às do crédito consignado, cerca de 2%, 2,5% ao mês [para referência: o cheque especial é cerca de 8% mensais; cartão de crédito, 15%; e empréstimo para negativados, 20%].

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