É um “evento de renegociação de dívidas”. De um lado do balcão, ficam pessoas que acabaram com o nome sujo depois de não pagar alguma dívida; do outro, empresas com longas listas de inadimplentes – bancos, operadoras de telefonia, faculdades, lojas, distribuidoras de energia etc.
A ideia por trás da coisa é promover uma ocasião em que as companhias ofereçam descontos maiores que os habituais, de modo a atrair mais gente a fim de pagar. Uma relação ganha-ganha: as empresas recebem menos por cliente, só que aparece mais gente para pagar, de olho nos abatimentos.
O evento costuma acontecer em novembro (com edições no primeiro trimestre também). Rola a versão presencial, com pontos de atendimento físicos em algumas cidades, e a online, que atende o país todo.
Quem organiza é uma empresa também, a Serasa Experian. Ela é um dos quatro “birôs de crédito” do Brasil – concorre com SPC Brasil, Boa Vista e Quod.
Esse tipo de companhia centraliza registros de calotes. Por exemplo: o banco X, parceiro do birô, avisa ali que tal cliente não pagou uma dívida. Aí os bancos W, Y e Z, que também usam o serviço, ficam sabendo, e provavelmente vão recusar crédito a esse indivíduo – ele fica com o nome sujo na praça (no caso, cada birô é uma praça, pois cada um tem seu banco de dados).
O Serasa Limpa Nome é o mais conhecido entre os feirões, mas outros birôs de crédito também realizam os seus. De qualquer forma, ninguém precisa esperar por um feirão para quitar dívidas. Os birôs mantêm serviços constantes de renegociação, geralmente com descontos.