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Vacinas em teste dão uma força à Gol e à Azul

Se a Anvisa deixar, a Sputnik V começa a ser fabricada por aqui em dezembro. E a Coronavac vai bem nos testes. Duas notícias que agradam as aéreas.

Por Alexandre Versignassi
Atualizado em 20 out 2020, 11h20 - Publicado em 19 out 2020, 19h23
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  • As autoridades russas envolvidas na distribuição da vacina Sputnik avisaram na manhã desta segunda (19): vão enviar os resultados dos testes clínicos para a Anvisa em dezembro e, em caso de aprovação, começam a fabricar o imunizante por aqui imediatamente. Também nesta manhã, o governo de São Paulo anunciou que a Coranavac, vacina chinesa desenvolvida em conjunto com o Instituto Butantã, apresentou resultados promissores – efeitos colaterais leves em 35% dos voluntários. E a ideia é, também, tentar a aprovação da Anvisa em dezembro. 

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    A chance de aprovação, diga-se, é real para ambas. Porque a Anvisa baixou seu sarrafo. Normalmente, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária só aprova uma vacina quando ela mostra uma eficácia de 70% – ou seja, quando os testes mostram que duas a cada três pessoas ficam de fato imunizadas. Para a covid, bastam 50%. Por motivos óbvios: melhor isso do que encarar a inevitável segunda onda só com máscara de pano e reza. 

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    No mercado financeiro, quem mais sentiu o efeito do progresso das vacinas em teste foram a Gol e a Azul. A dupla de aéreas fechou o dia em alta de mais de 4% – BEM acima do Ibovespa (0,35%). 

    Claro que falta combinar com os CFOs desse brasilzão. Mesmo que uma vacina (seja ela qual for) chegue logo e faça o turismo aéreo voltar aos velhos tempos, nada indica que as empresas voltarão gastar o que gastavam com voos corporativos – quando executivos passavam boa parte da semana locomovendo-se pela estratosfera a 900 km/h para trocar apertos de mão país afora. E esses voos representavam entre 60% e 70% dos ganhos das aéreas.   

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    Bom, a BR Malls também subiu com força: 5,43%, depois de avisar que estuda uma fusão com outra empresa de Shopping Centers, a Ancar Ivanhoé. E quem liderou o ranking de altas hoje foi a Cielo, com mais de 6% – sem que houvesse alguma notícia maravilhosa; provavelmente só porque já tinha caído 15% em um mês. Em casos assim, as correções costumam ser robustas. A IRB Brasil também se firmou entre as maiores altas – normal: ela é a maior montanha russa do Ibovespa

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    Na ponta negativa, ficaram os frigoríficos. JBS, Marfrig e BRF, os três maiores, tinham subido bem na semana passada. O problema de falta de matéria prima que eles vivem, porém, não acabou. Então hoje o trio carnívoro entregou os pontos, sofrendo as consequências de uma forte realização de lucros (veja as quedas lá embaixo).

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    “Fiar, chorar e esperar”

    Na gringa, reinou o clima de brochada. O S&P 500 caiu 1,44%. O Nasdaq Composite, 1,63%. E os índices voltaram aos níveis em que estavam há duas semanas. É que agora ninguém mais acredita que os tais dos zilhões de dólares em estímulos vão sair antes das eleições. Ou seja: antes de 3 de novembro, nada de ligar as impressoras de dinheiro para dar empréstimos a fundo perdido e cobrir calotes. 

    É como dizia Bibiana Terra Cambará, em O Tempo e o Vento, de Érico Veríssimo: “Nosso destino é fiar, chorar e esperar”. É o que recitam os investidores neste momento, seja no aguardo por mais estímulos, seja na espera pela vacina. 

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    E assim começamos a 39a semana do ano mais louco das nossas vidas. Vamos que vamos.    

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    Maiores altas

    Cielo: 6,74%  

    BR Malls: 5,43%

    Gol: 4,51%

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    IRB Brasil: 4,42% 

    Azul: 4,04%

    Maiores baixas

    JBS: -4,57% 

    BRF: -3,10 

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    B2W: -3,05

    Marfrig: -2,70%

    Klabin: -2,48%


    Dólar: -0,71%, a R$ 5,60

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    Petróleo

    Brent: -0,72%, a US$ 42,62 o barril

    WTI: -0,15%, a 41,06% o barril

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