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Como funciona o Desenrola Brasil

Programa de renegociação de dívidas começa a sair do papel, e pode beneficiar até 70 milhões de pessoas. Entenda os detalhes.

Por Sofia Kercher
Atualizado em 18 jul 2023, 16h05 - Publicado em 17 jul 2023, 19h19
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  • A primeira fase do Desenrola Brasil, programa de renegociação de dívidas atrasadas, teve início nesta semana. A iniciativa será executada em três etapas, e se encerrará no dia 30 de dezembro deste ano. 

    Criado pelo Governo Federal, o programa tem como objetivo tirar 70 milhões de brasileiros do sufoco. Entenda aqui como ele vai funcionar, qual a diferença entre cada uma das etapas e quem pode participar.

    O que é o Desenrola

    O calote é um problema gigantesco no Brasil. Segundo o Serasa, 43% da população adulta não consegue pagar o que deve.

    O Desenrola é uma iniciativa do governo para contornar essa realidade, que piorou durante a pandemia. Como muita gente perdeu o emprego na época ou teve o salário reduzido, as coisas ficaram complicadas para os lares brasileiros. 

    O programa cria descontos e condições facilitadas para quitar dívidas.

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    Como vai funcionar

    Para viabilizar o Desenrola, o Ministério da Fazenda vai conceder créditos tributários “presumidos” para os bancos.  

    Na prática, isso significa que, para cada R$ 1 de desconto na renegociação, o banco poderá descontar R$ 1 em tributos. Isso libera capital nos balanços das instituições, que poderão usar cada real extra na concessão de novos empréstimos.   

    De acordo com o Ministério, R$ 50 bilhões de créditos presumidos serão utilizados a partir desta segunda — ou seja, ao todo, os bancos ganham R$ 50 bilhões em seus balanços, que ficam liberados para novos empréstimos.

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    Até agora, Banco do Brasil, Bradesco, Caixa Econômica Federal, Itaú, Santander, Inter, PicPay e C6 Bank já confirmaram participação.

    Nem todos os bancos aderiram ao Desenrola. Mas, ainda que a instituição financeira não esteja cadastrada, a Febraban recomenda que o devedor procure fazer a renegociação — ou faça a portabilidade da dívida para outra instituição.

     

    Faixa 2 

    O Desenrola está dividido em três etapas. As duas primeiras já valem a partir de hoje: a extinção de dívidas bancárias de até R$ 100 e renegociação para pessoas com renda de até R$ 20 mil.

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    É a chamada faixa 2 do programa (falaremos da 1 mais adiante). As renegociações valem para dívidas ativas inscritas entre janeiro de 2019 e 31 de dezembro de 2022, e o prazo mínimo para pagamento será de 12 meses.

    Vale dizer que a extinção das dívidas de R$ 100 não significa que elas foram perdoadas. O devedor ficará com nome limpo (isso permite que ele possa voltar, por exemplo, a pegar crédito ou fazer contrato de aluguel, se não tiver outras restrições). Mas ainda é preciso quitá-la – quem não fizer isso, afinal, terá menos acesso a crédito, pois a informação sobre a dívida seguirá no sistema bancário.

    Às pessoas com renda de até R$ 20 mil, a renegociação pode ser feita independentemente do valor da dívida. O importante é saber que não há regra universal estabelecida pelo programa: cada instituição financeira vai definir as próprias condições especiais de financiamento.

    Nessa faixa, o Desenrola não renegociará débitos dos seguintes tipos:

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    Faixa 1

    A partir de setembro, a terceira etapa do Desenrola entrará em vigor, com a criação de uma plataforma digital de renegociação voltada para brasileiros com renda de até dois salários mínimos e dívidas de até R$ 5 mil.

    O programa funcionará como um leilão, em que as instituições podem propor um desconto  para “ganhar” a dívida. Vence quem oferecer as condições mais vantajosas ao devedor.

    Essa fase de renegociação conta com R$ 8 bilhões em garantias do Fundo Garantidor de Operações (FGO). Esse valor é colocado à disposição pelo governo para arcar com o prejuízo do banco, caso a pessoa não pague o que está devendo. 

    Em troca desta garantia, as instituições devem disponibilizar juros e condições de pagamento mais amigáveis. 

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    Essa é a fase mais esperada do programa, especialmente porque será possível renegociar dívidas de consumo, como água, luz, esgoto, telefone e varejo. Ficam de fora crédito rural, financiamento imobiliário, créditos com garantia real, e operações com financiamento ou risco de terceiros.

    As regras de pagamento serão as seguintes:

    Além disso, vai dar para pagar por débito em conta, Pix, ou boleto bancário. Os beneficiários também poderão fazer um curso de Educação Financeira, disponibilizado pelas instituições.

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