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2023: o ano do plot twist na bolsa

Em agosto, o Ibovespa batia sua maior sequência de quedas na história. Agora, tem dias consecutivos de altas recordes. Entenda o que está por trás da virada de chave.

Por Camila Barros
27 dez 2023, 08h24
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    O Ibovespa está há dois pregões de distância de encerrar o ano em sua máxima histórica, acima dos 130 mil pontos. Neste limbo entre Natal e Ano Novo, a bolsa opera com liquidez limitada – ontem, o volume financeiro de operações foi de apenas R$ 13,3 bi, metade da média diária de dezembro. 

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    O calendário de dados econômicos também não injeta adrenalina no mercado: para não dizer que a agenda está vazia, ainda temos IPCA-15 e Caged (de dados de emprego) na quinta-feira. 

    Ainda assim, o Ibovespa tem conseguido fôlego para remar contra uma realização de lucros. Na sessão de ontem, subiu aos 133 mil pontos para bater o seu terceiro pregão consecutivo de recorde histórico. Desde novembro, quando se iniciou o rali de alta, o índice escalou 18%. No ano, a alta é de mais de 25%.

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    Além do ano dos recortes, 2023 tem sido o ano do plot twist na bolsa. Há não muito tempo, em agosto, o Ibovespa engatava sua sequência mais longa de quedas consecutivas na história – foram 13 baixas seguidas. Na época, o índice acumulava alta de singelos 8% no ano. 

    O que rolou de lá para cá? O bom humor atual é patrocinado por dois fatores: 

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    1) a esperança de que os juros americanos comecem sua trajetória de queda ainda no primeiro semestre de 2024. O que era wishful thinking de parte do mercado passou a ser uma realidade plausível há duas semanas, quando o Fed sinalizou possíveis cortes para o ano que vem. Em NY, o otimismo já rendeu ao S&P 500 uma alta de 14% desde novembro e uma sequência de nove semanas no positivo. 

    Como consequência dos cortes lá fora, a expectativa é de que a redução da Selic acelere o ritmo aqui – para, quem sabe, quedas de 0,75pp nas próximas reuniões.

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    2) A melhora no quadro fiscal do Brasil, com a equipe econômica conseguindo aprovar quase toda a sua agenda de propostas para aumentar a arrecadação – medidas que devem viabilizar a meta de déficit fiscal zero para 2024. Devido ao cenário mais favorável, a agência de classificação S&P elevou seu rating do país recentemente. 

    Só que o sucesso da política fiscal por aqui ainda não é garantia. Nos finalmentes do ano, os analistas da Faria Lima ficam de olho nas medidas que serão anunciadas por Haddad para compensar a desoneração da folha de pagamento

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    A novela é mais ou menos a seguinte: “desoneração da folha” é um benefício fiscal que permite que empresas de 17 setores – considerados os que mais empregam no país – contribuam menos para a Previdência Social. Eles pagam alíquotas de 1% a 4,5% sobre sua receita bruta – contra a norma padrão de 20% sobre a folha de salários dos funcionários. A ideia é que, com custos reduzidos, os setores gerem mais empregos. 

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    Este ano, Lula vetou a medida. Bom para a Fazenda, que poderia contar com a grana da alíquota cheia em seu cálculo de arrecadação. Só que o Congresso barrou o veto – ou seja, a desoneração permanece. 

    Agora, Haddad prometeu apresentar novas medidas para compensar o impacto sobre a arrecadação. Nada de recesso de fim de ano para o Ministério da Fazenda. 

    Bons negócios!

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