Abertura de mercado: bolsas em alta, e bitcoin de volta aos US$ 50 mil
Número de mortes por Covid nos EUA passa da barreira de mil por dia na média móvel – intensificando as apostas de que o Fed seguirá generoso.
A alta da última sexta (de quase 1% para o S&P 500 e para o Ibovespa) seguiu hoje pelo resto do globo, com as bolsas da Ásia fechando no azul e as da Europa em alta neste momento. O petróleo, para completar, engata 3%.
Tudo isso num momento em que o número de mortes por Covid nos EUA voltaram a quebrar a barreira de mil na média móvel diária – voltando aos índices de março.
O mercado, afinal, é pragmático: a ascensão da variante delta pressiona o banco central deles a continuar bombeando dinheiro novo na economia. Esse dinheiro escoa para as bolsas, e as ações sobem.
É isso mesmo que o Fed vai fazer? A resposta, se vier, virá entre quinta e sábado, no Simpósio de Jackson Hole – um evento anual que acontece desde 1978, e junta presidentes de bancos centrais do mundo todo para discutir política econômica. O deste ano servirá basicamente como um fórum monotemático, no qual todos irão discutir se o Fed deve ou não deve pisar no freio.
Em meio a tudo isso, o bitcoin voltou a passar dos US$ 50 mil (R$ 270 mil) – é o maior patamar desde maio, e não muito longe do recorde histórico (US$ 63 mil). Uma das molas propulsoras da cripto é a teoria de que o Fed imprimirá tantos dólares que a moeda americana sofrerá uma perda substancial de valor – o que já vem ocorrendo na prática, com a inflação nos EUA em 5% nos últimos 12 meses (metade da nossa, mas ainda assim muito para eles).
Por aqui, o clima é de instabilidade institucional, agora que Bolsonaro entregou o pedido de impeachment do ministro Alexandre de Moraes ao senado. O presidente da casa, Rodrigo Pacheco, já disse que “não há elementos para aceitar o pedido”. Mas a bagunça só torna o nosso mercado cada vez menos previsível.
E é isso. Apesar dos pesares, boa semana, pessoal!
O início da manhã nos índices dos EUA:
Futuros S&P 500: 0,35%
Futuros Nasdaq: 0,30%
Futuros Dow Jones: 0,44%
*às 8h13
Europa
Índice europeu (EuroStoxx 50): 0,61%
Bolsa de Londres (FTSE 100): 0,49%
Bolsa de Frankfurt (Dax): 0,25%
Bolsa de Paris (CAC): 0,89%
*às 8h14
Fechamento da Ásia
Índice chinês CSI 300 (Xangai e Shenzhen): 1,40%
Bolsa de Tóquio (Nikkei): 1,78%
Hong Kong (Hang Seng): 1,05%
Petróleo*
Brent: 3.02%, a US$ 67,15
WTI: 2,91%, a US$ 63,95
Minério de ferro: -2,66% no porto de Qingdao (China), a US$ 136,71 a tonelada
*às 8h17
8h25: Boletim Focus, do BC, atualiza as expectativas do mercado financeiro para inflação, taxa Selic, dólar e PIB.
9h30: Índice de Atividade Nacional do Fed de Chicago – ele mede mensalmente a evolução da economia e a pressão inflacionária nos EUA.
15h: Balança comercial da 3a semana de agosto
15h30: Receita Federal divulga os dados da arrecadação com impostos em julho.
AES: alta de 12%
As ações da AES Brasil subiram 12% desde a última terça (17), data do anúncio de uma joint venture com a BRF para a construção de um parque eólico no Rio Grande do Norte. A usina da AES irá suprir 30% da energia elétrica que a produtora de alimentos usa no Brasil.
Gasolina a R$ 7
O preço médio da gasolina já chegou a R$ 7 no Rio Grande do Sul, de acordo com a ANP. É o primeiro Estado a alcançar esse patamar. No país, a média é de R$ 5,86. Há um ano, era R$ 4,23. Ou seja: a alta acumulada nos últimos 12 meses é de 38%, contra 9% da inflação.
R$ 4,20 – o valor em que o dólar deveria estar
De acordo com economista Livio Ribeiro, da FGV, o preço “justo” do dólar seria em torno de R$ 4,20 – em vez dos R$ 5,30, R$ 5,40 da vida real. As exportações, em alta, garantiriam esses 20% de queda, já que trazem dólares para o país. As exportadoras, porém, têm mantido boa parte de seus dólares fora do país, por conta da má gestão econômica do governo, o que não deixa o dólar cair. O jornalista Fernando Canzian analisa a situação, na Folha. Leia aqui.
Covid: dois meses sem alta
O Brasil completou neste domingo 60 dias sem alta na curva de mortes por Covid. De acordo com o levantamento independente da revista Veja, a média móvel dos últimos sete dias ficou em 781 óbitos. É a primeira vez desde o início de janeiro que vemos esse índice abaixo de 800. A revista mostra a evolução da pandemia em cada um dos Estados e nas capitais. Leia aqui.