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Ações das big techs foram à lona em 2022 – e não ficaram baratas

Veja como estão AAPL34, TSLA34, AMZO34, MSFT34 e M1TA34. E por que elas não são pechinchas para valer.

Por Tássia Kastner
11 jan 2023, 09h00
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  • Olhando de fora, parece que as big techs estão em terra arrasada. A Apple perdeu US$ 1 trilhão em valor de mercado na janela de um ano. Em 3 de janeiro de 2022, pela primeira vez a maçã havia cruzado a marca de US$ 3 trilhões na bolsa. Em 4 de janeiro de 2023, ela fechou abaixo de US$ 2 trilhões. 

    A dona do iPhone não está sozinha, claro. No ano para esquecer, as ações da Amazon (AMZO34) caíram pela metade. A Tesla (TSLA34), 65% e a Meta (M1TA34 ou FB, se você é old school), 61%.

    O cenário apocalíptico foi muito bem documentado ao longo do ano. A alta na taxa de juros dos EUA acabou com o dinheiro barato que financiava a expansão de companhias inovadoras, na expectativa de lucros superlativos no futuro.

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    Aí as ações dessas empresas desceram da estratosfera. Vamos medir isso pelo P/L, o indicador que divide o preço de todas as ações da empresa pelo lucro da companhia em 12 meses. Ele diz quanto tempo o investimento no papel levaria para se pagar caso os lucros fossem 100% distribuídos aos acionistas. No auge tech, a Tesla chegou a ter um P/L de 967 – tudo mais constante, um paciente acionista levaria 967 anos para ver o investimento na montadora de Musk se pagar. 

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    Para encurtar o prazo, existem dois caminhos. Ou a empresa lucra mais (o que esperam os otimistas), ou o preço da ação cai na bolsa. Em 2022, o que rolou foi um combo das duas coisas. No começo de janeiro, o P/L da Tesla estava em palatáveis 33.  

    A Apple teve uma redução de P/L de 35 para 20. O da Microsoft, de 35 para 25. 

    O P/L do S&P 500 é de 20, abaixo da média histórica de 25. Significa dizer o seguinte. As big techs podem até ter derretido na bolsa americana. Mas estão longe de serem uma pechincha. 

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    O caso da Amazon é ainda pior. As ações caíram 48%. Mas, como os lucros também retraíram, ela segue com um  P/L salgado, na faixa de 78. Ou seja, a ação segue cara. 

    Quem se deu pior nessa brincadeira foi a Meta. A companhia de Mark Zuckerberg decidiu fazer uma “transição de carreira” das redes sociais tradicionais Facebook e Instagram para o metaverso. O projeto micou junto com a queda de usuários e anúncios nos negócios consolidados da companhia. Hoje, o P/L deles é de 12. Isso configuraria um preço baixo, mas as dúvidas sobre a viabilidade tecnológica do metaverso são grandes o bastante para considerar as ações da Meta altamente arriscadas.

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