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Americanas (AMER3) declara à Justiça dívidas de R$ 40 bi e trava guerra com bancos

Feriado nos EUA abre espaço para investidores acompanharem novela da varejista. Com Haddad em Davos, Brasília tem pouco para mexer com o Ibovespa.

Por Tássia Kastner, Camila Barros
Atualizado em 30 jan 2023, 18h42 - Publicado em 16 jan 2023, 08h04
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 (Americanas/Divulgação)
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A semana começa em ritmo mais lento, uma cortesia do feriado de Martin Luther King, nos EUA. Aí sobra bastante tempo para a Faria Lima se ocupar do maior escândalo corporativo da bolsa brasileira.

Na sexta-feira, a Americanas (AMER3) conseguiu na Justiça uma proteção contra a cobrança de credores, isso após ter anunciado a “descoberta” de R$ 20 bilhões em dívidas que não apareciam no balanço.

Na ação, que foi protocolada em segredo de Justiça, a varejista afirmou ter dívidas de R$ 40 bilhões – R$ 18,8 bilhões com bancos, segundo o Valor Econômico. O balanço anterior da companhia apresentava dívida bruta de R$ 20 bilhões.

A ação da Americanas ainda não se trata de um pedido de recuperação judicial, mas uma espécie de preparação para a RJ. O efeito para os credores é o mesmo: eles não conseguem cobrar dívidas.

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O BTG tentou, sem sucesso, derrubar a decisão afirmando que tratava-se do “fraudador pedindo às barras da Justiça proteção contra sua própria fraude”. No texto, os advogados do banco citam o livro Sonho Grande, que conta a história do 3G Capital, o fundo dos bilionários Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira. O trecho destacado diz: “Nós temos que fazer pirotecnia. De vez em quando vamos ter que dar uma de maluco para esses caras saberem que é para valer”.

No cerne da crise com o BTG está a decisão de primeira instância que pediu a devolução de pagamentos de R$ 1,2 bilhão ao BTG.

Trata-se de mais um capítulo da novela, que será longa. Os bancos, que até a semana passada estavam dispostos a negociar com a Americanas, agora estão arredios, segundo o Valor Econômico. A pressão é que o trio do 3G Capital aporte pelo menos R$ 10 bilhões na companhia para que ela seja viável.

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A crise começou após a revelação de que, por quase uma década, a companhia teria “ocultado” sua dívida ligada a pagamentos de fornecedores, driblando inclusive duas das grandes empresas de auditoria do mundo, a PwC e a KPMG. 

Fora do caso Americanas, o dia promete poucas emoções. Os bilionários do mundo estão em Davos para o Fórum Econômico Mundial. O Brasil mandou os ministros Fernando Haddad (Fazenda) e Marina Silva (Meio Ambiente) para começar o processo de reconstrução da imagem do país no exterior, após a posse do presidente Lula. Com isso, o noticiário econômico em Brasília tende a ser mais tranquilo.

No mundo das commodities, o dia começa com o pé esquerdo com um tombo do minério e uma queda mais modesta do petróleo. Tudo indica que não vai dar para contar com Petrobras e Vale nesta segunda-feira. Boa sorte e boa semana.

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Este texto apareceu primeiro na nossa Abertura de Mercado. 

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