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Aprovou ou não? Entenda a novela da SEC e dos ETFs de Bitcoin

CVM dos EUA disse ter dado sinal verde ao fundo de cripto, mas depois voltou atrás e alega ter sido hackeada. Veja o que se sabe até agora.

Por Bruno Carbinatto
10 jan 2024, 08h35
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 (Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)
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Bom dia!

Pelo menos de tédio Wall Street não morre nesta quarta-feira.

O mundo cripto só fala em uma coisa: a baita confusão sobre a aprovação (ou não) dos ETFs de Bitcoin nos EUA. Isso porque, ontem, a SEC – agência estatal responsável por regular o mercado financeiro, como a nossa CVM – publicou em seu X (ex-Twitter) que esses produtos finalmente teriam sido aprovados, uma decisão ansiosamente aguardada pelo mercado.

Logo depois, porém, o órgão regulador voltou atrás. O presidente da SEC, Gary Gensler, foi em seu próprio perfil esclarecer que a SEC não havia aprovado os ETFs de Bitcoin e que a conta oficial da agência federal tinha sido “comprometida”, dando a entender que foi hackeada. Pouco depois, o tweet que deu origem à celeuma foi excluído.

O que aconteceu? Mais de 12 horas depois, algumas novas informações surgiram, mas a novela está longe de acabar.

Primeiro, um pouco de contexto. Há tempos gestoras tentam lançar um ETF de Bitcoin nos Estados Unidos, sem sucesso. Isso porque a SEC não dá sinal verde, alegando que esse produto é pouco regulado e, portanto, sujeito a fraudes e manipulações. Até há ETFs que seguem a cripto no país, mas no mercado futuro (ou seja, acompanham a expectativa do mercado sobre o preço do Bitcoin, e não a cotação em si).

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Só que, nos últimos tempos, o jogo virou: a possibilidade de uma aprovação ganhou força. Isso porque nomes de peso entraram na jogada, pedindo autorização para seus lançamentos. Isso inclui BlackRock e Fidelity, que estão entre as maiores gestoras de fundos do mundo. Ao todo são mais de uma dúzia de solicitações pendentes.

A esperança de que eles seriam aprovados foi um dos principais motivos que fez o Bitcoin disparar em 2023, subindo 155% no ano e passando dos US$ 43 mil (hoje a cripto já está em US$ 45 mil).

Mesmo os pedidos dessas gigantes estavam demorando: já faz meses que a SEC os avalia. Aí, finalmente, uma resposta viria hoje, dia 10 – o prazo que a SEC tinha para bater o martelo para pelo menos um dos pedidos, e o mercado estava esperando que ela já aproveitasse o dia para trazer um lote de novas informações.

Então veio o tweet de ontem, dia 9, pegando todos de surpresa. Logo depois de a bolsa fechar, a conta oficial da SEC no X (ex-Twitter) confirmou que a agência tinha dado sinal verde aos ETFs de Bitcoin pela primeira vez. E, depois, desdisse.

O Bitcoin chegou a cair 2% com a “aprovação falsa”, na onda do “vender no fato”. Depois de um tempo da confusão, voltou a apresentar sinal verde. Nesta manhã pós-caos, a cripto sobe um pouquinho.

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Em comunicados ontem à noite, a agência voltou a reiterar que não aprovou nada, que a conta foi “comprometida” e que a postagem não foi feita por ninguém da SEC, dando a entender novamente que o perfil foi hackeado por alguém de fora. Também disse que as autoridades policiais estão investigando o incidente.

De madrugada, a própria rede social X veio a público e disse que aparentemente a conta da SEC realmente foi comprometida por alguém de fora, que teve acesso ao número de celular conectado ao perfil. E que a conta não tinha a autenticação de dois fatores, um mecanismo de segurança, ativada.

De qualquer forma, pegou muito mal. A SEC é o órgão estatal cuja missão é justamente evitar manipulações do mercado como essa. Ter seu perfil usado para uma possível manipulação, então, abala a credibilidade da instituição. E um dos motivos que a agência usa para justificar suas negativas ao ETF de Bitcoin é justamente que o mercado está sujeito a fraudes – haja ironia.

Em outubro, um incidente parecido aconteceu: um rumor de que a SEC havia aprovado os produtos começou a circular, e o Bitcoin chegou a saltar 10% num único dia. Era mentira. O novo episódio, envolvendo uma postagem oficial, é ainda mais grave.

Dito tudo isso, chegamos ao dia 10, o prazo que a SEC tem para dar resposta a pelo menos um dos pedidos pendentes. Mas, depois de tudo o que rolou, não está claro se a SEC vai trazer muitas respostas hoje, como era esperado pelo mercado. A ver.

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Fora do mundo cripto, as bolsas amanhecem preguiçosas hoje: os futuros americanos andam de lado. Com a agenda esvaziada hoje, investidores esperam a divulgação de dados importantes, como a inflação nos EUA amanhã, e ficam atentos às falas de dirigentes dos bancos centrais aqui e lá. 

Bons negócios.

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humorômetro: o dia começou sem tendência definida
(Arte/VOCÊ S/A)

Futuros S&P 500: 0,11%

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Futuros Nasdaq: 0,32%

Futuros Dow Jones: -0,07%

*às 8h25

Agenda

11h Diogo Guillen, diretor de política econômica do Banco Central, fala em evento

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17h15 John Williams, do Fed de Nova York, fala em evento

Europa

                              • Índice europeu (Euro Stoxx 50): estável
                              • Londres (FTSE 100): -0,30%
                              • Frankfurt (Dax): 0,14%
                              • Paris (CAC): 0,07

                              *às 8h25

                              Fechamento na Ásia

                                  • Índice chinês CSI 300 (Xangai e Shenzhen): -0,47%
                                  • Hong Kong (Hang Seng): -0,57%
                                  • Bolsa de Tóquio (Nikkei): 2,01%

                                  Commodities

                                                                              • Brent*: -0,14%, a US$ 77,48
                                                                              • Minério de ferro: -3,02%, cotado a US$ 135,41 por tonelada na bolsa de Dalian (China)

                                                                              *às 8h09

                                                                              Vale a pena ler:

                                                                              É o fim do inverno cripto?

                                                                              O Bitcoin subiu 155% em 2023, impulsionado em parte pela iminente abertura dos ETFs de cripto nos EUA. E em abril ainda tem o halving (no qual a quantidade possível de BTCs a serem minerados cai pela metade), e isso pode dar um impulso extra. Entenda melhor aqui, neste artigo da VCSA.

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