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Ata do Copom reforça Selic em 13,75% dada a desancoragem das expectativas de inflação

Na China, importações despencam inesperadamente e atingem o petróleo, que cai mais de 1%.

Por Júlia Moura, Camila Barros
Atualizado em 9 Maio 2023, 08h58 - Publicado em 9 Maio 2023, 08h53
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    A terça-feira amanheceu com a ata do Copom da semana passada. O documento reforçou o discurso adotado por Roberto Campos Neto para defender a Selic a 13,75%: “não há relação mecânica entre a convergência de inflação e a aprovação do arcabouço fiscal, uma vez que a trajetória de inflação segue condicional à reação das expectativas de inflação e das condições financeiras.” Ou seja: o juro não deve baixar tão cedo.

    O BC cita ainda os riscos que vem com a incerteza sobre o desenho final do arcabouço fiscal, com uma maior persistência das pressões inflacionárias globais, 

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    e com uma desancoragem maior, ou mais duradoura, das expectativas de inflação para prazos mais longos.

    Segundo o Copom, as expectativas de inflação seguem acima das metas estipuladas, inclusive com uma pequena deterioração na margem. “O Comitê acompanha este movimento com preocupação e segue avaliando que expectativas desancoradas elevam o custo de trazer a inflação de volta à meta […] o comportamento das expectativas é um aspecto fundamental do processo inflacionário, uma vez que serve de guia para a definição de reajustes de preços e salários presentes e futuros.”

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    Para a autarquia, a discussão em torno da mudança na meta só prejudica o combate à inflação. Mas, ao mesmo tempo, o teto de 4,75% para o IPCA para este ano parece impossível. A expectativa do mercado é de uma inflação de 6%. 

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    Para mudar essa visão do BC, o governo Lula vai colocar o seu número dois da pasta de Economia, Gabriel Galípolo, na diretoria de Política Monetária do Banco Central. O economista está com tanta moral no Planalto que especula-se que ele será osucessor de Roberto Campos Neto. Uma mudança e tanto.

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    O voo do dragão

    A recuperação da China pós-Covid é algo a ser estudado. Desde o fim do lockdown, a volta da atividade tem sido desigual, com o terceiro setor bombando enquanto a indústria patina. Nesta terça, mais um dado preocupante sobre o dragão asiático: as importações em abril caíram 7,9% na comparação anual, quando se esperava uma alta de 0,5%.

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    Mesmo assim, a segunda maior economia do mundo teve um superávit de US$ 90,2 bilhões no mês passado, acima dos US$ 88,1 bilhões registrados em março e dos US$ 66,9 bilhões esperados.

    Isso porque as exportações fugiram às estimativas (6%) e subiram 8,5%, em uma desaceleração menor do que a esperada em relação ao salto de 14,8% em março.

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    Os números não chegaram a atingir o minério de ferro, mas pegaram o petróleo, que vinha de uma trajetória de alta. Pela manhã, o barril de Brent recuava 1,06%, a US$ 76,18.

    Bons negócios!

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    Humorômetro - dia com tendência de baixa
    (Arte/VOCÊ S/A)

    Futuros do S&P 500: -0,43%

    Futuros do Dow Jones: -0,42%

    Futuros do Nasdaq: -0,53%

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    *às 8h42

    market facts
    (Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)

    AES em busca de sócios

    A geradora de energia AES Brasil está à procura de um sócio que injete dinheiro na companhia, segundo informações obtidas pelo Valor. A empresa, que tem a americana AES Corp como controladora, usaria o capital para investir em energia renovável. Hoje, a companhia opera usinas hidrelétricas, eólicas e solares no país. Há alguns anos, ela vem se desfazendo de ativos para se concentrar em energia renovável – o principal deles foi o controle da Eletropaulo, vendido para a italiana Enel em 2018. 

    Depois da notícia, as ações AESB3 saltaram 9%, a R$ 12,35. 

    Na semana passada, a companhia reportou lucro líquido de R$ 60,4 milhões no primeiro trimestre de 2023, uma queda de 14,9% na comparação anual. Ela também divulgou a projeção de investimentos de R$ 3,35 bilhões até 2027.

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    Agenda
    (Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)

    Fernando Haddad participa da reunião do G7 no Japão;

    8h: BC divulga ata do Copom;

    9h30: Diretor do Fed Philip Jefferson participa de evento organizado pela Câmara Negra de Atlanta;

    10h30: Ministro das Finanças, Jeremy Hunt, participa de sessão de perguntas na Casa dos Comuns;

    12h30: Presidente do Fed de Nova York, John Williams, participa de evento no Clube Econômico de Nova York;

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    17h: Presidente americano, Joe Biden, participa de reunião com lideranças do Congresso sobre o teto da dívida na Casa Branca;

    17h30: estoques de petróleo da semana até 5/5.

    Europa
    (Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)

    Índice europeu (EuroStoxx 50): -0,91%

    Bolsa de Londres (FTSE 100): -0,47%

    Bolsa de Frankfurt (Dax): -0,37%

    Bolsa de Paris (CAC): -1,02%

    *às 8h25

    Fechamento na Ásia
    (Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)

    Índice chinês CSI 300 (Xangai e Shenzhen): -0,86%

    Bolsa de Tóquio (Nikkei): 1,01%

    Hong Kong (Hang Seng): -2,12%

    Commodities
    (Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)

    Brent*: -1,06%, a US$ 76,18

    Minério de ferro: 1,28% negociado a US$ 103,15 por tonelada na bolsa de Dalian (China)

    *às 8h38

    Vale a pena ler:
    (Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)

    Woodstock para capitalistas

    Uma vez por ano, Warren Buffett e seu sócio de longa data, Charlie Munger, se reúnem com investidores e entusiastas do mercado financeiro para compartilhar suas visões sobre a economia e os negócios recentes da Berkshire Hathaway. Esse evento costuma ser tão aclamado pelos coletinhos de Wall Street que ficou conhecido como “Woodstock for Capitalists”. A edição de 2023 rolou neste final de semana. Lá, a dupla falou, por exemplo, sobre a crise bancária americana, os investimentos na Apple e o ciclo de alta de juros no país. Aqui, o Estadão separou alguns highlights do encontro. 

    As IAs vão roubar o seu emprego?

    O avanço acelerado da IA tem deixado muita gente se sentindo nos primeiros capítulos de um livro de ficção científica. Para alguns economistas, essa história deve pender para a utopia: uma pesquisa do Goldman Sachs sugere que a adoção generalizada das IAs poderia gerar um aumento de 7% no PIB global em 10 anos. Outros estudos apontam para um aumento de 3 p.p. na produtividade anual de empresas que adotam a tecnologia. 

    Mas as incertezas sobre o futuro da coisa ainda deixam um gostinho de distopia. Para entender quais devem ser os impactos da IA na economia global (e quando eles devem acontecer), a The Economist analisou o movimento das ações do setor, indicativos macroeconômicos e tendências para esse mercado. Leia o artigo aqui. 

    Temporada de balanços
    (Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)

    Depois do fechamento: CVC, Méliuz, Minerva, Telefônica e Yduqs

     

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