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Azul (AZUL4) dispara 38% após balanço e acordo com arrendadores; GOLL4 segue e salta 24%

Renegociação da dívida da companhia e expectativa de alta demanda em 2023 beneficia ações das aéreas. Já VALE3 e cia caem com esfriamento da China.

Por Bruno Carbinatto
Atualizado em 6 mar 2023, 19h43 - Publicado em 6 mar 2023, 19h35
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  • Foi um voo e tanto. As ações da Azul (AZUL4) decolaram incríveis 38% nesta segunda-feira, levando no bagageiro também a Gol, que saltou impressionantes 24%, e a CVC, +19%. 

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    Um combo de notícias beneficiou as ações das aéreas e de turismo. A primeira veio ainda ontem, quando a Azul anunciou que firmou acordo de renegociação de dívidas com arrendadores que, juntos, representam mais de 90% do seu passivo de arrendamento.

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    A novidade veio como uma brisa de ar fresco para a empresa, que já vinha estudando há algum tempo maneiras de lidar com suas dívidas acumuladas referentes ao aluguel de aeronaves. O alto endividamento é um dos fatores que o mercado vinha mantendo no radar quanto ao setor das aéreas.

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    Segundo o Estadão, o total de dívidas aos arredondadores para 2023 soma R$ 3,8 bilhões, sendo R$ 3,2 bi do aluguel anual das aeronaves mais R$ 600 milhões que eram para ter sido pagos, mas foram adiados por conta da pandemia. Do total da dívida bruta da empresa, o arrendamento de aeronaves corresponde a 80%.

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    Na renegociação fechada agora, os arrendadores diminuirão o pagamento do aluguel e, em troca, receberão ações da empresa e títulos de dívida que vencerão em 2030. 

    Em nota, a Azul afirmou que os acordos fazem parte de “um plano abrangente que visa fortalecer a geração de caixa da Azul e melhorar a estrutura de capital”.

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    Os números exatos serão anunciados em duas ou três semanas, quando as negociações com todos os arrendadores forem concluídas, anunciou hoje o presidente da Azul, John Rodgerson. Mas adiantou boas novas: a empresa deve fechar 2023 com equilíbrio financeiro, e até gerar caixa em 2024, graças ao acordo.

    A notícia mais que agradou o mercado, dado o desempenho da ação de hoje. Em relatório, o Goldman Sachs afirmou que espera mais detalhes do acordo, mas que a notícia é positiva já que risco de crédito tem sido um dos principais temas para o setor aéreo.

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    Não foi a única novidade. A Azul também divulgou balanço antes da bolsa abrir, e os números agradaram. O aumento da demanda num mundo pós-pandêmico ajudou a empresa a ter receita recorde de R$4,5 bilhões no quarto trimestre de 2023, um valor 37% acima do mesmo período de 2019, antes da pandemia, e 19,4% acima do mesmo período de 2021.

    No ano de 2022, a companhia teve prejuízo de R$ 2,7, redução de 22,9% nas perdas na comparação com 2021. No último trimestre, o prejuízo ajustado foi de R$ 610,5 milhões. 

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    O combo de reestruturação da dívida, melhores números em 2022 e a expectativa de uma forte demanda por voos em 2023 explica a euforia do mercado. Que, diga-se, deu carona também para a Gol e CVC Brasil. 

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    Com esse otimismo no radar, o Ibovespa conseguiu fechar em alta de 0,80% aos 104.700 pontos. Não conseguiu, porém, se sustentar acima dos 105 mil pontos, patamar que alcançou no pico do dia. É que tinha gente puxando pra baixo também.

    China hoje

    Do lado das baixas, o destaque ficou para o setor de mineração e siderurgia. As sete maiores perdas do índice foram de empresas do setor (veja abaixo), incluindo a gigante Vale (VALE3), que fechou em queda de -3,53%. Logo depois vieram mais duas empresas ligadas a uma commodity: Suzano (SUZB3, -0,87%) e Klabin (KLBN11, -0,96%), que vendem celulose.

    O motivo? No final de semana, a China anunciou que sua meta de crescimento em 2023 será de “apenas” 5%. Um número que parece bom para os padrões de meros mortais, mas não para o parâmetro chinês: é o menor avanço esperado para o PIB do país em mais de três décadas. 

    A perspectiva de um esfriamento chinês naturalmente derruba os preços das commodities no mundo. O petróleo, que abriu em baixa, conseguiu escapar do azedume ao longo do pregão e fechou em alta de 0,41%.

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    O minério não escapou, com queda de mais de 2%, o que explica o bottom das ações do índice. Mas nem de longe a dor de cabeça foi o suficiente para estragar o voo do Ibovespa.

    Até amanhã.

    Maiores altas 

    Azul (AZUL4): 37,98%

    Gol (GOLL4): 23,78%

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    CVC Brasil (CVCB3): 19,29%

    Via (VIIA3): 10,34%

    BRF (BRFS3): 6,99%

    Maiores baixas

    CSN (CSNA3): -3,84%

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    Vale (VALE3): -3,53%

    Gerdau (GGBR4): -3,20%

    Gerdau Metalúrgica (GOAU4): -2,24%

    Bradespar (BRAP4): -1,38%

    Ibovespa: 0,80% aos 104.700 pontos

    Em Nova York

    S&P 500: 0,07%, aos 4.048

    Nasdaq: -0,11%, aos 11.675 pontos

    Dow Jones: 0,12%, aos 33.431 pontos

    Dólar: -0,58%, a R$ 5,1699

    Petróleo

    Brent: 0,41%, a US$ 86,18 

    WTI: 0,98%, a US$ 80,46 

    Minério de ferro: -2,13%, negociado a US$ 129,45 por tonelada em Dalian (China)

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