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Big techs em baixa: demissões e cortes de custos abalam as empresas mais valiosas do mundo

Amazon deve demitir 10 mil esta semana para driblar a queda nas receitas. Meta já cortou 13% do quadro de funcionários. Google estuda reduzir salários. 

Por Júlia Moura
14 nov 2022, 18h55
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  • O combo inflação, estagnação econômica e alta de juros não está deixando pedra sobre pedra nas grandes companhias. E as big techs estão entre as mais atingidas, já que dependem de investimentos pesados e ininterruptos em inovação. Com os custos de capital e de operação em alta, e as receitas em baixa, é preciso recalcular a rota e enxugar as despesas. E o jeito mais rápido de se fazer isso é com demissões em massa.

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    Na semana passada, a Meta, dona de Facebook, Instagram e WhatsApp, demitiu 11 mil pessoas, o equivalente a 13% de seu quadro de funcionários. No terceiro trimestre deste ano, o lucro da companhia caiu 52% na comparação com o 3T21, de US$ 9,19 bilhões para US$ 4,39 bilhões. 

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    As redes sociais vivem uma queda na receita de publicidade  – claro: basicamente todas as empresas do mundo estão cortando custos, e os de publicidade tendem a estar em primeiro na fila. Além disso, o conglomerado de Zuckerberg enfrenta a forte concorrência do TikTok, a rede desenvolvida pela chinesa ByteDance, e para a qual todo mundo está indo.

    O Twitter, por sua vez, tem outro “inimigo”: a disputa em torno do seu controle, que culminou com a compra de Elon Musk, afastou anunciantes e investidores. No segundo trimestre deste ano, a rede do passarinho teve um prejuízo de US$ 270 milhões, ante lucro de US$ 65,6 milhões um ano antes. 

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    Agora, sob nova direção, o departamento de RH do Twitter nunca trabalhou tanto. Musk está empenhando em tornar a empresa lucrativa e, de início, já demitiu metade dos colaboradores mundo afora e começou a implementar serviços pagos na rede social, desagradando os usuários.

    O Google ainda não mandou ninguém embora, mas congelou as contratações. Segundo a agência de notícias Reuters, a companhia ainda pretende reduzir salários em até 25% para quem trabalha de casa nos EUA. No terceiro trimestre, o lucro líquido da empresa caiu de US$ 18,9 bilhões para US$ 13,9 bilhões.

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    A Amazon também viu seu resultado cair no terceiro trimestre: de US$ 3,2 bilhões em 2021 para US$ 2,9 bilhões este ano. De acordo com o New York Times, a varejista planeja demitir cerca de 10 mil pessoas esta semana, nos setores corporativo e de tecnologia. Este deve ser o corte mais severo da empresa de Jeff Bezos, justamente numa época crítica, com black friday e natal, que é quando a companhia mais vende (e os funcionários trabalham mais).

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    Já a empresa mais valiosa do mundo está um pouco melhor das pernas, mas não saltitante. A Apple não promoveu demissões em massa. Por outro lado, reduziu a produção de iPhones e seu ritmo de contratação.

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    Em entrevista ao canal de TV americano CBS, Tim Cook disse que a redução nas contratações se deve a “incertezas macroeconômicas”, mas que a Apple segue investindo para alavancar os negócios. “Não acreditamos que possamos guardar para a prosperidade. Precisamos investir para a posteridade”, o presidente da empresa de Cupertino.

    Inovação é a o que a companhia mais precisa no momento: os novos modelos de iPhone não agradaram tanto, já que vieram com poucas novidades. E isso refletiu nos resultados da companhia no trimestre passado. O crescimento anual foi quase nulo, de 0,82%, para US$ 20,72 bilhões – algo pouco usual para a empresa da maçã.

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    Outra bigtech que passa por cortes é a Microsoft. A companhia de Seattle demitiu mais de mil funcionários no mês passado. Lyft (concorrente da Uber nos EUA) e o Snap (do ultrapassado Snapchat) são outras companhias do setor que cortaram cabeças recentemente.

    DESVALORIZAÇÃO DOS BDRs DE BIG TECHS NOS ÚLTIMOS 12 MESES:

    Meta (M1TA34): -67,83%

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    Amazon (AMZO34): -45,28%

    Google (GOGL34): -37,40%

    Microsoft (MSFT34): -31,70%

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    Apple (AAPL34): -23,86%

    Twitter (TWTR34): -4,23%

    Índice Nasdaq: -29,28%

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