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Bola das bolsas chega ao fundo do poço e dá uma quicada

Manhã é de alta após o tombo violento da segunda-feira. Mas o receio de que os aumentos nas taxas de juros criem uma recessão lá na frente segue assombrando os mercados.

Por Juliana Américo
10 Maio 2022, 08h23
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  • Os futuros americanos sobem em um movimento de recuperação depois da queda de ontem (-3,20% no S&P 500), que levou os três principais índices ao nível mais baixo do ano. Ainda assim, a preocupação com a inflação, os aumentos nas taxas de juros e uma possível recessão econômica mais adiante mantém os investidores à beira de um ataque de nervos. 

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    O minério de ferro está em seu terceiro dia de queda com as restrições cada vez mais rigorosas na China. A preocupação de que os lockdowns para controlar a covid reduzirão a demanda fizeram com que a commodity se desvalorizasse mais de 10% nos últimos pregões. 

    O petróleo também registra queda  (-2,06%, a US$ 103,76) em meio às discussões da União Europeia sobre  as sanções propostas à Rússia. O grupo quer aplicar novas barreiras econômicas, mas a Hungria ameaça não votar o novo pacote enquanto não for apresentada uma proposta de segurança energética. A Bulgária também já se pronunciou dizendo que é contra a proibição de compra do petróleo russo. 

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    Enquanto a terça aponta para alguma recuperação, as atenções ficam voltadas para a CPI, o indicador de inflação dos EUA. Os números podem ajudar o mercado a especular se o Federal Reserve vai manter a postura de reajustes de 0,5 ponto percentual nos juros, ou se vai partir para o 0,75. 

    Seja qual for a decisão, o risco de recessão é real. O PIB dos EUA já fechou o primeiro trimestre em baixa de 1,4% na taxa anualizada (o que significa 0,35% na taxa trimestral de fato, que o resto do mundo usa). Note que os juros só começaram a subir no finalzinho do período, dia 16 de março. Ou seja: o dinheiro ainda não estava mais caro. Agora já está – o que deve afetar os resultados das empresas. 

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    Falando nos resultados, a temporada de balanços atual segue forte, mas dá alguns sinais de cansaço nas entrelinhas. Até sexta-feira passada, a porcentagem de empresas do S&P 500 que superam as estimativas de lucro por ação está acima da média de cinco anos. Mas a magnitude desses resultados positivos está abaixo da média do período – ou seja, as empresas seguiram crescendo no último trimestre, mas com números menos surpreendentes. 

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    De acordo com os dados da empresa FactSet, 87% das companhias do S&P 500 relataram lucro para o primeiro trimestre de 2022. E dessas empresas, 79% registraram lucro por ação acima das estimativas (a média dos últimos cinco anos é de 77%). Acontece que esses balanços estão “só” 4,9% acima das estimativas, sendo que a média é de 8,9%.

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    Isso, de novo, para um trimestre em que os juros ainda estavam a zero. Para os próximos, o cenário tende a ser menos brilhante. E isso vai tragando as bolsas para baixo. Ainda que, ao menos nesta manhã, a bola tenha dado uma quicada lá do fundo do poço.  

    Bom dia.

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    humorômetro: o dia começou com tendência de alta

    Futuros S&P 500: 0,90%

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    Futuros Nasdaq: 1,40%

    Futuros Dow: 0,76%

    *às 7h35 

    Europa

    Índice europeu (EuroStoxx 50): 1,22%

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    Bolsa de Londres (FTSE 100): 0,67%

    Bolsa de Frankfurt (Dax): 1,43%

    Bolsa de Paris (CAC): 0,88%

    *às 7h35

    Fechamento na Ásia

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    Índice chinês CSI 300 (Xangai e Shenzhen): 1,09%

    Bolsa de Tóquio (Nikkei): -0,58%

    Hong Kong (Hang Seng): -1,84%

    Commodities

    Brent: -2,06%, a US$ 103,76

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    Minério de ferro: -1,96%, US$ 126,80 em Cingapura

    *às 7h35

    Agenda

    09h O IBGE divulga a Pesquisa Mensal do Comércio com os dados das vendas no Varejo em março

    market facts

    Compra da Extrafarma

    A Superintendência-Geral do Conselho Administrativo do Cade recomendou a aprovação da venda da Extrafarma para a rede Pague Menos. A única recomendação é que sejam vendidas, pelo menos, 3% das 399 lojas da Extrafarma – umas 12 unidades – para eliminar preocupações quanto à concorrência. A aquisição foi confirmada em maio do ano passado. A Pague Menos desembolsou R$ 700 milhões para comprar a rival e o negócio a tornará a segunda maior drogaria do país, atrás apenas da Raia Drogasil. Ontem, as ações da Pague Menos caíram 0,72%. 

    Economia russa

    O Ministério das Finanças russo diz que o país enfrenta a contração econômica mais profunda dos últimos 30 anos, quando a União Soviética caiu. Por conta da guerra e das sanções impostas por EUA e União Europeia, o PIB russo deve encolher até 12%. As previsões do Ministério, do Banco da Rússia, do FMI e da Bloomberg variam em uma contração entre 8% e 10%.

    Vale a pena ler:

    Rumo a Dubai

    Magnatas russos estão se mudando em peso para Dubai e Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos. Além de não evitarem negócios com o país do leste europeu, os Emirados também liberaram vistos a oligarcas russos que não têm seus nomes nas listas de sanções dos EUA e da UE. Só no primeiro trimestre, as compras de imóveis em Dubai por russos cresceram 67%. Empresas russas também estão mudando suas operações para lá. Leia aqui.

    -

    Após o pregão, Telefônica, Qualicorp, CVC, Mobly, Alupar, BrasilAgro, CSU Cardsystem e Cury Construtora divulgam os seus resultados do primeiro trimestre. Lá fora, o dia é de balanço da Bayer, Nintendo, Electronic Arts, Sysco e Fox.

     

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