Continua após publicidade

Bolsas sobem com alívio nos Treasuries e avanço das big techs

Queda no petróleo e expectativa pelos resultados da Alphabet (Google) e Microsoft também ajudaram. Ibovespa subiu 0,87% e o dólar recuou 0,46%, para baixo dos R$ 5.

Por Bruno Carbinatto
Atualizado em 25 out 2023, 01h27 - Publicado em 24 out 2023, 18h08

Depois de cinco dias seguidos de quedas nas bolsas americanas, a terça-feira foi marcada por uma injeção de bom humor nos mercados globais, impulsionada, principalmente, pelo alívio nos juros dos títulos americanos, os Treasuries.

Nas últimas semanas, os yields dos títulos de maior prazo vinham causando uma turbulência. Ontem, o rendimento dos com vencimento em 10 anos chegou a romper pela primeira vez desde 2007 a marca de 5%. Mas logo depois veio um alívio, impulsionado por um anúncio do megainvestidor Bill Ackman, que encerrou sua posição vendida nos Treasuries (explicamos essa história no fechamento de mercado de ontem).

O alívio seguiu nesta terça-feira, com os rendimentos do título de dez anos caindo para 4,819%, de 4,847% na véspera. Isso abriu espaço para uma recuperação das bolsas, que vinham numa sequência de sofrência.

Não foi só isso. Nos EUA, a temporada de balanços trimestrais das empresas segue a todo vapor, e entra numa fase crítica: a divulgação dos resultados das big techs, que têm um peso monstruoso no mercado de ações –  Apple, Microsoft, Alphabet, Amazon e Nvidia, juntas, correspondem a um quarto do valor de mercado do S&P 500. Hoje, investidores passaram o dia esperando os números da Alphabet, a dona do Google, e da Microsoft. E o sentimento geral era otimista.

Nisso, o S&P 500 subiu 0,73%; o Nasdaq, que é focado justamente nas techs, foi além e avançou quase 1%. Por aqui, o Ibovespa surfou no otimismo e avançou 0,87%. O dólar, por sua vez, voltou a ficar abaixo dos R$ 5, com queda de 0,46%.

Outro fator que ajudou foi o recuo do preço do petróleo. Nos últimos dias, a commodity tem vivido uma certa montanha-russa que os mercados acompanham com atenção. Isso porque, mesmo antes da guerra Israel-Hamas, o preço do barril já estava alto, acima dos US$ 90, por conta de restrições da oferta após vários importantes exportadores anunciarem cortes na produção, como foi o caso da Arábia Saudita. 

Continua após a publicidade

Aí estourou o conflito no Oriente Médio, e o temor de que a guerra pudesse se espalhar pela região (que é importante produtora) impactou a cotação do petróleo.

Mas, até agora, a guerra tem tido pouco impacto prático no comércio da commodity, e o preço cede. O brent recuou 1,75% hoje, a US$ 87,16. Um alívio no petróleo ajuda a afastar temores inflacionários, principalmente nos EUA, onde o Fed ainda briga com força contra o aumento dos preços. 

Por falar em commodity, a forte alta (3,78%) do minério de ferro hoje na bolsa chinesa de Dalian também deu forças para o Ibovespa. A Vale, que sozinha corresponde a 13% do índice, avançou 2,3%. Aqui, o foco é 100% na China. O governo do país asiático vem prometendo fortes estímulos para a economia, que anda decepcionante e ameaça não cumprir a meta de 5% de crescimento imposta pelo Partido Comunista. Notícias recentes da Bloomberg e da Reuters reforça que o governo deve anunciar um novo pacote de medidas em breve.

E as big techs?

Se o dia foi marcado por um otimismo em relação aos balanços do Google e da Microsoft, terminou em dois caminhos divididos. Os balanços foram divulgados só depois do fechamento, então não tiveram impacto no pregão em si. Mas, no after hours em Nova York, os papéis tiveram caminhos opostos. A ação da Alphabet cai quase 5%, enquanto a da Microsoft sobe 4%. 

Continua após a publicidade

A frustração da empresa do Google veio de uma performance abaixo da esperada no segmento de computação em nuvem – setor em que a companhia é a terceira maior, atrás só da Amazon e da própria Microsoft. O lucro operacional da Alphabet nesse pedaço do seu negócio foi de só US$ 266 milhões, contra estimativas de US$ 434 milhões. Já a Microsoft surpreendeu com um aumento de receita de 13%, acima do esperado por analistas.

Até amanhã.

MAIORES ALTAS

CVC Brasil (CVCB3): 5,49%

Alpargatas (ALPA4): 5,24%

Continua após a publicidade

Locaweb (LWSA3): 4,33%

Raízen (RAIZ4): 4,17%

Natura (NTCO3): 3,71%

MAIORES BAIXAS

Magazine Luiza (MGLU3): -6,62%

Continua após a publicidade

Casas Bahia (BHIA3): -3,77%

Suzano (SUZB3): -3,47%

Carrefour (CRFB3): -3,40%

Cielo (CIEL3): -3,01%

Ibovespa: 0,87%, aos 113.761 pontos

Continua após a publicidade

Em Nova York

S&P 500: 0,73%, aos 4.247 pontos

Nasdaq: 0,93%, aos 13.139 pontos

Dow Jones: 0,62%, aos 33.140 pontos

Dólar: -0,46%, a R$ 4,9967

Petróleo 

Brent: -1,75%, a US$ 87,16 

WTI: -2,04%, a US$ 83,74

Minério de ferro: 3,78%, a US$ 118,25 por tonelada

Publicidade