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Com feriado nos EUA, crise energética na Europa dita os rumos do mercado

Preço do gás dispara, enquanto euro crava nova mínima em 20 anos.

Por Júlia Moura, Camila Barros
Atualizado em 5 set 2022, 08h57 - Publicado em 5 set 2022, 08h50
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  • Bom dia!

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    A semana começa tensa na Europa, enquanto o coração financeiro global está de folga devido ao feriado do Dia do Trabalho nos Estados Unidos.

    A segunda-feira amanheceu com mais um agravante na crise energética que se arrasta desde o começo da guerra na Ucrânia. 

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    Os russos não gostaram nada da ideia do G7 (os sete países mais ricos do mundo) de impor um teto ao preço do petróleo do país. A proposta foi divulgada na última sexta, como mais uma sanção em resposta ao conflito na Ucrânia.

    Em seguida, a estatal russa Gazprom adiou a retomada das operações do gasoduto Nord Stream 1 (que liga a Rússia à Alemanha), prevista para sábado, alegando a descoberta de um novo vazamento.

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    Hoje, o Kremlin disse que as sanções econômicas à Rússia impediram a manutenção do gasoduto e que o fornecimento de gás russo não irá voltar até que o Ocidente tire as restrições ao país.

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    Nesta manhã, os preços do gás natural chegaram a subir mais de 35% e o euro bateu uma nova mínima em 20 anos: US$ 0,988, com uma queda de 0,7%. O petróleo sobe mais de 2%.

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    A alta nos preços do gás e do petróleo já está machucando a economia europeia, e global, há um tempo, e uma real escassez das matrizes energéticas deve fazer a atividade sangrar muito mais.

    Hoje mesmo, dois termômetros apontam a fragilidade da economia no velho mundo:

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    Com uma crise deste tamanho, o BCE (Banco Central Europeu) se reúne para definir sua política monetária nesta quarta, quando o Brasil celebra a sua independência, no papel, dos europeus.

    Boa semana!

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    humorômetro: o dia começou sem tendência definida
    (Arte/VOCÊ S/A)

    Bolsas nos EUA não abrem hoje.

    Europa
    (Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)

    Índice europeu (EuroStoxx 50): -2,19%

    Bolsa de Londres (FTSE 100): -0,66%

    Bolsa de Frankfurt (Dax): -2,66%

    Bolsa de Paris (CAC): -1,86%

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    *às 8h25

    Fechamento na Ásia
    (Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)

    Índice chinês CSI 300 (Xangai e Shenzhen): – 0,20%

    Bolsa de Tóquio (Nikkei): -0,11%

    Hong Kong (Hang Seng): -1,16%

    Commodities

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    Brent: 2,58%, a US$ 95,46

    Minério de ferro: 2,92%, a US$ 97,05 a tonelada na bolsa de Cingapura

    *às 7h03

    market facts

    Follow-on da IRB

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    Vendendo cada ação por R$ 1, o IRB levantou R$ 1,2 bilhão num follow-on realizado na última sexta-feira. O papel saiu com desconto de 28,5% em relação ao fechamento de quinta-feira, dia de precificação. Ainda assim, a desconfiança na resseguradora falou mais alto e a demanda pelos papéis foi fraca. A oferta conseguiu captar só o valor necessário para cumprir as exigências regulatórias e continuar operando – antes, a Susep, órgão que regula o setor, considerava que a IRB não tinha dinheiro  suficiente em caixa para tocar o negócio com segurança.

    E teve um empurrãozinho do Bradesco e do Itaú, os maiores acionistas do IRB. O Bradesco, que possui 15,78% da companhia, colocou R$ 190 milhões. O Itaú, com 11,51%, injetou R$ 138 milhões. Ao todo, os dois bancos já colocaram quase R$ 1 bilhão no IRB desde o início da crise da empresa. 

    Vale a pena ler:
    (Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)

    Queda da coroa dos fundos ESG

    Entre 2020 e 2021, ETFs com foco em ESG movimentaram US$ 32 bilhões nos EUA. Este ano, até agora, foram só US$ 4,5. bilhões. Claro, eles estão desempenhando mal, já que costumam incluir na carteira muitas empresas de tecnologia (setor esmagado pela escala dos juros nos EUA) e excluir empresas do setor energético (que tem bombado graças ao alto custo de energia). Para investir em sustentabilidade em 2022, só acreditando muito no propósito das empresas. Não é o que está acontecendo. A Bloomberg explica que a definição branda do que é, de fato, uma empresa sustentável tem acendido um alerta nos investidores e os afastado dos fundos ESG. 

    FIIs de papel

    Os fundos imobiliários que dominam o mercado hoje não são donos de prédios espelhados na Faria Lima ou coisa que o valha. Quem manda são os “fundos de papel” – no lugar de imóveis físicos eles têm como lastro títulos de dívida ligados ao setor imobiliário, como CRIs e LCIs. De queridinhos supervalorizados, os fundos lastreados em dívidas imobiliárias agora amargam quedas de mais de 10%. Aqui, a gente te explica o que está acontecendo. 

    Agenda

    Inglaterra, 12h30: Catherine Mann, dirigente do BoE, participa de painel sobre inflação na Universidade de Kent 

    Brasil, 20h: Roberto Campos Neto palestra em evento do jornal Valor Econômico

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