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Com inflação menor do que a esperada, Ibovespa se descola dos EUA e sobe 0,93%

Em Wall Street, clima é o oposto do brasileiro: inflação mais persistente deve levar o Fed a manter os juros altos por mais tempo.

Por Bruno Carbinatto
12 set 2023, 17h54
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  • Nem sempre a bola de cristal do mercado funciona. Às vezes, isso é uma boa notícia. Hoje, os dados de inflação do IBGE vieram abaixo do esperado pelos analistas, o que trouxe um alívio para o Ibovespa e fez o índice fechar no azul no dia: 0,93%.

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    O IPCA de agosto, divulgado pela manhã, ficou em 0,23%, abaixo dos 0,28% esperados. Na base anual, 4,61%, contra uma projeção de 4,66%. Em julho, o índice tinha sido de 0,12% (e 3,99% na base anual). Até agora, no ano, o IPCA acumula alta de 3,23%.

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    Entre os grupos que mais trouxeram alívio para o bolso dos brasileiros, ficou o de alimentação e bebidas, com queda de 0,85%. Já “habitação” teve a maior alta: 1,11%.

    Em geral, analistas destacaram que o dado mostra que a inflação está sob controle, e destacam a desinflação do setor de serviços como principal notícia positiva. É um número que reforça uma série de revisões otimistas para a economia brasileira, numa onda de bom humor que começou em junho deste ano.

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    O xis da questão, porém, é outro. Para a maioria, a surpresa positiva não foi o suficiente para levar a uma mudança de rota do Copom na sua trajetória de redução de juros. Atualmente, o consenso é que o Banco Central siga com seu plano divulgado em agosto, de cortar a Selic em 0,5 ponto percentual nas reuniões restantes de 2023, o que levaria a taxa para 11,75% no fim do ano.

    Há quem acredite que há espaço para acelerar esse trajeto, mas é uma minoria. Mesmo com a surpresa positiva de hoje, o mercado acha que o Copom deverá seguir com seu plano anunciado. De qualquer forma, o alívio no aumento dos preços injetou bom humor no pregão de hoje.

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    Papéis mais ligados à economia doméstica, dos setores de varejo, consumo e construção civil, se beneficiaram mais do bom humor desta terça-feira. Petz (PETZ3) e Assaí (ASAI3) lideraram os ganhos, com 5,98% e 5,40%, respectivamente. Das 86 ações que compõem o índice, 71 subiram.

    Nos EUA

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    O Ibovespa, quem diria, nadou contra a corrente das bolsas globais hoje. Nos EUA, o dia foi marcado por cautela e mau humor. E o motivo é parecido com o que moveu o pregão brasileiro hoje, só que ao contrário: por lá,  a expectativa é que a inflação surpreenda negativamente, reacendendo temores de juros altos.

    O CPI, índice de inflação americano equivalente ao nosso IPCA, sai amanhã. E a expectativa é que ele mostre o maior aumento de preços mensal em 14 meses. Por lá, o medo da inflação tinha perdido a força após o Fed conseguir domar o monstro com seus juros altos, diminuindo o índice de 9% para os atuais 3%. Mas uma surpresa negativa amanhã pode trazer de volta o temor dos americanos, que não estão acostumados com inflação como nós.

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    Lá, também é o banco central que está no centro das atenções. Ninguém sabe se o Fed chegou ao fim do seu aumento de juros ou se ainda subirá a “Selic” americana em mais 0,25 ponto percentual ainda esse ano. Dados como o de amanhã serão centrais para tentar descobrir o próximo passo do BC americano.

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    E mesmo que ele não suba novamente os juros, pode mantê-los altos por mais tempo do que o esperado pelo mercado, o que igualmente causa mau humor nas bolsas.

    É por isso que os índices americanos fecharam no vermelho hoje. As ações de tecnologia, mais sensíveis a juros altos, sangraram mais: o Nasdaq caiu 1,04%, contra -0,57% do S&P 500. 

    O destaque ficou para a Apple, cujas ações tombaram 1,7% justamente no dia em que a empresa da maçã fez seu tradicional evento de anúncio de novos produtos, incluindo o iPhone 15. Além da cautela com a inflação e juros, eventos como esse da Apple costumam carregar o espírito “vender no fato”, o que explica o movimento de hoje.

    Até amanhã.

    MAIORES ALTAS

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    Petz (PETZ3): 5,80%

    Assaí (ASAI3): 5,32%

    Hapvida (HAPV3): 4,50%

    CVC Brasil (CVCB3): 3,80%

    Alpargatas (ALPA4): 3,60%

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    MAIORES BAIXAS

    Braskem (BRKM5): -2,27%

    Locaweb (LWSA3): -2,00%

    CSN Mineração (CMIN3): -1,83%

    Yduqs (YDUQ3): -1,25%

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    Usiminas (USIM5): -1,16%

    Ibovespa:  0,93%, aos 117.968

    Em Nova York

    S&P 500: -0,57%, aos 4.462 pontos

    Nasdaq: -1,04%, aos 13.773 pontos

    Dow Jones: -0,05%, aos 34.647 pontos

    Dólar: 0,44%, a R$ 4,9530

    Petróleo

    Brent: 1,57%, a US$ 92,06

    WTI: 1,78%, a US$ 88,84

    Minério de ferro: 1,96% a US$ 117,84 por tonelada na bolsa de Dalian (China)

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