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Deflação na China é má notícia para o Ibovespa nesta quarta-feira

Primeira queda nos preços do país asiático em dois anos indica uma demanda fraca e uma economia sem gás, azedando o humor de investidores mundo afora.

Por Bruno Carbinatto e Sofia Kercher
Atualizado em 15 ago 2023, 21h04 - Publicado em 9 ago 2023, 08h18
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    Mais um dia, mais um dado preocupante trazido pelos ventos do oriente. Ontem, a balança comercial da China assustou o mercado e azedou o humor na bolsa, ao mostrar uma queda forte nas exportações e importações. Hoje, o número em destaque é a inflação. Ou, no caso, a falta dela.

    A China registrou, em julho, uma deflação de 0,3% na comparação anual em seu CPI, principal índice de inflação ao consumidor (equivalente ao IPCA). É a primeira queda no dado desde fevereiro de 2021. A previsão era de uma deflação de 0,4%.

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    Já a inflação ao produtor teve um recuo mais forte (-4,4% na comparação anual), e acima dos 4% previstos. A última vez que houve deflação dupla na China (ao consumidor e ao produtor) foi há mais de três anos, em 2020.

    Enquanto grande parte do Ocidente ainda luta contra uma teimosa onda inflacionária, a queda nos preços da China é fruto de uma demanda fraca e uma economia sem gás, ou seja, é igualmente má notícia

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    Desde que abandonou sua draconiana política de Covid-zero, no final do ano passado, o país asiático tem decepcionado investidores com um uma recuperação lenta, especialmente por conta de um mercado imobiliário ainda fraco e uma demanda anêmica. O governo, por sua vez, promete impedir o pior cenário por meio de estímulos à economia, mas, por enquanto, eles têm sido limitados, e as promessas de mais medidas não estão acalmando investidores.

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    O dado da deflação, então, veio para somar a esse quadro de pessimismo maior com a economia chinesa. Hoje, o índice CSI 300, que reúne as principais ações das bolsas de Xangai e Shenzhen, fechou o dia com queda de -0,31% – o tombo só não foi pior porque investidores já antecipavam a queda nos preços.

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    Investidores agora esperam que Pequim detalhe os planos para estimular a economia chinesa, que, de certa forma, funciona também como um motor da economia mundial. Por isso mesmo dados fracos da China afetam o mundo todo, mas principalmente as economias emergentes, como a brasileira, já que o país é consumidor voraz de commodities. Por isso o Ibovespa tem de torcer para que a deflação de julho seja pontual, e não o começo de uma espiral recessiva na economia do dragão asiático.

    Por aqui, apesar da agenda esvaziada, a temporada de balanços segue com força, com destaque para dois bancos: o BTG, antes da abertura, e o Banco do Brasil, depois do fechamento. 

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    Bons negócios.

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    humorômetro: o dia começou com tendência de alta
    (VCSA/Você S/A)

    Futuros S&P 500: 0,20%

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    Futuros Nasdaq: 0,21%

    Futuros Dow Jones: 0,14%

    *às 8h01

    market facts
    (Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)

    Voos em alta

    Gol e Azul divulgaram ontem seus dados sobre a demanda de passageiros em julho. Na Azul, a demanda total de passageiros subiu 5,3% em julho, na comparação com o mesmo mês do ano anterior. A oferta de assentos, porém, cresceu mais: 7,1%. Com isso, a taxa de ocupação caiu 1,4 pp, para 83,2%. 

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    A Gol também apresentou números positivos, e um pouco mais enxutos. Aumento de 6,6% na demanda e de 3,3% na oferta de assentos na comparação anual. Dessa forma, a taxa de ocupação subiu 2,6 pp, a 83,4%.

    A aérea laranja apresentou seu balanço do 2T23 no dia 27 de julho – lucro de R$ 556 milhões, revertendo um prejuízo de R$ 2,9 bilhões no 2T22. A aérea ciano mostra seu resultado nesta quinta (10).

    Agenda
    (Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)

    9h IBGE divulga vendas no varejo de junho

    Europa
    (Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)

    *às 8h04

    Fechamento na Ásia

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    *às 8h05

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     A bet do mini-dólar

    Os mini-contratos parecem instrumentos complexos. Não são: entenda aqui como eles funcionam, e porque não há como chamá-los de investimentos, mas só de apostas mesmo.  

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    Brasil, antes da abertura: BTG Pactual

    Brasil, depois do fechamento: Banco do Brasil, Cogna, Hapvida, Rede D’or, Minerva, SLC Agrícola e Ultrapar

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    EUA, depois do fechamento: Walt Disney

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