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Embraer tem seu maior lucro desde 2017, e voa 135% no ano

Fabricante de aeronaves confirma 2021 como seu ano da virada. Lucro de R$ 212 milhões no 2T20 e alta de 7,28% só hoje. Na outra ponta, Magalu e ex-B2W tombam feio.

Por Alexandre Versignassi
Atualizado em 13 ago 2021, 17h55 - Publicado em 13 ago 2021, 17h54
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  • A Embraer voltou no tempo neste segundo trimestre. Para um tempo em que não havia a pandemia na contramão atrapalhando o tráfego aéreo e, não menos importante para ela, para um tempo não poluído pela tentativa de fusão com a Boeing, que arrastou-se entre 2018 e 2020.

    O fato é que ela teve seu maior lucro trimestral desde 2017. Foram R$ 212 milhões no 2T21 (contra R$ 351 milhões lá no 3T17, um dos melhores da história da companhia). 

    Trata-se também do primeiro resultado no azul desde o 2T19, quando a empresa tinha registrado R$ 26 milhões de lucro. Nos dois anos de lá para cá, o que veio foi um prejuízo somado de R$ 3,48 bilhões, divididos assim:

    A receita agora foi estupendamente maior que a do 2T20 (106%). Mas não faz sentido uma comparação ano a ano com o pior momento da história da aviação global. O mais lógico é bater com os números do 2T19. E quando você faz isso, vê uma empresa mais enxuta. 

    Nessa comparação, temos que a receita subiu 9%, de R$ 5,4 bilhões para R$ 5,9 bilhões. O lucro, porém, foi quase 10 vezes maior. 

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    As entregas de aeronaves, porém, ainda estão longe do ritmo pré-pandemia. Neste trimestre, foram 14 jatos comerciais e 20 executivos. No 2T19, tinham sido 26 comerciais e 25 executivos. O número atual, de qualquer forma, afasta o fantasma de 2020 – no 2T20 foram apenas 4 jatos comerciais e 13 executivos.

    Mesmo assim, este balanço consolida 2021 como um ano de virada para a Embraer. A empresa fechou o ano passado desacreditada. Em 2021, porém, vieram diversas encomendas novas (com destaque para uma de 80 jatos E-195 E2, sua maior e mais cara aeronave), mais o buzz todo em torno da Eve, sua subsidiária dedicada ao desenvolvimento de eVTOLS (veículos elétricos de pouso e decolagem vertical) – chamados de “carros voadores” pelos mais entusiasmados, mas que podem muito ser descritos como “helicópteros elétricos”. E que, sim, são uma aposta que tem tudo para dar certo – metade do Vale do Silício já embarcou nessa, ninguém com a experiência da Embraer. 

    Com tudo isso, a fabricante de aviões agora registra uma alta de 135% em 2021 – o que a coloca no pódio de maiores altas do ano, junto de Braskem (139%) e a Hering (137%).

    Falando em Hering… 

    Hering

    A malharia catarinense divulgou seu balanço antes do pregão da última sexta: queda de 94% no lucro em relação ao 2T20 – de R$ 126 milhões para R$ 7 milhões. Só que os números do 2T20 estavam contaminados por um fator não recorrente: créditos de PIS e Cofins que inflaram os lucros artificialmente. A comparação, então, não era cabível (por um motivo inverso ao da Embraer). 

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    Logo, as ações ficaram estáveis entre os pregões de sexta (06) e de terça (10). De lá para cá, porém, elas decolaram 10%. +7,28% só hoje. Talvez o mercado tenha olhado para o lado meio cheio do copo: o aumento de 185% na receita bruta entre um ano e outro – de R$ 142 milhões para R$ 405 milhões. 

    Se o dia foi feliz para o varejo de  moda, não dá para dizer o mesmo sobre o varejo mais amplo. Vamos lá.

    Americanas S.A (ex-B2W)

    O primeiro balanço trimestral da dona Americanas.com e da Submarino (recentemente fundidas) não agradou – mesmo com o lucro de R$ 225 milhões, que reverteu um prejuízo de R$ 36 milhões no mesmo período do ano passado. 

    O problema ali foi o seguinte. As grandes varejistas olham para uma métrica específica, tão ou mais importante que o lucro, o “GMV” (gross merchandise value), o valor bruto das vendas. A Americanas SA reportou R$ 12,6 bilhões de GMV – 32,6% maior que o do 2T20. 

    O problema: o Mercado Livre (negociado na Nasdaq) ampliou seu GMV em 40%. A e-commerce da Magalu, em 41%. Para os analistas da XP e do Bradesco BBI, isso sinaliza que a Americanas está perdendo terreno. O mercado concordou. Queda de 7,88% – e de 9,13% para LAME4 (as ações da empresa que restou da fusão com a B2W como uma controladora à parte).  

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    Dia ruim também para a empresa formerly known as Via Varejo (agora é só “Via”). 

    Via Varejo 

    O crescimento do GMV da Via, dona de Casas Bahia e Ponto Frio ficou acima da média do mercado: 51%, subindo para R$ 11,4 bilhões. E o 

    Mas o mercado não gostou da redução na margem de lucro: 6,2% neste trimestre, contra os 10,6% de um ano atrás.

    Com isso, VVAR3 caiu 6,38%.

    Magalu

    A companhia de Luiza e Fred Trajano teve um GMV total de R$ 13,7 bilhões (contando o comércio eletrônico e as lojas físicas). A margem de lucro dobrou, de 2,6% há um ano para 5,1% agora. 

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    ​​O lucro em si foi de R$ 89 milhões, contra um prejuízo de R$ 62 milhões no 2T20. Ainda assim, o resultado está longe do de 2019, quando a empresa reportou R$ 386 milhões de lucro. 

    O mercado, pelo jeito, não gostou. E a Magalu amargou uma queda de 3,34%.

    O pitoresco de todos esses resultados do varejo é que não se tratam de resultados débeis. Cada empresa, a seu modo, mostrou um crescimento consistente. E mesmo assim sofreram no pregão. 

    Ou seja: talvez as quedas não reflitam só eventuais quebras de expectativa com os resultados. Mas falta de perspectiva na economia brasileira como um todo – nenhum setor sofre mais com uma economia capenga, na qual o índice de desemprego teima em ceder, do que o varejo.

    Sextemos com isso. E até semana que vem!     

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    Maiores altas

    CPFL Energia: +8,28%

    Embraer: +7,28%

    Hering: +5,40%

    B3: +5,40%

    Energisa: +5,35% 

    Maiores baixas

    Lojas Americanas: -9,13%

    Americanas: -7,88%

    Via: -6,38%

    Magalu: -3,34%

    Qualicorp: -2,97%

    Ibovespa: +0,41%, a 121.193 pontos,

    Em Nova York

    S&P 500: +0,16%, aos 4.468 pontos 

    Nasdaq: +0,04%, aos 14.822 pontos

    Dow Jones: +0,05%, aos 35.515 pontos

    Dólar: baixa de 0,21%, a R$ 5,2451

    Petróleo

    Brent: queda de 1,00%, a US$ 70,59

    WTI: queda de 0,94%, a US$ 68,44

    Minério de ferro: queda de 0,55%, cotado a US$ 162,07 a tonelada no porto de Qingdao (China)

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