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Empresas de educação sobem mais de 10% no mês até agora – após um derretimento histórico

A Yduqs tinha perdido 48% de seu valor de mercado entre o início de 2020 e o de 2021. A Cogna, 67%. Chegou a hora da virada?

Por Bruno Carbinatto, Alexandre Versignassi
Atualizado em 28 Maio 2021, 18h50 - Publicado em 27 Maio 2021, 19h05
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 (Laís Zanocco/VOCÊ S/A)
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As ações das duas companhias de educação do Ibovespa estiveram entre as maiores altas do dia: Yduqs (+6,67%) e Cogna (+6,19%). Fosse só as valorizações de hoje, não seria notícia.

Mas o desempenho da dupla é notório no mês. Altas de 13,09% para a dona da Estácio (a Yduqs) e de 10,85% para a controladora da Anhanguera Educacional (a Cogna).    

Os números positivos indicam alguma recuperação após um longo inverno. Dá para ver isso nos números a longo prazo: entre o início de 2020 (no pré-pandemia) e abril de 2021, a Yduqs tinha perdido 48% de seu valor de mercado. A Cogna, 67%.    

Ambas sofreram com aumentos na inadimplência e com a redução do Fies, o programa de financiamento estudantil do governo federal. E ainda sofrem.  

Mesmo assim, a dupla mostra otimismo. Nesta semana, a Yduqs anunciou que vai investir R$ 20 milhões na construção de um novo campus para a Estácio, sua instituição de ensino superior no Rio de Janeiro – um prédio capaz de abrigar 10 mil alunos, e que será o maior da rede.

Já a Cogna planeja novas aquisições para o segundo semestre, revelou seu CEO, Rodrigo Galindo, em entrevista para o Valor. Ele não diz quais seriam essas aquisições, mas dá outras notícias positvas. Segundo Galindo, medidas tomadas pela empresa em 2020 estão começando a fazer efeito, como endurecer as exigências com inadimplentes. O tempo médio para um aluno efetuar pagamento no segundo trimestre de 2019 era de 127 dias; agora, são 65 dias, afirmou.

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Na ponta oposta, a das maiores baixas, quem liderou foi a Azul (-4,77%). Com isso, a aérea devolve uma parte substancial da alta de ontem (11%, por conta de rumores de que ela estaria prestes a adquirir a Latam Brasil, que deve apresentar seu pedido de recuperação até julho aos credores). A Gol, que também subiu forte ontem (7%), caiu menos (1,23%) – talvez por conta das perspectivas otimistas que apresentou ao mercado.    

Ibovespa: alta de 0,30%

O Índice fechou em alta moderada, mantendo-se na casa dos 124 mil pontos. No começo da tarde, ele até chegou a perder esse patamar. É que o dia iniciou com um dado negativo por aqui: o do desemprego. O IBGE divulgou hoje que a taxa de desemprego no Brasil chegou a 14,7% no primeiro trimestre, o maior número da série histórica. São 14,8 milhões de brasileiros em busca de emprego. Apesar de uma alta ser esperada, o resultado veio acima da mediana das projeções do mercado (14,6%), o que pressionou o Ibovespa para baixo. 

Ao longo da tarde, uma notícia positiva segurou as pontas: a Fitch, uma das maiores agências de classificação de risco de crédito, decidiu manter a nota do Brasil em “BB-” – em vez de rebaixar, como alguns temiam.  A agência justificou a decisão com base na ideia de que a nossa economia é grande e diversificada e tem uma certa capacidade de absorver choques externos.

Os investidores receberam bem a notícia, embora seja um “pelo menos não pioramos”. Mas a Fitch ainda reiterou que tem uma “perspectiva negativa” para o país – temores com os problemas fiscais do Brasil na pandemia, com dúvidas sobre se o país realmente vai cumprir o teto de gastos (se não cumprir, o risco de inflação alta com juros altos – o pior cenário possível para qualquer economia, é real).

De qualquer forma, foi o suficiente para manter o índice no azul. Nova York também ajudou: as bolsas americanas tiveram um dia levemente positivo, puxado, ironicamente, pelo mesmo dado que pressionou o Ibovespa para baixo: o do desemprego.

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Menos desemprego – nos EUA

Nesta quinta, Wall Street deu uma pequena pausa nos seus temores inflacionários e fechou no positivo, ainda que timidamente. É que o dia começou com um dado bom: o país registrou apenas 406 mil novos pedidos de seguro desemprego, contra 425 mil das previsões. É a quarta vez seguida que o dado semanal cai e renova o recorde de menor patamar desde que a pandemia começou. 

Menor desemprego, é, claro, um ótimo sinal para a recuperação econômica de um país. Outro é a taxa de vacinação da população: mais da metade dos americanos recebeu pelo menos uma dose dos imunizantes da Pfizer ou Moderna ou a dose única da Johnson & Johnson (as três liberadas por lá).  

Outro fator que parece ter animado investidores foi a notícia do The New York Times de que o presidente Biden vai apresentar amanhã seu orçamento para 2022, que soma U$ 6 trilhões em gastos do governo federal. A cifra corresponde em grande parte a dois ambiciosos planos trilionários do presidente que já eram conhecidos pelo mercado, incluindo um de investimentos em infraestrutura. 

Ações de setores que mais têm a ganhar com esses investimentos (como indústria, finanças e commodities), lideraram as altas e ajudaram a colocar o S&P 500 e o Dow Jones no positivo. Mas não foi aquela Brastemp: tivemos subidas tímidas, e o Nasdaq zerou (veja lá embaixo).

É que, apesar das notícias boas, a novela da inflação nos EUA está longe de acabar. Os índices estão em altas históricas, com as maiores altas de um mês para outro desde 1982, e amanhã teremos um capítulo importante dela: o governo americano divulgará o PCE (Personal Consumption Expenditures) de abril, um dos índices de inflação do país. 

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E os investidores aguardam o número roendo as unhas – a essa altura, poucos são insanos o bastante para movimentar grandes quantias sem saber se a inflação americana vai arrefecer ou despirocar de vez.

O outro índice de inflação deles é o CPI (Consumer Prices Index), e ambos são parecidos com o nosso IPCA. As diferenças são apenas metodológicas: para definir a cesta de produtos do CPI, o governo americano se baseia nos produtos que uma família média consome; para o PCE, a base são os produtos mais vendidos pelos negócios. O CPI saiu há duas semanas, e indicou as maiores altas em quase 40 anos.

De qualquer forma, o impacto do PCE amanhã pode ser grande. O quão grande? Você descobre por aqui amanhã. Até lá. 🙂

Maiores altas

Yduqs: +6,67%

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Hering: +6,62%

Cogna: +6,18%

Embraer: +6,05%

Pão de Açúcar: +3,43%

Maiores baixas

Azul: -4,57%

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Localiza: -2,61%

Fleury: -2,32%

Locamerica: -1,69%

Marfrig: -1,45%

Ibovespa: alta de 0,30%, aos 124.366 pontos

Em NY:

S&P 500: alta de 0,11%, aos 4.200 pontos

Nasdaq: queda de 0,01%, aos 13.736 pontos

Dow Jones: alta de 0,40%, aos 34.461 pontos

Dólar: queda de 1,09%, a R$ 5,25

Petróleo

Brent: alta de 0,68%, a US$ 69,20

WTI: alta de 0,97%, a US$ 66,85 

Minério de ferro: queda de 1,63%, a US$ 189,73 a tonelada no porto de Qingdao (China)

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