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Entenda como a Petrobras se tornou a maior pagadora de dividendos do mundo

Quem comprou PETR4 em 2016 teve o investimento 100% pago só com os proventos do segundo trimestre.

Por Tássia Kastner
Atualizado em 25 ago 2022, 12h24 - Publicado em 24 ago 2022, 17h37

Quem diria: a Petrobras (PETR4) se tornou a maior pagadora de dividendos do mundo no segundo trimestre deste ano, deixando para trás companhias como a Nestlé, Rio Tinto (mineradora concorrente da Vale) e a Microsoft.

O top 10 é esse aqui.

Petrobras

Nestlé

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Rio Tinto

China Mobile

Mercedes-Benz Group

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BNP Paribas

Ecopetrol

Allianz

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Microsoft

Sanofi

Bem, no fim do mês passado a estatal brasileira havia anunciado a distribuição de R$ 87,8 bilhões relativos ao período de abril a junho. Era recorde e equivalia a duas PEC Kamikaze, o pacote de bondades do governo para tentar alavancar a popularidade às vésperas da eleição.

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A comparação não é à toa. É que o dividendo turbo da Petro veio na esteira da pressão de Brasília. A PEC fez pingar R$ 600, e não R$ 400, na conta de quem recebe o auxílio emergencial, além dos R$ 1.000 por mês para caminhoneiros e taxistas. Alguém precisaria pagar essa conta. No começo, ficou pendurado num decreto de calamidade pública, mas pegou tão mal na Faria Lima que o governo fez chover dividendos para não comprar fiado. 

Bom para o acionista da Petro, que levou R$ 6,70 por ação na conta. Curiosidade: quem comprou PETR4 nos idos de 2016, quando a ação estava abaixo de R$ 7,00, obteve um dividend yield de 100% só no último trimestre.

Ou seja, mesmo se não tivesse rolado nenhum dividendo antes desse, o investimento inicial estaria pago (ao menos em termos nominais, sem levar em conta a inflação) – tudo isso independentemente do que venha a acontecer com o preço do papel daqui para a frente.

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O ranking de maiores pagadoras de dividendos do mundo é feito pela gestora Janus Henderson, e foi publicado inicialmente pelo Infomoney.

A Petro é a única brasileira na lista – mas foi acompanhada pela colombiana Ecopetrol no top 10.

O trimestre foi marcado pela disparada nos preços do petróleo, o que obviamente turbinou o lucro das companhias do setor. Na máxima, o brent se aproximou dos US$ 130 por barril. O patamar hoje é outro: o barril voltou à cercania dos US$ 100.

Não que isso seja exatamente um problema para os dividendos da Petro. Em 2021, quando o barril oscilou entre US$ 55 e US$ 86, a estatal pagou R$ 7,70 por ação – um generoso yield de 27% sobre o preço do papel no último dia do ano.  

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