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Euro cai para a mínima em 20 anos com risco de recessão

Bolsas americanas começam a semana pós-feriado com queda. No Brasil, PEC Kamikaze pode ficar ainda mais explosiva.

Por Júlia Moura, Tássia Kastner, Camila Barros
Atualizado em 5 jul 2022, 08h49 - Publicado em 5 jul 2022, 08h39
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  • Bom dia!

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    Talvez não tão bom assim para os europeus. Nesta terça, o euro caiu para o menor valor em quase 20 anos, para US$ 1,0281. A moeda não ficava tão barata assim desde dezembro de 2002. Vamos aos porquês:

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    A alta de juros na zona do Euro tem o objetivo de tentar controlar a inflação na região, que subiu para 8,6% em junho. O lance é que o maior impacto da alta de preços vem do aumento nos combustíveis, algo que não é diretamente controlado com juros. E arrisca colocar a economia do bloco em recessão. Aí o euro perde ainda mais força. 

    Nesta manhã, os preços do gás saltaram 8% com uma greve na gigante norueguesa Equinor, que fechou três refinarias e deve reduzir a oferta para a Europa justo quando o bloco sofre com o fechamento das torneiras russas. Em resumo, preço mais caro.

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    É um combo que coloca o BCE numa sinuca de bico, tentando controlar a doença com o único remédio que tem – mas que pode se tornar veneno.

    A Europa não está sozinha. Do outro lado do oceano, os americanos acordaram de ressaca pós-feriado de independência. Na sexta, as bolsas americanas decidiram ver o lado meio cheio do risco de recessão. Hoje, estão com o copo meio vazio.

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    Enquanto isso, o governo Bolsonaro continua 100% focado na corrida eleitoral, ampliando o rombo causado pela PEC Kamikaze, ou PEC dos Auxílios eleitoreiros de Bolsonaro. Agora, o relator da proposta, o deputado Danilo Forte (União-CE), sugeriu incluir um auxílio-Uber aos motoristas de aplicativo, tal qual o que será concedido aos taxistas. 

    Quem sabe até ser aprovada, a PEC também não nos beneficie? O problema será pagar a conta em 2023. Bons negócios.

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    Humorômetro - dia com tendência de baixa
    (Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)

    O dia começou com tendência de queda:

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    Futuros S&P 500: -0,48%
    Futuros Nasdaq: -0,61%%
    Futuros Dow: -0,42%%

    Europa

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    Índice europeu (EuroStoxx 50): -0,72%

    Bolsa de Londres (FTSE 100): -1,06%

    Bolsa de Frankfurt (Dax): -0,91%

    Bolsa de Paris (CAC): -1,05%

    *às 8h04

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    Fechamento na Ásia

    Índice chinês CSI 300 (Xangai e Shenzhen): -0,14%

    Bolsa de Tóquio (Nikkei): 1,03% 

    Hong Kong (Hang Seng): 0,10%

    Commodities

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    Brent*: -1,6%, a US$ 111,68
    Minério de ferro: 2,36%, a US$ 112,90 por tonelada

    *às 8h10

    Agenda

    09h: Produção Industrial do Brasil em maio

    10h: PMI Composto S&P Global do Brasil em junho

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    10h30: Superávit Orçamentário do Brasil em maio

    market facts

    Da boca pra fora

    Empresas têm anunciado programas de recompra de ações como nunca. Mas só 44% das empresas efetivamente compraram mais de 50% dos papéis que desejaram, segundo um relatório do BTG Pactual que analisou 161 programas de recompra divulgados nos últimos 5 anos. Em programas grandes, que pretendiam comprar mais de 6% das ações em circulação, só 12 companhias compraram no mínimo 50% do valor anunciado. O BTG destacou positivamente 3 empresas: a Vale, que anunciou recompras de, em média, 6% das ações em circulação e implementou integralmente todos os programas; a JBS, que comprou 100% das ações anunciadas em um programa concluído no dia 22 de maio; e a Cosan, que recomprou todas as ações dos últimos 2 programas. Programas de recompra de ações servem para reinvestir o lucro gerado na própria empresa. É lido como uma prova de confiança da gestão da companhia que os lucros serão ainda maiores no futuro. E também é um jeito de turbinar o preço do papel, deixando ele mais escasso no mercado – caso a compra aconteça.

    Vale a pena ler:

    38 milhões de informais

    O mercado de trabalho brasileiro conseguiu voltar ao patamar pré-pandemia às custas da informalidade: em 2 anos, o número de trabalhadores sem carteira assinada aumentou em 1,4 milhão. Durante os 3 primeiros meses deste ano, o Brasil contabilizou 38,2 milhões de informais – é o maior número para um primeiro trimestre desde o início da série histórica, em 2015. Esta reportagem da Folha examina esse e outros dados de emprego divulgados pelo Ibre-FGV. 

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