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Expectativa: Rali de Natal na Bolsa. Realidade: liquidação de final de ano.

Bolsas ensaiam mais um tombo e estragam clima do último sextou do ano.

Por Tássia Kastner, Bruno Carbinatto
Atualizado em 17 dez 2021, 08h12 - Publicado em 17 dez 2021, 08h11
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  • Bom dia!

    Expectativa: está todo mundo cansado de 2021 e o melhor que o mercado financeiro poderia fazer era um rali de Natal para entrar em 2022 num ânimo melhor. E ele começou a se ensaiar. Realidade: inflação em alta e sinalização de que haverá menos dinheiro no mundo para financiar novas altas nas bolsas globais – e outros investimentos de risco. No fim, tem tudo para atrapalhar o último sextou do ano (as próximas duas sextas são 24 e 31 de dezembro, caso você ainda não esteja ciente do fim de 2021). 

    É que passada a semana com overbooking de reuniões de bancos centrais, investidores sentiram o baque. Fora o Banco Central Europeu, que ficou só no recado, a maioria dos BCs formalizou suas primeiras medidas para reduzir estímulos à economia. Nisso, bolsas asiáticas caíram mais de 1%, as europeias vão mergulhando no negativo e os contratos futuros dos índices americanos apontam para a mesma direção. 

    A liquidação continua sendo puxada por empresas do setor de tecnologia, o que mais foi inflado pelo dinheiro a juro zero dos bancos centrais ricos. O índice Nasdaq tem queda de quase 3% na semana, e o contrato futuro aponta nova queda para essa sexta.

    Enquanto isso, os números continuam mostrando o tamanho do problema que os BCs precisam enfrentar. Nesta sexta, saíram os dados do “IGP-M alemão”. Os preços ao produtor do país escalaram 19,2%, na maior alta em 70 anos. Trata-se de uma alta de preços digna de um pós-guerra. E faz sentido, já que naquela época governos imprimiam dinheiro para tentar reconstruir país em frangalhos.

    O Ibovespa conseguiu escapar ontem da liquidação geral e fechou no positivo. A Faria Lima tem brincado de avestruz e enfiado a cabeça embaixo da terra para não ver que o rombo das contas públicas continua aumentando. Segundo reportagem do Estadão, o pacote de bondades de Jair Bolsonaro, desesperado para sair do corner eleitoral, soma R$ 90 bilhões. É mais que o dobro do déficit fiscal estimado. 

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    Esse gasto desenfreado também turbina a nossa alta de preços. E ontem o presidente do Banco Central brasileiro, Roberto Campos Neto, disse estar disposto a colocar a economia em recessão, se essa for a medida necessária para fazer a inflação descer para a meta.  Tem tudo para deixar a vida em 2022 ainda mais difícil. Na prática, isso significa juro na estratosfera – e ações cada vez menos atrativas. Talvez brincar de avestruz seja só estratégia de sobrevivência até o ano acabar. Bom final de semana.

    Humorômetro - dia com tendência de baixa

    Futuros S&P 500: -0,31%

    Futuros Nasdaq: -0,87%

    Futuros Dow: -0,06%

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    *às 7h40

    Europa

    Índice europeu (EuroStoxx 50): -1,07%

    Bolsa de Londres (FTSE 100): 0,10%

    Bolsa de Frankfurt (Dax): -0,90%

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    Bolsa de Paris (CAC): -0,99%

    *às 7h45

    Fechamento na Ásia

    Índice chinês CSI 300 (Xangai e Shenzhen): -1,59%

    Bolsa de Tóquio (Nikkei): -1,79%

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    Hong Kong (Hang Seng): -1,20%

    Commodities

    Brent: -1,96%, a US$ 73,55 

    *às 7h50

    Agenda

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    10h15 FGV divulga monitor do PIB de outubro

    14h30 Paulo Guedes concede entrevista coletiva em Brasília em balanço de fim de ano

    market facts

    Boicote à carne brasileira

    Seis redes europeias de supermercados vão parar de vender parte ou todos os produtos de carne bovina brasileira por conta do desmatamento na Floresta Amazônica. A principal afetada com a medida será a JBS, maior produtora de carne do Brasil e do mundo. O boicote vem após uma investigação jornalística internacional mostrar que a empresa comprou gado de uma fazenda com pastos desmatados ilegalmente. Entre os principais nomes das redes europeias que participam do movimento estão a holandesa Albert Heijn e a francesa Auchan. O desmatamento na Amazônia brasileira aumentou quase 22% entre agosto de 2020 e julho de 2021.

    Por falar na JBS…

    Muitos anos depois de investir na JBS, o BNDES começou ontem a vender a sua participação na empresa da família Batista. Desde 2007, a JBS recebeu R$ 8,1 bilhões do BNDESPar, um investimento que ajudou a companhia a atingir o posto de maior produtora de proteína animal do mundo. E a aposta se mostrou rentável: o montante investido se transformou em R$ 31 bilhões, um retorno de 283%, segundo o Valor Econômico. Corrigindo pela inflação, dá 110%.

    Vale a pena ler:

    Procura-se papais-noel

    Os EUA vivem uma escassez de trabalhadores em várias áreas há algum tempo, e sobram vagas pelo país. Agora, o fenômeno chegou até mesmo no mercado de papais-noel. Há pelo menos mil postos de trabalho vazios procurando pessoas para se vestir de bom velhinho neste Natal, um aumento de 121% na demanda. A oferta, por sua vez, caiu 10%. Neste texto, a Folha de São Paulo explica o porquê da escassez.

    McNovela 

    Depois de dois anos, um dos maiores escândalos do McDonald’s finalmente parece ter chegado ao fim. A rede de fast-food fechou um acordo com o seu ex-CEO Steve Easterbrook para que ele devolva os US$ 105 milhões recebidos como indenização durante o seu desligamento da empresa. Na época, Easterbrook foi demitido por ter relações sexuais com uma funcionária. Ele levou consigo uma generosa compensação da empresa (em dinheiro e ações). O problema é que, logo depois, o McDonald’s descobriu que o caso não era isolado. Foi quando a rede de fast food decidiu transformar a demissão em “justa causa” e foi atrás da indenização via ação judicial. Com o acordo, a situação se resolve longe do tribunal. Mas o caminho não foi fácil. O Wall Street Journal conta essa história neste texto (em inglês)

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