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Futuros de NY bambeiam após trégua na inflação, e Brasil aguarda PEC 

PT segue negociando Bolsa Família fora do teto de gastos por quatro anos. Nos EUA, investidores ignoram os mísseis que atingiram a Polônia acidentalmente e celebram desaceleração dos preços ao produtor, mas balançam à espera de dados do varejo.

Por Bruno Vaiano e Camila Barros
Atualizado em 16 nov 2022, 08h43 - Publicado em 16 nov 2022, 08h42
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  • As aparências enganam: a volta do feriado parece segunda, mas é quarta. E o presidente é Bolsonaro, mas parece que é Lula. A Faria Lima está ávida por qualquer migalha de informação do ex e futuro dirigente do país, que fala hoje, às 12h15, na COP-27 – a 27º conferência da ONU sobre mudanças climáticas.

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    O pronunciamento no Egito divide as atenções com o tão aguardado texto da PEC da Transição, que deve ser apresentado hoje. 

    Lula e sua equipe defendem quatro anos com gastos sociais fora do teto, e um estouro de R$ 175 bilhões em 2023. No outro lado do ringue, a oposição – e o mercado – não querem autorizar de antemão um mandato inteiro de ousadia fiscal. A ideia é liberar o waiver só em 2023. 

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    Na segunda, o Ibovespa havia fechado feliz com a Bloomberg dizendo que o PT estaria considerando um furo orçamentário menor em 2023: “apenas” R$ 130 bi para gastos sociais fora do teto. Na própria segunda à noite, porém, o senador eleito Wellington Dias – responsável pelo orçamento na equipe de transição – foi ao Roda Viva e jogou água no chopp ortodoxo: disse que o PT quer mesmo os R$ 175 bi.

    A XP Investimentos calculou que essa injeção de dinheiro na economia aumenta as chances do Banco Central manter a Selic em 13,75% ao longo de todo o ano de 2023, e que a dívida pública subiria de 76% do PIB para 88,3% do PIB até 2030 só com o furo liberado ano que vem. Selic alta, claro, costuma ser sinônimo de bolsa fuén. 

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    Enquanto isso, nos EUA, a tensão em torno dos mísseis que atingiram a Polônia já se dissipa – o mais provável, disse Biden em anúncio preliminar, é que tudo tenha sido um acidente e que as armas fossem ucranianas –, o que reduz as já remotas chances de apocalipse nuclear, terceira guerra mundial e outras coisinhas desagradáveis. 

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    O foco do noticiário americano está em Trump – que acaba de anunciar sua candidatura para a Casa Branca em 2024, contrariando a cúpula dos republicanos. Vale lembrar que Trump foi o único presidente americano a sofrer impeachment duas vezes; uma delas, uma semana antes do final de seu mandato, após a invasão ao Capitólio. Ele não chegou a ser afastado.

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    Enquanto isso, os futuros de Nova York operam mistos: às 8h30, S&P 500 e Dow estavam um pouquinho no verde, e Nasdaq estava caindo.

    Uma notícia boa de ontem, nos EUA, foi o índice de preços ao produtor (o PPI, que considera altas em toda a cadeia de suprimentos, das commodities aos preços pelos quais os varejistas compram mercadoria). Ele veio em 8% ao ano, abaixo da previsão de 8,3% e dos 8,4% do mês anterior. Quando o preço dos insumos começa a desacelerar, a consequência é uma queda nos preços ao consumidor nos meses seguintes. Boa notícia para quem precisa trazer a inflação para a meta de 2% ao ano.

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    Hoje o foco de Wall Street será a divulgação das vendas do varejo. O lance é que essa inflação assombrosa combinada com a alta de juros pode começar a impactar o comércio. E mostrar algum sinal de esfriamento da economia, necessário para conter a escalada de preços.  

    No Brasil, o minério de ferro em alta (2,32% na bolsa de Cingapura) tem potencial para gerar um dia bom no setor heavy metal do Ibovespa. A China anunciou interesse em salvar seu mercado imobiliário em colapso, e aliviou as restrições contra a covid. Ou seja: olho em Vale e cia.

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    humorômetro: o dia começou sem tendência definida
    (Arte/VOCÊ S/A)

    Futuros S&P 500: 0,11%

    Futuros Nasdaq: – 0,01%

    Futuros Dow: 0,12%

    *às 8h33

    Europa

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    Índice europeu (EuroStoxx 50): -0,32%

    Bolsa de Londres (FTSE 100): 0,05%

    Bolsa de Frankfurt (Dax): -0,67%

    Bolsa de Paris (CAC): -0,23%

    *às 8h14

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    Fechamento na Ásia

    Índice chinês CSI 300 (Xangai e Shenzhen): -0,82%

    Bolsa de Tóquio (Nikkei): -0,05%

    Hong Kong (Hang Seng): -0,47%

    Commodities

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    Brent: 0,15%, a US$ 87,05 o barril

    Minério de ferro: 2,32%, a US$ 96,85 a tonelada, na bolsa de Cingapura

    *às 8h15

    market facts

    Localiza aí, Google

    Nos EUA, o Google vai ter que pagar uma multa de US$ 391,5 milhões por violar leis de privacidade do país. É que uma investigação realizada por 40 dos 50 estados americanos descobriu que o aplicativo consegue rastrear a localização do usuário mesmo quando ele está quando essa funcionalidade desabilitada. Por isso, o acordo também impõe que a empresa melhore suas políticas de rastreamento a partir de 2023. 

    Vale a pena ler:

    A queda da FTX crypto 

    Sam Bankman-Fried, fundador e CEO da corretora de criptomoedas FTX crypto, era considerado o prodígio da indústria cripto – o Steve Jobs deles. Formado pelo MIT, ele fundou a FTX aos 27 anos, e ganhou fama porque conseguia manter a companhia estável em meio ao volátil universo dos ativos. “Conseguia”, no passado mesmo. Este mês, a empresa entrou em crise e faliu em menos de duas semanas. Agora, Sam e sua empresa estão sendo investigados pelos reguladores norte-americanos sob suspeita de violação de regras do mercado. O Financial Times conta a história aqui

    O fantástico mundo dos fundos imobiliários gringos 

    Chamados de REITs, eles valem R$ 7,5 trilhões, contra apenas R$ 150 bilhões dos nossos FIIs. E tem fundo para tudo: infraestrutura digital, centros médicos e até florestas. Nesta reportagem da Você S/A, entenda com eles funcionam. 

    Agenda

    EUA, 10h30: Vendas do varejo em outubro;
    Brasil, 11h: Alckmin anuncia nomes da equipe de transição;
    Brasil, 12h15: Pronunciamento de Lula da COP-27.

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