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Ibovespa cai após recorde e nem precisou esperar “dia D e hora H”

O dia negativo não foi exclusividade do Brasil. No mundo, investidores decidiram embolsar lucros com medo de expansão do vírus e bagunça política nos EUA.

Por Tássia Kastner
Atualizado em 11 jan 2021, 20h05 - Publicado em 11 jan 2021, 19h56
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  • Sabe o medo de que 2020 talvez não tenha terminado? A primeira semana de 2021 até foi de notícias com a cara do ano passado, de invasão ao Capitólio à falta de seringas e de um plano para a vacinação contra a Covid no Brasil, só que os investidores fingiram que não era com eles e as bolsas renovaram recordes. 

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    Agora bateu. A segunda-feira (11) foi o típico dia de aversão a risco no mercado financeiro. Bolsas mundo afora para baixo, dólar em alta ante as principais moedas do globo, petróleo em queda, ouro em alta. E se você é da turma que aposta no bitcoin como reserva de valor em crises, saiba que ele chegou a cair mais de 20%, no maior tombo desde março do ano passado, o auge da pandemia.

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    Fora do mundo das criptomoedas, as quedas nem foram tão expressivas assim. Perceba que estamos falando de medo, não de pânico. Um medinho, ou cautela, o suficiente para o investidor tomar um respiro, colocar no bolso os lucros dos recordes recentes do Ibovespa e das bolsas americanas e aí seguir em frente.

    E qual foi o sinal de que era hora de tomar um ar? Não houve um só, claro.

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    O mais forte é aquele sentimento compartilhado de que a segunda onda da Covid-19 está mais forte do que o previsto e pode resultar em medidas mais duras de contenção da doença. Alemanha e Bélgica atingiram marcas simbólicas de mortos e a China isolou regiões em que identificou a cepa mais contagiosa do coronavírus, aquela que colocou a Inglaterra em novo lockdown.

    E esse tipo de coisa amplia o fechamento de serviços não-essenciais, o que tem reflexo direto sobre a economia.

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    Aí a Organização Mundial de Saúde afirmou nesta segunda que, mesmo com o avanço da vacinação, o globo não deve atingir a imunidade de rebanho em 2021. Equivale a dizer que muito abre e fecha de comércio ainda vai ocorrer antes que o mundo volte a alguma normalidade. Ou seja, 2020 e 2021 um tanto parecidos.

    Em solo brasileiro, alguns estados com aumento de casos, como Minas Gerais e Amazonas, até tentam endurecer as medidas de controle da doença (oi, 2020), mas enfrentam resistência de comerciantes. Aí os shoppings entraram entre as dez maiores quedas do Ibovespa no dia. Iguatemi e Multiplan recuaram ao redor de 4%.

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    Outro motivo para a queda de ações do setor “aglomeração” é a completa falta de horizonte para o início da vacinação por aqui. Nesta segunda, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, afirmou que a imunização vai começar no “dia D e na hora H”, provando que continuamos no escuro. Mesmo o calendário de São Paulo, com previsão de início em 25 de janeiro, depende de autorização da Anvisa.

    Resumo é que o Ibovespa recuou 1,46%, a 123.255 pontos. Das 81 ações do índice, apenas cinco fecharam no positivo, com o topo da lista para Notre Dame e Hapvida. As duas operadoras de saúde negociam uma fusão, como noticiamos aqui no Fechamento de Mercado de sexta-feira (8).

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    Lá fora, há ainda o imbróglio com o presidente americano, Donald Trump. Um dos destaques de baixa foi o Twitter, que baniu o futuro ex-presidente para sempre de sua rede no final de semana. O tombo foi de 6,41%, a US$ 48,18. Outras empresas de tecnologia também adotaram medidas que afetam o americano e também foram penalizadas, mas em menor magnitude. Apple, Amazon e Google caíram ao redor de 2%. Elas baniram o Parler, a rede para a qual os extremistas americanos se moviam. O Facebook, que suspendeu Trump até o fim do mandato, recuou ao redor de 4%.

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    É que o fim do mandato é na próxima semana, dia 20 de janeiro. Isso se os democratas não conseguirem o impeachment de Trump antes disso. O pedido foi feito nesta segunda, o que deixará os derradeiros nove dias de governo do republicano bastante emocionantes.

    2021 não está para brincadeira. 

    MAIORES ALTAS (as únicas)

    Notredame: 11%

    Hapvida: 8,46%

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    PetroRio: 4,57%

    Braskem: 1,66%

    Usiminas: 1,21%

    MAIORES QUEDAS

    Copel: -5,47%

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    YDUQS: -5,12%

    Energisa: -4,88%

    IRB Brasil: -4,75%

    Sabesp: -4,75%

    Bolsas americanas

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    Dow Jones: -0,29%, a 31.008 pontos

    S&P 500: -0,66%, a 3.799 pontos

    Nasdaq: -1,25%, a 13.036

    Petróleo

    Brent (referência internacional): -0,63%, a US$ 55,64 o barril

    WTI (referência EUA): -0,11%, a US$ 52,18

    Dólar

    +1,61%, a R$ 5,5036

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