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Ibovespa deve começar semana da Super Quarta com pé direito

ETF da bolsa brasileira em Nova York avança 0,74% no pré-mercado, empurrado por alta do petróleo e expectativa de corte de juros.

Por Tássia Kastner e Sofia Kercher
Atualizado em 18 set 2023, 08h22 - Publicado em 18 set 2023, 08h03

Bom dia!

Todos os caminhos da semana levam à Super Quarta, quando o Banco Central brasileiro e o Fed decidem no mesmo dia o que farão com os juros por aqui e por lá.

Dessa vez, quase nada une os dois BCs além da data e da tarefa geral de trazer a inflação para dentro da meta.

Aqui no Brasil, o comitê que decide a taxa de juros, o Copom, deixou pré-contratado um corte de 0,50 p.p. A decisão deve reduzir a Selic de 13,25% para ainda pesados 12,75% ao ano. A taxa de juros brasileira subiu ao pico de 13,75% em agosto do ano passado, e um ano depois sofreu a primeira redução, isso em meio a críticas do governo e temores de que uma Selic tão alta mataria não só a inflação, mas a economia como um todo.

Nos EUA, 99% das apostas do mercado indicam a manutenção da taxa de juros nos atuais patamares, entre 5,25% e 5,50%, isso de acordo com o monitor da CME. Na reunião de dezembro do Fed, 58% esperam que o juro seja mantido, ante 36,8% de apostas em uma alta para o teto de 5,75%.

O que coloca Brasil e EUA em lados opostos dos espectro são as visões distintas de que a inflação foi suficientemente domada – e a diferença de taxas, claro.

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No Brasil, a meta é de 3% ao ano, e os preços chegaram a esse patamar em 12 meses fechados em junho. Em agosto, dado mais recente, o IPCA havia subido a 4,61%. Significa que temos hoje um juro real de pesados 8,64%.

Nos EUA, o alvo é de 2%, enquanto o CPI está em 3,7%. Nos EUA, é normal descontar preços mais voláteis, como alimentos e energia. Fazendo isso, a inflação deles está em 4,3%. O juro real americano, portanto, é de modestos 1%.

Independentemente da dissonância de visões aqui e lá, os BCs do mundo todo ganharam um complicador na hora de manter a inflação sob controle: o petróleo e o minério, que engataram uma alta que já vinha fora do radar dos investidores.

Nesta manhã, o Brent sobe a US$ 94,46, se consolidando no maior patamar desde novembro do ano passado. O minério também vinha em toada semelhante, mas recuou nesta segunda no mercado chinês.

A Faria Lima fica entre a cruz e a espada. Com o peso de Petrobras, Vale e outras produtoras de commodities no índice, a valorização das matérias-primas é bom sinal. Por outro lado, tende a colocar em risco uma parte do trabalho dos BCs no controle de preços, limitando a queda de juros de que as bolsas tanto dependem para deslanchar.

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Nesta manhã, os futuros das bolsas americanas operam em levíssima alta. Já o EWZ, o ETF que representa a bolsa brasileira em Nova York, avançava sólidos 0,74% às 7h50.

Que a semana comece com o pé direito quando o sino da B3 tocar, às 10h da manhã. Bons negócios.

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humorômetro: o dia começou com tendência de alta

Futuros do S&P 500: 0,09%

Futuros do Nasdaq: 0,11%

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Futuros do Dow Jones: 0,07%

*às 7h53

market facts

Argentina vai divulgar dados de inflação semanalmente

Agora, o governo do país da Mafalda informará o avanço semanal do índice de preços, todas as sextas-feiras. Na última (fechada no dia 15), a inflação subiu 2,1% comparada ao fim de agosto.

A decisão foi tomada após a divulgação da inflação de agosto pelo Instituto Nacional de Estatística e Censos (Indec). Esse “parcelamento” é uma forma de evitar o susto dos dados mensais, que subiram 12,4% sobre julho — a maior alta mensal em 32 anos. No ano, a inflação do país registra alta de 80,2%. 

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Gabriel Rubinstein, o secretário de Política Econômica do país, disse que os números serão calculados de maneira independente, sem relação com o Indec. Existe uma preocupação de que os dados não batam entre si, gerando ainda mais confusão sobre o avanço da inflação argentina. Buena suerte.

Agenda

08h25: BC divulga pesquisa semanal Focus

09h00: Haddad fala em painel “Transformação Ecológica”, promovido na Nyse pela Fiesp e CNI em Nova York

13h30: Haddad tem reunião bilateral com John Kerry, enviado especial dos EUA para o Clima

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Europa

  • Índice europeu (Euro Stoxx 50): -0,73%
  • Londres (FTSE 100): -0,29%
  • Frankfurt (Dax): -0,55%
  • Paris (CAC): -0,94%

*às 7h56

Fechamento na Ásia

  • Índice chinês CSI 300 (Xangai e Shenzhen): 0,51%
  • Hong Kong (Hang Seng): -1,39%
  • Bolsa de Tóquio (Nikkei): Feriado

Commodities

      • Brent: 0,56%, a US$ 94,46
      • Minério de ferro: -0,17% a US$ 119,45 por tonelada na bolsa de Dalian

      *às 7h56

      Vale a pena ler:

      Qual a diferença entre o CPI e PCE, dois índices de inflação dos EUA?

      Ambos medem a variação de preços de uma cesta de produtos, mas os critérios para quais serão incluídos na conta são diferentes. E o Fed olha com mais carinho para o PCE. Entenda aqui, na Você S/A.

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