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Ibovespa fecha o ano com a maior alta desde 2019: 22,3%

Índice fecha estável em dia de IPCA-15 acima do esperado e de mais planos de Haddad.

Por Sofia Kercher e Alexandre Versignassi
28 dez 2023, 19h19
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  • Para definir os rumos do Ibovespa no Último Pregão do Ano™, o sentimento generalizado de otimismo das últimas semanas entrou em campo para competir com a divulgação de uma série de dados econômicos (dos quais falaremos em instantes). 

    Deu empate. O índice fechou estável (-0,01%), a 134.185 pontos, a uma unha do recorde nominal histórico, registrado ontem (134.194 pontos) 

    Isso para a meia dúzia de gatos pingados assistindo o jogo. Naturalmente. Enquanto os fogos já estão praticamente rolando em Copacabana, o volume financeiro foi de R$ 17,2 bilhões (ante 26 bi da média diária de dezembro). 

    Independente do zero a zero de hoje, o Ibovespa encerrou 2023 vitorioso: a alta acumulada foi de 22,28%. É a maior desde 2019 (31,58%), época em que só se falava em bull market, até um vírus aparecer pelo caminho. 

    Agora, às notícias do dia.

    IPCA-15, IGP-M e dados de emprego

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    O IPCA-15 acelerou a 0,40% em dezembro, ante 0,33% em novembro. No ano, o índice fechou em 4,72% — menor variação desde 2020 (4,23%).

    É uma faca de dois gumes. De um lado, o número ficou abaixo do teto da meta do Banco Central de inflação para este ano (4,75%). De outro, veio acima das previsões do mercado (0,27% em dezembro e 4,58% para 2023).

    As reações ao dado também foram mistas. Analistas do Santander e do C6 afirmaram que o número “não está tão ruim assim”, porque a alta foi impulsionada por itens mais voláteis. Eles se referem aqui ao grupo de transportes, especificamente das passagens aéreas, que subiram 9,02% de um mês para outro. 

    Em contrapartida, especialistas da Warren Rena refutaram a teoria, dizendo que, mesmo excluindo elevação inesperada com passagens, a inflação parece relativamente disseminada – mal sinal para quem espera uma aceleração nos cortes da Selic, para além dos atuais 0,50% a cada reunião do Copom. 

    Já o IGP-M avançou a 0,74% em dezembro, ante 0,59% do mês anterior. O índice foi puxado por três itens: gasolina (11,08%), plano de saúde (10,36%) e aluguel residencial (7,15%). 

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    O resultado ficou acima do esperado (0,66%). Mas, no ano, o IGP-M caiu 3,18% — a menor taxa registrada pelo índice desde o início de sua série histórica, em 1940.

    Para fechar o dia, o Caged divulgou o saldo do emprego formal do país em novembro. Foram 130k vagas criadas — também abaixo das estimativas iniciais, de 142k. No ano, somam 1,9 milhão. 

    S&P 500: 0,04%

    Para fechar o ano, investidores acompanharam hoje o número de pedidos de seguro-desemprego nos Estados Unidos. Na semana que antecedeu o Natal, eles subiram para 218 mil — superando o consenso de analistas, de 210 mil. 

    Somar as palavras “desemprego” e “aumento” geralmente não iguala à boa notícia. Mas isso não é verdade nesse caso: o dado mostra que a economia americana está esfriando, e isso  reforça a tese de que o Fed deve começar a cortar juros em março (leia mais sobre aqui). 

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    All in all, apesar de ter tocado em suas máximas históricas, o S&P 500 também fechou estável, em 0,04%. No ano, a valorização é de 25%.

    IPCA+2035: 20%

    Quem decidiu entrar na “festa do IPCA+6%” no início do ano se deu bem. O IPCA+2035 teve um ano quase tão prolífico quanto o Ibovespa. De janeiro para cá, o juro real dele caiu de 6,06% para 5,29%. Caiu o juro, sobe o saldo de quem tem o título na carteira. Nesse caso, a alta foi de 20%. 

    No IPCA+2045 – mais longo e, portanto, mais volátil – foi ainda mais, claro: 26%. 

    A Novela da Desoneração

    “Desonerar” significa livrar-se de um encargo, obrigação ou incumbência. No caso da desoneração da folha de pagamento,o ponto é a contribuição das empresas para a Previdência Social — que explicamos aqui. 

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    Segundo Haddad, ela tem impacto de R$ 9,4 bi por ano nas contas públicas. Para tentar contornar a situação, e ao menos repor as perdas com a desoneração, o ministro anunciou hoje três medidas. 

    A primeira é a reoneração gradual da folha, com isenção fiscal somente sobre o primeiro salário mínimo recebido pelos trabalhadores. Haddad afirmou que a ideia não é necessariamente retornar aos 20% originais – haveria porcentagens mais baixas para alguns setores — só que não deu mais detalhes.

    A segunda é o fim do Perse, a.k.a Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos. Ele foi lançado na pandemia, e permitiu que empresas do setor pudessem ficar dois anos sem pagar impostos. No fim do governo Bolsonaro, o Perse foi prorrogado por mais cinco anos.

    Por último, o ministro quer mudar as regras para a compensação de prejuízos de empresas na hora de abater o Imposto de Renda de um ano para o outro. 

    Quando uma empresa comete algum erro na hora de pagar impostos — desembolsando mais do que deveria — o que ela pode fazer é “compensar” esse prejuízo que tomou no passado, deixando de pagar impostos nos anos seguintes. Haddad quer limitar o valor compensado a 30%, para casos que envolvam mais de R$ 10 milhões (ou seja, deve afetar apenas peixes grandes).

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    Vale dizer que nenhuma dessas mudanças está valendo ainda. As três serão enviadas ao Congresso via MP, mas ainda não há uma data definida

    E assim encerramos a temporada 2023. Feliz Ano Novo e até o dia 02 🙂

    MAIORES ALTAS

    Cemig (CMIG4): 1,95%

    MRV (MRVE3): 1,91%

    Hapvida (HAPV3): 1,60%

    Vamos (VAMO3): 1,21%

    São Martinho (SMTO3): 1,07%

    MAIORES BAIXAS

    CVC (CVCB3): -12,72%

    Locaweb (LWSA3): -4,60%

    Magalu (MGLU3): -4%

    Azul (AZUL4): -3,38%

    Petz (PETZ3): -3,19%

    Ibovespa:  -0,01%, a 134.185 pontos. No ano, 22,28%.

    Em Nova York

    S&P 500: 0,04%, a 4.783,38 pontos.No ano, 25%.

    Nasdaq:  -0,03%, a 15.095,14 pontos.No ano, 45%.

    Dow Jones: 0,14%, a 37.710 pontos. No ano, 13%.

    Dólar: 0,43%, a R$ 4,8534. No ano, -8,08%.

    Petróleo

    Brent: -3%, a US$ 77,15 o barril. No ano, -5,8%

    WTI: -3,16%, a US$ 71,77 o barril. No ano, -10%.

    Minério de ferro: -1,33%, cotada a US$ 135,21. No ano, 10%.

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