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Inflação global rouba o celular do mercado: no Ibovespa, rombo é de R$ 600 bilhões

Essa é a perda no valor de mercado do índice desde o início de abril. E a sangria continua: queda de 1,79% hoje. Bitcoin desaba 11%.

Por Alexandre Versignassi
Atualizado em 9 Maio 2022, 17h49 - Publicado em 9 Maio 2022, 17h48
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  • Já são cinco semanas seguidas de queda, aqui e lá fora. E esta segunda-feira ameaça abrir alas para uma sexta semana do cão: tombo de 1,79% no Ibovespa e de 3,20% no S&P 500. Até o início de abril, nossa bolsa seguia na contramão dos EUA, em alta no ano. Mas de lá para cá entramos no bonde da ladeira abaixo: queda de 15% em pouco mais de um mês, já contando a de hoje.

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    No fim de semana, viralizou no Twiter aquela história do paulistano que teve o celular furtado e se viu com um prejuízo de R$ 143 mil depois que os ladrões acessaram as contas de banco dele, certo? Então. É como se o Ibovespa tivesse passado por uma surpresa tão desagradável quanto. O índice perdeu R$ 600 bilhões em valor de mercado desde o começo de abril – o valor somado dos 92 papéis que compõem o Ibovespa caiu de R$ 4,2 trilhões para R$ 3,6 trilhões. 

    O motivo é aquele mesmo: consolidou-se no mercado a certeza de que os juros americanos passarão por um longo e penoso ciclo de alta para combater uma inflação que saiu do controle. Aí o dinheiro fica mais caro, e sobra menos para os investimentos de risco. 

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    Bitcoin: 55% de queda desde o pico

    E menos ainda para os de muito risco: na últimas 24 horas, o Bitcoin cedeu 11%. Agora está de volta ao patamar de US$ 30 mil, que a cripto não visitava desde julho de 2021. Desde o pico (R$ 67 mil em novembro do ano passado), a queda é de 55%.

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    Nisso, o Bitcoin já perdeu US$ 700 bilhões em valor de mercado – de US$ 1,3 tri lá há seis meses para US$ 600 bi hoje. 

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    Já o dólar segue subindo, apreciado pelas perspectivas sobre o ciclo de alta nos juros do Fed. Alta de 1,60% hoje, a R$ 5,15.

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    Petróleo e minério: -6%

    Em alguns dias em que tudo vai mal lá fora, o Ibovespa tende a nadar contra a corrente, já que se beneficia das altas do petróleo e do minério de ferro, os produtos mais importantes das duas maiores empresas da bolsa, Petrobras e Vale (juntas, elas respondem por grossos 28% do Ibovespa).

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    Mas hoje não foi um desses dias. O petróleo caiu 6%, depois de a União Europeia ter vetado o plano de proibir os navios do bloco de transportar petróleo russo. O dólar mais caro também pressiona o preço do barril para baixo. E ainda tem os lockdowns na China, que diminuem a demanda. Resultado: queda de 2,72% para a Petrobras, de 8,60% para a Petrorio e de 8,70% para a 3R Petroleum.  

    As medidas de Pequim contra a expansão da Covid também ajudaram a tragar o preço do minério de ferro. Queda de 6% para a commodity. E de 4,10% para a Vale.  

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    E é o que temos para hoje: choradeira generalizada no mercado. Pena que, nesse caso, não adianta ir reclamar no Twitter.  

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    Maiores altas

    BTG (BPAC11): 3,61%

    BRF (BRFS3): 2,75%

    JHSF (JHSF3): 2,69%

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    Sabesp (SBSP3): 2,59%

    Braskem (BRKM5): 2,51% 

    Maiores baixas

    Locaweb (LWSA3): -14,44%

    Petz (PETZ3): -10,88%

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    Magalu (MGLU3): -9,07%

    3R Petroleum (RRRP3): -8,70%

    Petrorio (PRIO3): -8,60%

    Ibovespa: -1,79%, a 103.250 pontos 

    Em NY:

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    S&P 500: -3,20%, a 3.991 pontos

    Nasdaq: -4,29%, a 11.623 pontos

    Dow Jones: -1,99%, a 32.245 pontos

    Dólar: 1,60%, a R$ 5,15

    Petróleo

    Brent: -5,75%, a US$ 105,94

    WTI:-6,09%, a US$ 103,09

    Minério de ferro: -6,25%, a US$ 129,30 por tonelada em Cingapura

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