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Minério sobe 3% após estímulos na China e faz Vale avançar 1,4% em Nova York

Ibovespa também depende de Brasília, que deve votar desoneração da folha de pagamento e dar mais um passo em direção à reforma tributária. Nos EUA, Google cai 6% no pré-mercado.

Por Jasmine Olga
Atualizado em 25 out 2023, 08h58 - Publicado em 25 out 2023, 08h55
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  • Bom dia!

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    Foi uma sequência de dias tensos no mercado de Treasuries, até que, na segunda, o título público americano de 10 anos rompeu pela primeira vez desde 2007 a faixa de 5%. Parecia o apocalipse, mas o pior passou (por enquanto). Os juros retrocederam, patrocinaram a alta das bolsas na tarde de ontem e ainda abriram espaço para que o mercado possa se concentrar nos resultados das big techs.

    Mas antes, vamos de Brasil. Aqui, investidores estão concentrados no debate fiscal e em reformas. Dessa vez, a preocupação não está nos gastos públicos e sim no potencial de arrecadação da União para alcançar o tão sonhado déficit zero. 

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    A primeira pauta que pressiona as contas públicas é a iminente aprovação no Senado da desoneração da folha de pagamento. O problema é que o impacto da perda de arrecadação é semelhante ao que o governo espera arrecadar com a taxação dos fundos exclusivos e offshores – R$ 20 bilhões ao ano. Isso enquanto a própria proposta para os fundos ainda está longe de ser uma unanimidade entre os congressistas e está parada na Câmara.

    A Reforma Tributária também está no radar. O relator do texto no Senado, Eduardo Braga, deve apresentá-lo hoje. A expectativa é que a votação seja feita até o início de novembro. 

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    Saindo de Brasília, as atenções se voltam para o outro lado do mundo. Depois de semanas de especulação, a China anunciou oficialmente um novo pacote de estímulos que pode levar a segunda maior economia do mundo para mais perto da sua meta de 5% ao ano. 

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    O vice-ministro das Finanças, Zhu Zhongming anunciou que o governo irá elevar o seu déficit orçamentário (ou seja, vai aumentar o teto de quanto o país pode gastar) de 3% para 3,8%, além de emitir cerca de US$ 137 bilhões em dívida soberana para financiar o apoio aos setores enfraquecidos da economia.

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    Nos últimos dias, os rumores já haviam fortalecido o minério de ferro e os índices asiáticos, mas a confirmação mostrou espaço para mais — sem espaço para o clássico “sobe no boato e cai no fato”.  As principais bolsas do continente fecharam em alta e a commodity deu um novo salto de 3,32%. 

    Com os ventos mais favoráveis vindos da China, o Ibovespa pode ter fôlego para buscar estender os ganhos da véspera. Isso porque a alta do minério de ferro costuma andar lado a lado com o bom desempenho da Vale (VALE3) — e a mineradora sozinha representa 13% do Ibov. No pré-mercado de Nova York, o papel sobe 1,4%.

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    Temporada de balanços

    Para além das idas e vindas dos Treasuries, o dia é de repercussão dos números divulgados na noite de ontem pelas gigantes Microsoft e Alphabet (dona do Google), e esperar o resultado de Meta e IBM após o fechamento do mercado. No pré-mercado, os futuros do S&P 500 e do Nasdaq operam em queda, mas o Dow Jones avança. 

    Os números da Microsoft agradaram, mas a Alphabet viu o seu braço de tecnologia em nuvem frustrar os investidores com o menor crescimento de receita dos últimos 11 trimestres. O crescimento de 22,5% no período entre julho e agosto pode até parecer robusto, mas indica uma desaceleração quando comparado com o avanço de 28% no trimestre anterior. As ações da dona do Google chegaram a cair mais de 6% no pré-mercado. 

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    No Brasil, a temporada de resultados corporativos começa a ganhar corpo. Nesta manhã, o Santander Brasil reportou um lucro líquido de R$ 2,729 bilhões no terceiro trimestre — o número representa uma queda de 12,6% no comparativo anual, mas veio 6,2% acima das estimativas do Broadcast. 

    Outra empresa que já divulgou o seu balanço logo cedinho foi a Weg (WEGE3), com alta de 13,3% no lucro líquido no trimestre — a R$ 1,31 bi. Por aqui, os investidores ainda aguardam Klabin, antes da abertura, e Neoenergia, após o fechamento do mercado.

    Bons negócios! 

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    humorômetro: o dia começou sem tendência definida
    (Arte/VOCÊ S/A)

    *às 8h25

    market facts

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    Shein empresta R$ 100 milhões à Coteminas (CTMN4)

    A plataforma chinesa já tinha acertado um acordo com a tecelagem mineira – pelo qual 2 mil confecções parceiras da Coteminas forneceriam produtos para a Shein. Na ocasião, os papéis CTMN4 subiram 200%.

    A Coteminas vem mal. Levou sete meses para divulgar o balanço de 2022 – anunciando um prejuízo de R$ 670 milhões. 

    O empréstimo, feito para que a empresa honre sua dívida de curto prazo, é conversível em ações. Ou seja: a Shein pode se tornar acionista da Coteminas. 

    Agenda

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    Dia todo: Senado vota a PL da Desoneração da folha de pagamento em plenário e leitura do relatório da Reforma Tributária na CCJ pode acontecer à tarde

    EUA – 17h45: Jerome Powell discursa em evento em Washington

    Europa

    Fechamento na Ásia

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    Commodities
    (Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)

    Vale a pena ler:

    Como as empresas batizam os tickers de suas ações?

    Via de regra, as empresas hoje buscam somar as quatro letrinhas (+ número) para formar um ticker que dispense tradução. Melhor ainda quando o nome da companhia tem quatro letras, como VALE3 e AZUL4.

    Mas algumas companhias aproveitam a oportunidade para exercer a criatividade. Dê algumas risadas conosco nesta reportagem da VCSA (com direito a prêmio de originalidade da casa).

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