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Payroll é o dado que mais importa nesta sexta de divulgação de IPCA

Números de emprego nos EUA são cruciais para determinar a alta de juros do Fed. Enquanto isso, mercado americano lida com um desabamento raro nos papéis de bancões. Ações caíram após o SVB – que empresta dinheiro para startups tech californianas – declarar perda de US$ 1,8 bi.

Por Bruno Vaiano e Camila Barros
10 mar 2023, 08h35
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  • Quem quiser chegar são e salvo ao final de semana vai ter que digerir dois indicadores peso-pesado. Às 9h da manhã, saberemos o IPCA de fevereiro – a bola de cristal do mercado fala em uma em uma alta de 0,78% nos preços brasileiros, um pouco mais acentuada que os 0,58% de janeiro. Sem agonia, porém: trata-se de uma flutuação atípica, puxada principalmente pelas mensalidades de colégios particulares, que promovem reajustes todo começo de ano. 

    O dado de março, daqui um mês, também deverá vir mais gordinho em virtude da reoneração dos combustíveis e do restabelecimento de alguns impostos estaduais sobre contas de luz, que o STF autorizou no último dia 2. No longo prazo, porém, a expectativa é que a inflação desacelere. Por ora, reina um clima de relativo otimismo com as perspectivas fiscais e monetárias brasileiras – as declarações de Tebet sobre o novo arcabouço fiscal puseram panos quentes nos juros futuros

    Nos EUA, o Payroll – o mais importante relatório de desemprego do país – tem bem mais potencial para bagunçar o coreto de Wall Street, do Ibovespa e de todos os outros índices ao redor do mundo. Os futuros de Nova York amanheceram refletindo a incerteza: o S&P 500 marcava -0,29% – e o Dow Jones, -0,38% – às 7h30 da manhã, mas o pré-mercado na Nasdaq dava uma espiada acima da linha da água, com muy humildes 0,03%.  

    Espera-se que o Tio Sam tenha gerado 221 mil novas vagas, contra as 517 mil de janeiro, que os salários tenham crescido 0,4% e que a taxa de desemprego se mantenha em utópicos 3,4%. Ou seja: até pode ter rolado uma queda razoável na criação de empregos, mas a saúde geral do indicador deve permanecer boa, resiliente para um contexto de juros altos. Você já sabe o refrão: isso é sinal de que a economia americana ainda está aquecida demais – e que o Fed não está sendo bem-sucedido em seus esforços para conter a inflação

    O Fomc, comitê de política monetária americano, se reúne nos dias 21 e 22 de março. O que está em jogo é o tamanho da próxima alta na “Selic” americana: 0,5 ou 0,25 ponto percentual. Powell, presidente do Fed, já disse que a decisão está em aberto: depende de indicadores como o Payroll de hoje e o CPI de fevereiro – o equivalente americano do IPCA – na terça que vem. Segura, peão. 

    O mau humor nas bolsas americanas teve um tempero extra, ontem à tarde: o Silicon Valley Bank (SVB), banco conhecido por emprestar dinheiro a startups tech, desabou 66% em um dia após declarar perdas de US$ 1,8 bilhão, e o pessimismo arrastou consigo bancões bem maiores – o que resultou em um tombo de mais de 7% no índice KBW, que mede as flutuações do setor bancário americano como um todo. Os papéis do setor financeiro, somados, perderam US$ 80 bilhões em valor de mercado, o pior desempenho para um dia desde 2020, no auge da pandemia. 

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    Especialistas em venture capital já aconselharam os nerds californianos a tirarem a grana de suas empresas de lá. O SVB, na berlinda, prometeu vender um pacotão de ações para levantar US$ 2,25 bilhões e preencher o buraco. 

    A ver como Wall Street vai lidar com o rescaldo do incêndio. Bons negócios!

    humorômetro: o dia começou sem tendência definida

    Futuros S&P 500: -0,29%
    Futuros Nasdaq: +0,03%
    Futuros Dow: -0,38%

    *às 7h30

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    market facts

    O resultado da IRB

    Ontem, a IRB divulgou um prejuízo líquido de R$ 38,8 milhões no 4° trimestre de 2022. Trata-se de um avanço nas contas da securitizadora: preju 89,5% menor que o registrado no mesmo período do ano anterior. Já no acumulado de 2022, a perda foi de R$ 630,4 milhões – 7,66% a menos que em 2021. 

    Além de reduzir o rombo final, a empresa conseguiu gerar caixa, com saldo positivo de R$ 220,1 milhões no 4° tri – contra perda de R$ 1,182 bilhão no 4T21. Segundo a IRB, o resultado tem a ver com volume menor de pagamento de sinistros. Em bom português: menos contratantes do seguro precisaram acioná-lo. Depois do resultado, as ações da IRB fecharam em alta de 4,97%, a R$ 20,69.

    Agenda

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    Brasil, 9h: IPCA de fevereiro
    EUA, 10h30: Payroll de fevereiro

    Europa

    Índice europeu (EuroStoxx 50): -1,59%

    Bolsa de Londres (FTSE 100): -1,95%

    Bolsa de Frankfurt (Dax): -1,58%

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    Bolsa de Paris (CAC): -1,46%

    *às 8h08

    Fechamento na Ásia

    Índice chinês CSI 300 (Xangai e Shenzhen): -1,31%

    Bolsa de Tóquio (Nikkei): -1,91%

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    Hong Kong (Hang Seng): -3,04%

    Commodities

    Brent: -0,53% a US$ 81,16 o barril

    *às 7h04

    Minério de ferro: +1,10%, a US$ 128,90 a tonelada, em Cingapura

    Vale a pena ler:

    Metas de inflação: é hora de subir?

    O alvo do Brasil para 2024 é próximo ao de países desenvolvidos: 3%. Para chegar lá, seguimos sob o juro real mais alto do mundo, que freia a economia. Mas aumentar a meta de supetão, de volta aos 4,5%, pode trazer consequências deletérias. A capa da edição de março da Você S/A explica o caminho para sair desse impasse. Leia aqui. 

    Temporada de balanços

    Brasil, antes da abertura: Embraer 

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