A Petrobras e os frigoríficos foram os protagonistas do pregão desta quinta, na falta de mais emoções. Juntos eles ajudaram a empurrar o Ibovespa para uma alta de 0,41%. O dólar cedeu 0,64%, a R$ 5,1356.
Você conhece a história. O petróleo vinha engatando uma sequência de perdas no mercado internacional, um reflexo do receio de investidores de que a economia global vá desacelerar com a alta de juros usada para combater a inflação. Nesta quinta, porém, o humor virou e o barril subiu 2%. Foi a deixa para a alta das ações de 3,87% na PETR3 e de 3,03% na PETR4.
Ainda no noticiário ligado à Petro, o governo Lula anunciou que voltará a cobrar impostos sobre gasolina e etanol a partir de março, desfazendo a medida eleitoreira de Bolsonaro para baixar o preço dos combustíveis.
Trata-se de um sinal pró-mercado da nova gestão. Indica que o controle da inflação não será feito usando os instrumentos errados – e que há a preocupação em preservar a arrecadação, essencial para equilibrar as contas públicas.
O resultado foi um dia no geral de ânimos mais calmos, ainda que com cara de quinta-feira de cinzas. O volume de negócios ficou em R$ 22 bilhões, pouco abaixo da média diária de R$ 25 bilhões vista no ano até aqui.
Nem doeu
As ações de frigoríficos tinham tudo para amargar um tombo pesado nesta quinta-feira, após a confirmação de um caso atípico do mal da vaca louca. Casos atípicos da doença não são contagiosos, mas existe um acordo entre Brasil e China que prevê a suspensão das nossas exportações quando há a detecção de um caso da doença no rebanho brasileiro.
Com a China fechando os portos a nossa carne, mesmo que temporariamente, as vendas tendem a recuar. O faturamento cai e as ações dos frigoríficos na bolsa seguem o mesmo caminho.
Dessa vez, porém, foi diferente. A JBS liderou as maiores altas do Ibovespa e a Minerva, que divulga resultados após o fechamento de mercado, também garantiu seu lugar no pódio. Além disso, a Marfrig correu para anunciar que supriria seus contratos com o mercado asiático com a carne abatida nas suas plantas nos países vizinhos.
Houve ainda um empurrãozinho do México, que anunciou a abertura do seu mercado à carne brasileira, segundo uma reportagem do Valor. Funcionou como uma espécie de antídoto ao baque da quebra de exportações aos asiáticos.
Nos EUA, o humor também virou ao longo do dia e as bolsas de Nova York conseguiram fechar no positivo. Foi um dia de agenda fraca, as altas foram modestas. É o típico dia para ignorar as razões e apenas comemorar um trocado a mais no bolso. Até amanhã.
Maiores altas
JBS (JBSS3): 5,58%
Petrobras (PETR3): 3,87%
Natura (NTCO3): 3,49%
Minerva (BEEF3): 3,42%
Lojas Renner (LREN3): 3,26%
Maiores baixas
CVC (CVCB3): -3,65%
Qualicorp (QUAL3) -3,46%
Carrefour (CRFB3) -2,46%
Via (VIIA3): -2,42%
Cogna (COGN3): -2,25%
Ibovespa: 0,41%, a 107.592,87 pontos
Nova York
Dow Jones: 0,34%, a 33.156 pontos
S&P 500: 0,53%, a 4.102 pontos
Nasdaq: 0,72%, a 11.590 pontos
Dólar: -0,64%, a R$ 5,1356
Petróleo
Brent: 2%, a US$ 82,21
WTI: 1,95%, a US$ 75,39
Minério de ferro: -0,49%, a US$ 131,74 por tonelada na bolsa de Dalian