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Petrobras cai quase 1% com fracasso da troca de comando

Elon Musk salva Nova York após comprar 9,2% do Twitter. Ações da rede saltam 27%.

Por Tássia Kastner
4 abr 2022, 17h40
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    Aquilo que a gente chama de “o mercado” é essa instituição abstrata porque se trata de milhões de pessoas tomando decisões de investimento. Em dias como hoje, o mercado encolhe. As decisões de pouquíssimas pessoas são capazes de ditar a direção das bolsas.

    A segunda-feira estranha aqui no Brasil, depois que deu ruim na troca de comando da Petrobras. Primeiro, o indicado ao conselho de administração da companhia, Rodolfo Landim, declinou o cargo. O motivo seria evitar a dor de cabeça dos questionamentos de possíveis conflitos de interesse. Explicamos hoje cedo: Landim tem relação de longa data com o setor de óleo e gás. 

    O problema é que Adriano Pires, que ocuparia o cargo de presidente da companhia, está ainda mais enredado em uma possível crise. Na dúvida, ele pulou fora junto. 

    Em resumo, ambos têm relações antigas no setor de energia e precisariam, de alguma maneira, abrir mão disso (em português, de negócios e de dinheiro) para ocupar os respectivos cargos. Havia muito em jogo.

    A notícia é ruim para a Petrobras, porque deixa a estatal acéfala em um período crítico. A alta do petróleo fez crescer o olho do governo sobre a companhia. A decisão de duas pessoas levou a um mergulho de pouco mais de 2% nos papéis da empresa. 

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    Mas isso foi no pior momento do dia. No fechamento, o pânico havia passado e a queda foi mais modesta: -0,94% nas ações preferenciais.

    Só dá para saber que havia uma crise porque o petróleo foi em outra direção: +3%.

    Existem algumas hipóteses para a relativa melhora. Uma delas é que até o fechamento do pregão, não havia um anúncio oficial da desistência de Pires. Segundo, é que o atual presidente da Petro, o general Silva e Luna, afirmou que fica até a chegada do seu sucessor, isso mesmo após ter sido defenestrado pelo presidente Jair Bolsonaro. 

    Mas se você quiser, ainda pode culpar o dólar, e não a crise de governança pela queda das ações da Petro. É que a estatal faz parte de sua receita vendendo petróleo lá fora, e a baixa da moeda americana pesa sobre os resultados da empresa em reais. O tombo hoje foi de -1,27%, e o dólar fechou em R$ 4,61.

    No cômputo do dia, foi o bastante para levar o Ibovespa para a queda. O índice fechou em baixa de 0,24%, a 121.280 pontos. Ao menos ficou acima dos 121 mil pontos. 

    Só que a queda contrasta com o desempenho das ações nos EUA. 

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    Musk

    Elon Musk, o tuiteiro dono da Tesla, fez um movimento ousado – para dizer o mínimo. Há algumas semanas, ele tuitou que estava incomodado com as políticas de uso da rede social – que, por sinal, continuam bastante tolerantes com discurso de ódio, negacionismo e fake news.

    Primeiro ele disse que pensava em criar uma nova rede social. Depois, decidiu fazer aquilo que você faria se tivesse  uma conta com bilhões. Hoje ficamos sabendo que ele comprou 9,2% do Twitter. Parece pouco, mas é ilusão de ótica. Quem tem mais de 5% das ações de uma empresa passa a ser considerado “relevante” e começa a influenciar nas decisões da empresa.

    Após a notícia, as ações do Twitter saltaram 27% e levaram junto o índice de tecnologia Nasdaq (+1,9%). Isso enquanto o S&P 500 e o Dow Jones tiveram ganhos bem mais modestos. No fim, foram positivos, dado o dia terrível para o mundo.

    As tropas russas se retiraram dos arredores de Kiev e deixaram para trás um massacre de civis. A Alemanha expulsou diplomatas russos e estatizou o braço alemão da companhia russa de gás – só não cortou o fornecimento, sob pena de jogar a própria economia em uma recessão, uma equação que segue impossível de resolver. A crise tem tudo para escalar.

    Nos EUA, Joe Biden pediu que Putin seja julgado por crime de guerra, isso uma semana depois de ter chamado o líder russo de criminoso – e dito que a acusação havia sido feita pelo Biden pessoa física, não pelo presidente.

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    Hoje o Twitter salvou o dia. Mas só hoje.

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    Maiores altas

    Minerva (BEEF3): 3,13%

    Carrefour (CRFB3): 3,06%

    Positivo (POSI3): 2,78%

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    Marfrig (MRFG3): 2,77%

    IRB (IRBR3): 2,56%

    Maiores baixas

    CCR (CCRO3): -3,16%

    Qualicorp (QUAL3): -2,59%

    Magazine Luiza (MGLU3): -2,45%

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    BRF (BRFS3): -2,39%

    MRV (MRVE3): -1,91%

    Ibovespa: ​​-0,24%, a 121.280 pontos

    Nova York

    Dow Jones: 0,30%, a 34.922 pontos

    S&P 500: 0,81%, 4.583 pontos

    Nasdaq: 1,90%, 14.533

    Dólar: -1,27%, a R$ 4,6081

    Petróleo

    Brent: 3,0%, a US$ 107,53

    WTI: 4,04%, a US$ 103,28

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