
Na madrugada de hoje, Putin anunciou na TV que tinha decido “levar adiante uma ‘operação militar especial’ na Ucrânia. Era um eufemismo para “a guerra começou”.
Logo após a fala, foram registradas explosões não apenas nas regiões separatistas, mas também em Kiev, a capital, que teve seu aeroporto bombardeado; e em Kharkiv, a segunda maior cidade do país.
Oleksiy Reznikov, ministro da defesa da Ucrânia, disse que qualquer cidadão que queira colaborar na luta contra a Rússia receberá armas – basta apresentar um passaporte ucranianio.
O espaço aéreo ucraniano foi evacuado:

Após os bombardeios ao aeroporto, formaram-se congestionamentos nas vias de saída de Kiev, filas em postos de gasolina, supermercados e agências de banco.
Pânico nas ruas, pânico no mercado. As bolsas Europeias caíam 4% nesta manhã. O S&P 500 abriu 2,5% negativo.
O Petróleo sobe 8%, a R$ 105, já que a chance de um embargo internacional ao óleo russo agora é real. Os russos são responsáveis por 11% das exportações globais da commodity, quase o mesmo tanto da líder Arábia Saudita (13%).
Só a expectativa de uma baixa na oferta já faz o preço aumentar. Se o embargo vier, será ainda pior. Petróleo mais caro faz subir o preço de todos os produtos, já que eleva os custos de transporte. Ou seja: uma pressão extra, e gigantesca, sobre a inflação global.
Uma saída de emergência seria acabar com outro embargo, aquele contra o petróleo iraniano, em retaliação ao programa nuclear que o país toca há anos (e que pode resultar no desenvolvimento de uma bomba atômica). Os EUA proibiram a compra de óleo do Irã (ou seja, os países que fizerem isso correm o risco de sofrer retaliações comerciais dos americanos).
As conversas do Ocidente com o Irã, visando uma freada no programa nuclear em troca da queda do embargo, estão adiantadas. Chegou a hora de resolver essa conversa de uma vez, mesmo que de forma temporária.
No Ibovespa, que abriu os trabalhos em baixa de 2%, a 3R Petroleum operava em alta de mais de 3% nesta tarde, subindo na esteira da commodity; PetroRio ficava nos 0,5; já a Petrobras caía 3,5% – mesmo após ter divulgado um dividendo monstruoso ontem à noite – veja mais abaixo, nos Market Facts.
[conteúdo atualizado a partir do post Abertura de Mercado, publicado originalmente às 8h40]
S&P 500: -2,49%
Futuros Nasdaq: -3,19%
Futuros Dow: -2,34%
*às 10h15
Índice europeu (EuroStoxx 50): -4,79%
Bolsa de Londres (FTSE 100): -3,20%
Bolsa de Frankfurt (Dax): -5,09%
Bolsa de Paris (CAC): -4,73%
*às 10h00
Brent: 8,34%, a US$ 105,05*
*às 10h00
Dividendos da Petrobras
A Petrobras anunciou na quarta (24) à noite mais R$ 37,3 bilhões em dividendos, relativos ao 4T21. Com isso, o total de proventos de 2021 vai a R$ 101,4 bilhões. Dá R$ 7,77 por ação. Como cada ação, no momento, custa R$ 34, estamos falando num rendimento brutal de 22% – algo que nem a renda fixa da Selic de dois dígitos faz por você.
No 4T21, o lucro líquido da companhia caiu 47,4%, a R$ 31,5 bilhões. Apesar disso, o lucro anual foi recorde: R$ 106,6 bi, o que representa um crescimento de 1.400% ante o registrado em 2020.
O governo federal, dono de 4,79 bilhões de ações da Petro (36,75%), receberá um total de R$ 37 bilhões em dividendos relativos ao ano passado.
Após o fechamento do mercado, saem os resultados da Vale, Braskem, AES Brasil, Americanas, BK Brasil, CCR, Grendene, Randon, Grupo SBF, Hypera e JHSF.