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Sexta-feira 13 ao contrário faz o Ibovespa fechar a semana em alta de 1,70%

Dia do azar traz sorte, e interrompe uma queda de cinco semanas no índice. Agradeça a Jerome Powell. Mesmo assim, mercado segue assombrado.

Por Alexandre Versignassi
Atualizado em 13 Maio 2022, 18h03 - Publicado em 13 Maio 2022, 17h59
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  • Ufa. O Ibovespa encerrou a sequência de cinco semanas de queda que vinha infernizando o mercado. Com os 1,17% de hoje, aos 106.934 pontos, fechou a semana em alta de 1,70%.

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    Os bons ventos vieram dos EUA: 2,39% para o S&P 500 e 3,82% para a Nasdaq nesta sexta. Cortesia de Jerome Powell, presidente do Fed. Ontem, numa entrevista, ele descartou novamente a possibilidade de uma alta de 0,75 ponto percentual nas próximas duas reuniões do Fomc, o comitê americano de política monetária, que rolam em junho e julho. Powell deixou claro que a previsão é para dois aumentos de 0,50%, dentro do que o mercado espera.   

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    Ainda assim, quem determina os juros não é exatamente o time de Powell. É a inflação. E ela segue incerta por lá. Houve uma queda forte, de fato. O “IPCA” dos EUA fechou abril em 0,3%, ante 1,2% em março. Mas a “inflação núcleo”, que descarta os naturalmente voláteis preços da energia e dos alimentos, subiu: de 0,3% em março para 0,6% em abril. Ou seja: a inflação segue persistente. Como nem Powell nem ninguém sabem a quantas ela andará lá para julho, não há como realmente descartar altas maiores do que 0,50 p.p. 

    E o mercado que lute.  

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    BRF e Marfrig

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    Entre as maiores altas do dia por aqui, um dos destaques foi a BRF (10,33%). Dentro do mesmo setor, a Marfrig também fechou feliz (3,72%). 

    Não houve uma notícia específica para justificar a alta das duas – vale lembrar que ambas têm como maior acionista Marcos Molina, controlador da Marfrig e detentor de 33% da dona da Sadia e da Perdigão.

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    O fato é que ambas estão entre as ações que mais perderam neste ano (-37% para a BRF e -16% para a BRF, mesmo com as altas de hoje). JBS e Minerva, que completam o time de frigoríficos do Ibovespa, têm um ano menos turbulento até aqui: queda de 2% na primeira e alta de gloriosos 30% na segunda. As subidas de hoje para a BRF e a Marfrig, então, provavelmente são um ajuste frente a essa defasagem, de carona no bom humor do mercado. 

    Outras ações que vêm apanhando também terminaram entre as maiores altas. Caso da GOL (11% hoje; -15% no ano) e da Azul (10% hoje e também -15% no ano). E olha que nem foi dia de baixa no petróleo (cujas altas constantes têm sido um pesadelo para as aéreas, que dependem de combustível a preços pagáveis). O barril do Brent subiu mais 3,82%, a US$ 111,55.

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    Bear Market

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    A sexta-feira 13 pode ter trazido sorte para as bolsas, mas o big picture segue muito mais favorável ao urso, símbolo de baixa nas ações, do que ao touro, o mascote das altas. 

    Considera-se que um índice entra em bear market de fato se dá quando os papéis caem 20% ou mais em relação ao pico mais recente. E, mesmo com a alta de hoje, a Nasdaq acumula uma queda de 26% desde novembro de 2021. O S&P 500 teve seu último auge no dia 3 de janeiro. Desde lá, a queda é de 16%. 

    Por aqui, onde o primeiro trimestre foi de alta, o pico rolou há menos tempo, dia 1 de abril, quando o Ibovespa fechou em 121 mil pontos. No mês e meio que se seguiu, caiu de escorregador: -15% numa tacada só (já contando a alta de hoje). 

    Bitcoin: alta de 5%

    A bonança desta sexta trouxe um certo alívio para o mundo cripto. Alta de 5% para o bitcoin nas últimas 24 horas, e de 6% para o Ethereum. Mas a queda desde os picos mais recentes segue grave, claro: -55% para o BTC e -58% para o ETH desde novembro de 2021.

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    Mas problemática mesmo está a vida de quem apostou em outra cripto, a Terra Luna. Entre janeiro de 2021 e abril de 2022, ela tinha subido 18.000% (você não leui errado). Saltou de US$ 0,63 para US$ 116. Então passou a cair, e quebrou de vez. Está “cotada” a US$ 0,0002. Dois centésimos de centavo. (“cotada” entre aspas, porque o fato é que a demanda caiu a zero). E o fato é que mesmo quem comprou a US$ 0,63 lá atrás, e decidiu segurar, perdeu tudo. 

    Mais um exemplo do risco das criptomoedas. Quase 800 delas delas um valor de mercado mais ou menos considerável (quando a soma de todas as unidades de uma cripto está cotada a de US$ 10 milhões, ou mais. E aí vem a lógca: o mundo talvez seja pequeno demais para que haja interessados em todas elas. Qquando os interessados somem, o valor da cripto vai a zero. E não há a quem  apelar.

    Bom fim de semana.    

      

    Maiores altas

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    Yduqs (YDUQ3): 12,11%

    Gol (GOLL4): 11,79%

    Azul (AZUL4): 10,65%

    BRF (BRFS3): 10,33%

    CVC (CVCB3): 9,75%

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    Maiores baixas

    B3 (B3SA3): -3,61%

    Cogna (COGN3): -2,30%

    Raia Drogasil (RADL3): -1,91%

    Teleƒônica (VIVT3): -1,36%

    Alpargatas (ALPA4): -1,27%

    Ibovespa: 1,17%, a 106.924 pontos 

    Em NY:

    S&P 500: 2,39%, a 4.023 pontos

    Nasdaq: 3,82%, a 11.805 pontos

    Dow Jones: 1,47%, a 32.195 pontos

    Dólar: -1,61%, a R$ 5,05

    Petróleo

    Brent: -3,82%, a US$ 111,55

    WTI: 4,10%, a US$ 110,49

    Minério de ferro: Minério de ferro: +0,65%, a US$ 131,00 por tonelada em Cingapura

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