Bom dia!
Investidores amanheceram dispostos a confiar em Elon Musk. Na noite de ontem, o bilionário participou de uma teleconferência de resultados da Tesla (TSLA34) e afirmou o seguinte: ”nós estamos registrando pedidos que são quase o dobro da nossa taxa de produção”.
Curioso. Após a virada do ano, a Tesla decidiu cortar em até 20% os preços de venda de seus carros em mercados considerados chave, como China e Estados Unidos, um corte inusual (para dizer o mínimo) entre montadoras. E que gerou ainda protestos de atuais proprietários do carro elétrico, revoltados com a perda de valor simbólico (e real) do veículo que compraram. É no melhor estilo medo de que vire coisa de “gente diferenciada”.
O fato é que a afirmação de Musk alimenta uma alta das ações da Tesla no pré-mercado (+7,11%), dando o tom positivo para os futuros do S&P 500 e Nasdaq.
Os números do quarto trimestre foram generososo. Lucro de US$ 3,7 bilhões, alta de 59% na comparação com igual período de 2021, ainda que abaixo dos US$ 3,8 bi esperados por Wall Street. A receita com vendas foi de US$ 24,3 bilhões, 37% acima do mesmo período de 2021.
O otimismo de Musk com a venda de Teslas contrasta com a própria visão do empresário, que prevê uma recessão econômica em 2023 e redução na venda de veículos.
Recessão é o palavrão da vez em Wall Street. E os indicadores apontam que a economia global está menos esfriando. 2022 foi o pior ano da história em vendas de smartphones, uma queda de 11,3% nas entregas, de acordo com dados da IDC divulgados pela Bloomberg.
É só mais um dos indicativos de que as altas de juros nos países ricos para contar a inflação estão levando a um resfriamento global da economia.
Nesta quinta, os Estados Unidos divulgam a primeira leitura do PIB relativo ao 4º trimestre, que trará mais sinais sobre o real estado da maior economia do mundo.
No Brasil, o estado de ânimos é geral, com a chegada de mais investidores estrangeiros para o mercado. Ontem o dólar caiu ao menor patamar desde novembro, e a bolsa recuperou os 114 mil pontos.
A festa só não é completa por causa da Americanas (AMER3). Ontem, a varejista divulgou sua lista de credores. Foram incluídos R$ 41,24 bilhões em dívidas na recuperação judicial, valor devido a 7.967 credores.
A bagunça contábil fez a empresa declarar à Justiça dívidas com quem não tem, caso do Deutsche Bank, que correu para avisar que é custodiante de um bônus, mas não credor direto da companhia.
Os bancos que realmente tomaram a facada da companhia, majoritariamente os brasileiros, estão acionando a Americanas na Justiça. O foco é trazer a fortuna dos bilionários Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Beto Sicupira para a mesa.
O que os bancos têm alegado é que o comportamento do trio em relação a companhia é compatível com o de quem sabia que algo ia mal no negócio. Por 40 anos eles tiveram no controle da empresa, mas reduziram sua participação a 30% do negócio em 2021. A empresa elevou pagamento de bônus e distribuição de dividendos num período em que não só a Americanas, mas todas as demais varejistas, estavam passando por dificuldades. E houve ainda a troca de CEO depois de mais de 20 anos à frente da companhia. O indicado para a sucessão, Sergio Rial, teria descoberto o rombo de R$ 20 bilhões em apenas nove dias.
Por fim, os bilionários não mostraram disposição alguma em recapitalizar a empresa – e ainda devolveram aos bancos e à auditoria (a PwC) a responsabilidade de encontrar buracos no balanço da Americanas.
Essa é uma batalha difícil, já que a lei das empresas abertas prevê que o dinheiro do investidor na conta Pessoa Física não se mistura com o caixa da companhia. Será uma briga de dinheiro grosso.
Bons negócios.
Futuros do S&P 500: 0,25%
Futuros do Dow Jones: 0,07%
Futuros do Nasdaq: 0,61%
*às 8h04
Multa no salário
O Morgan Stanley decidiu cobrar até US$ 1 milhão de funcionários que usaram o WhatsApp ou outros chats para troca de informações de trabalho, de acordo com uma reportagem do Financial Times. Reguladores americanos estão marcando pesado instituições financeiras, com multas que ultrapassam US$ 200 milhões. Com a criptografia, o WhatsApp se transformou em uma ferramenta pseudo segura para fraudes, como manipulação de mercado – daí as multas. Antes das punições financeiras, Morgan Stanley e outros bancos, como Credit Suisse e HSBC já haviam demitido funcionários por uso de chats pessoais para trabalho.

Sem horário: Conselho de Administração se reúne para votar indicação de Jean Paul Prates para a companhia
9h30: BC divulga dados do setor externo
10h30: EUA publicam pedidos de auxílio-desemprego da semana até 21/01
10h30: PIB dos EUA, primeira leitura do 4ºtrimestre
14h30: Tesouro Nacional divulga relatório da dívida pública com fechamento de dezembro e dados para 2023. Entrevista à imprensa às 15h.
Índice europeu (EuroStoxx 50): 0,60%
Bolsa de Londres (FTSE 100): 0,17%
Bolsa de Frankfurt (Dax): 0,30%
Bolsa de Paris (CAC): 0,69%
*às 7h53
Índice chinês CSI 300 (Xangai e Shenzhen): Feriado de Ano Novo Lunar
Bolsa de Tóquio (Nikkei): 0,12%
Hong Kong (Hang Seng): 2,37%
Brent*: 1,01%, a US$ 86,99
Minério de ferro: 0,40%, a US$ 126,35 por tonelada em Singapura
*às 7h54
Fim do faroeste?
A quebra da segunda maior exchange do mundo, a FTX, fez crescer a pressão para que as criptomoedas sejam reguladas dentro do sistema financeiro, como se fossem bancos. De outro lado, há quem diga que formalizar o setor levaria a um efeito-contágio sobre o sistema financeiro tradicional. Entenda aqui os riscos nesta reportagem da VC S/A.
Nos EUA
Antes da abertura: American Airlines e Mastercard
Após o fechamento: Intel e Visa
No Brasil, Cielo abre a temporada com divulgação dos dados após o fechamento