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Varejo decepciona e Ibov depende de commodities para sustentar 100 mil pontos

Com inflação forte, Walmart corta projeções para o ano. E sinaliza que mais gente no varejo pode estar passando por maus bocados.

Por Júlia Moura, Camila Barros
Atualizado em 26 jul 2022, 08h37 - Publicado em 26 jul 2022, 08h36
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  • A forte inflação global cobrou seu preço no varejo no segundo trimestre deste ano. O Walmart cortou sua expectativa de lucros no período de abril a junho e também do ano. E a culpa foi da alta de preços.

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    A rede de supermercados divulgou na noite de ontem uma expectativa de que seu lucro tenha caído entre 8% e 9% no segundo trimestre, em relação ao mesmo período de 2021. Antes, a rede previa que o resultado ficaria estável. Para o balanço do ano, agora o Walmart espera uma queda de 11% a 13% no lucro. Bem maior do que o 1% previsto anteriormente.

    A mudança drástica no cenário levou as ações da companhia a despencarem cerca de 8% no after market de ontem, arrastando consigo demais varejistas, como a Amazon, que cedeu 4%. No começo da manhã, elas desabam 9,51%.

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    E há chances da inflação continuar forte nos EUA, apesar da economia americana começar a dar sinais de que pode estar desacelerando. Por um lado, isso deveria ajudar a segurar os preços, mas, por outro, tende a reduzir o apetite do Fed pela alta de juros. O Banco Central americano decide amanhã a nova “Selic” do país. Atualmente, o mercado espera que a taxa suba 0,75 ponto percentual. Dias atrás, o mercado financeiro chegou a projetar um aumento de 1 p.p.

    Não é só nos EUA que o varejo está sofrendo com a inflação. No Brasil, o e-commerce caiu 4,2% no segundo trimestre deste ano em relação ao mesmo período do ano passado, segundo dados da MCC/Neotrust divulgados em relatório do Goldman Sachs nesta segunda.

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    Segundo os analistas do banco, a contração do setor se deve ao combo: volta das vendas físicas, transferência de parte dos de produtos para serviços e corte de gastos.

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    Os dados devem pressionar ainda mais as ações de varejistas brasileiras, que perderam o impulso positivo nos últimos pregões, dada a alta das commodities.

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    O Ibovespa, por outro lado, deve seguir se beneficiando da recuperação nos preços de matérias-primas, especialmente com alta de mais de 5% do minério. A menos que o IPCA-15 de julho, prévia da inflação oficial deste mês, venha com alguma surpresa negativa. O esperado é uma alta de 0,17% em relação a junho, quando o índice subiu 0,69%. A desaceleração é fruto da redução do ICMS e da queda no preço da gasolina.

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    Humorômetro - dia com tendência de baixa
    (Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)

    Futuros S&P 500: -0,34%

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    Futuros Nasdaq: -0,44%

    Futuros Dow: -0,41%

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    *às 8h17

    Europa
    (Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)

    Índice europeu (EuroStoxx 50): -0,62%

    Bolsa de Londres (FTSE 100): 0,54%

    Bolsa de Frankfurt (Dax): -0,85%

    Bolsa de Paris (CAC): -0,49%

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    *às 8h03

    Fechamento na Ásia
    (Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)

    Índice chinês CSI 300 (Xangai e Shenzhen): 0,79%

    Bolsa de Tóquio (Nikkei): -0,16%

    Hong Kong (Hang Seng): 1,67%

    Commodities
    (Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)

    Brent: 1,45%, US$ 106,67
    Minério de ferro: 5,33%, cotado a US$ 111,65 por tonelada em Cingapura

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    *às 7h05

    market facts
    (Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)

    Torniquete fiscal

    O Ministério da Economia pediu que Petrobras, Caixa, BNDES e Banco do Brasil considerem pagar mais dividendos à União em 2022. O plano é compensar os gastos extras criados pela PEC Kamikaze e a desoneração de impostos sobre combustíveis. Não que o governo precise: as medidas não preveem necessidade de compensação orçamentária, mas o Ministério da Economia está tentando resgatar um pouco da imagem de fiscalmente responsável, dissolvida no pacote de bondades voltado à campanha eleitoral. Das quatro estatais, só o Banco do Brasil respondeu até agora – e disse que não vai rolar. 

    Gasolina mais barata

    Beneficiada pelos cortes no ICMS, a gasolina registrou queda de 17,4% no acumulado de julho. Só na semana passada, a baixa foi de 2,9% –  a média dos preços caiu de R$ 6,07 para R$ 5,89, menor patamar desde agosto do ano passado. Em relação ao exterior, a gasolina está cerca de 1% acima da média internacional.

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    Vale a pena ler:
    (Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)

    Penúria argentina

    A esperança de uma volta por cima na economia da Argentina evaporou. Atualmente, o governo argentino luta contra rachaduras políticas internas, além da velha inflação a níveis estratosféricos e uma pilha cada vez maior de dívidas. A rápida deterioração no otimismo foi registrada pelo mercado clandestino de dólar no país: nas ruas de Buenos Aires, a moeda americana registrou alta de 15% na semana passada. O Financial Times mergulha na situação econômica do país.

    Insegurança jurídica

    As Parcerias Público-Privadas (PPPs) estão sendo suspensas em ritmo recorde em 2022 – o número mais que dobrou em relação a 2018, último ano de eleições parlamentares. Potenciais investidores têm reclamado do aumento da insegurança jurídica. Eles chamam de eleitoreiras as medidas que impedem o reajuste de tarifas e revisão de contratos. O Estadão explica as consequências disso para o país.

    Agenda
    (Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)

    9h: IPCA-15 de julho

    10h: relatório Perspectiva Econômica Mundial do FMI

    11h: índice de confiança do consumidor dos EUA em julho 

    11h: vendas de moradias novas nos EUA em junho

    17h30: relatório semanal de estoques de petróleo nos EUA

    22h30: lucro industrial da China em junho

    Temporada de balanços
    (Laís Zanocco e Tiago Araujo/VOCÊ S/A)

    Antes da abertura do mercado: Coca-Cola, General Electric e General Motors, nos EUA 

    Após o fechamento do mercado: Alphabet, nos EUA. Carrefour, Neoenergia e Telefônica, no Brasil.

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