Luciana Camargo

Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Vice-presidente de Recursos Humanos, Liderança, Desenvolvimento e Inclusão da IBM Consulting
Continua após publicidade

Tenha coragem de brigar pela diversidade dentro das empresas

Estudo revela que as empresas protagonistas na defesa pela diversidade têm uma taxa de crescimento de receita de até 61% maior que outras organizações. 

Por Juliana Américo
Atualizado em 4 fev 2022, 13h38 - Publicado em 4 fev 2022, 09h18
  • Seguir materia Seguindo materia
  • Diversidade, equidade e inclusão estão no centro das discussões de negócios e lideranças por vários bons motivos. Todos sabem que a desigualdade é moralmente inaceitável e temos que lutar por uma sociedade mais justa, o que é essencial para o crescimento econômico, desenvolvimento social de nações e para a qualidade negócios.

    As empresas que valorizam diversidade se destacam de inúmeras maneiras. Elas têm melhor desempenho financeiro e são mais propensas a superar a performance das organizações menos diversificadas. Segundo Estudo IBV – IBM Institute for Business Value – Mulheres, Lideranças e Oportunidades Perdidas, as empresas protagonistas que são comprometidas com a diversidade, chamadas de “first movers”, relatam uma taxa de crescimento de receita que chegam a ser até 61% maior que outras organizações do estudo.

    Além dos resultados de vendas e performance, há reflexo nas atitudes e comportamentos da organização. Um estudo da Organização Internacional do Trabalho relata que empresas inclusivas em relação a gênero relatam um aumento de 54% na criatividade, inovação e transparência. Outros dois grandes diferenciadores são a satisfação de clientes e retenção e satisfação de funcionários.

    Este foco e investimento aumentou muito nos últimos quase dois anos de pandemia. Empresas de alto desempenho que investem em Diversidade, Equidade & Inclusão mostraram resultados muitos mais promissores na redução do burnout. Uma das grandes lições do trabalho remoto para as os líderes de pessoas foi a aproximação e conexão com cada membro de suas equipes que viviam realidades pessoais adversas e diferentes. Estes líderes se depararam com o desafio de entender a necessidade de criar um local de trabalho empático, seguro e inclusiva. E empresas que encararam esse desafio com sucesso, aumentaram a qualidade da relação entre equipes, fator que pode possivelmente catalisar maior integração mesmo no período pós pandemia.

    Segundo o relatório da Mckinsey, Women in the Marketplace, quando comparadas aos homens em cargos semelhantes, as mulheres gerentes estão consistentemente fazendo mais para promover o bem-estar dos funcionários, incluindo verificar com membros da equipe, ajudando-os a gerenciar cargas de trabalho e fornecendo suporte para aqueles que estão lidando com burnout ou enfrentando desafios de trabalho/vida.

    Continua após a publicidade

    Apesar da atuação diferenciada em um cenário tão complexo, esta questão não tem sido observada como poderia. Ao contrário, os desafios enfrentados pelas mulheres ficaram ainda mais nítidos e aflorados neste período pandêmico, devido à necessidade de coordenar as responsabilidades profissionais e da vida pessoal.

    A pesquisa aponta que as mulheres também estão mais esgotadas. A diferença de burnout entre mulheres e homens quase dobrou. Nos primeiros meses da pandemia 1 em cada 4 no mulheres consideravam deixar o mercado de trabalho ou rebaixar suas carreiras nos primeiros meses da pandemia. Em 2021, o aumento foi ainda mais significativo e passou de 1 em cada 3 mulheres.

    Entre as razões pela maior incidência de burnout estão as diferenças em condições de trabalho e do impacto do gênero no avanço profissional. Associado a isso, as mulheres ainda são mais propensas a liderar famílias, experimentar tensões ligadas as crianças e em tarefas domésticas.

    Continua após a publicidade

    O estresse e burnout que afetam mais mulheres que homens pode ter múltiplos impactos para o mundo profissional e representam um alarme pra empresas, que passam a gerenciar um ‘turnover’ maior que os padrões anteriores a pandemia. Os dados são ainda mais dramáticos e alarmantes quando avaliamos as interseccionalidades de raça e orientação sexual.

    Infelizmente, o foco em DE&I ainda é uma realidade distante para a maioria das empresas. Em seu último report The HR Predictions for 2022, o the Josh Bersin Company relata que apesar da dedicação dos líderes da Diversity, Equality & Inclusion e muitos CHROs, 40% das empresas ainda veem a DE&I como uma estratégia para evitar questões legais, de reputação ou riscos de conformidade.

    Os dados do Relatório Global de Desigualdade de Gênero do Fórum Econômico Mundial  revelam que a pandemia alongou em 36 anos a projeção de igualdade de gênero no mundo e estimou que a paridade será atingida somente daqui a 136 anos.

    Continua após a publicidade

    Dado este cenário desestimulador e a constatação que as iniciativas seguem sendo tímidas, quais seriam então os caminhos? O Estudo IBV – IBM Institute for Business Value traz importantes insights para esta análise:

    A lista de possibilidades é muito mais longa, mas a mensagem aqui é mais profunda. Não podemos aceitar posturas resignadas. Este é um alerta que práticas tradicionais do ambiente de trabalho para promover a igualdade de gênero  não funcionam mais e pode vir a ser um desafio a se enfrentar com as novas gerações. Como mulher, profissional, mãe e cidadã, sonho com o dia que vamos viver um mundo com mais justiça, respeito e igualdade de oportunidades.

    Compartilhe essa matéria via:
    Publicidade

    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    A economia está mudando. O tempo todo.

    10 grandes marcas em uma única assinatura digital

    BLACK
    FRIDAY

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo
    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de R$ 2,00/semana*

    ou

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.