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Com a maior sequência de quedas de sua história, Ibovespa acumula tombo 5,70%

Nunca, em 55 anos de existência, o índice tinha fechado 13 dias seguidos no vermelho. Entenda o fenômeno.

Por Jasmine Olga
Atualizado em 18 ago 2023, 11h16 - Publicado em 17 ago 2023, 18h54
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    Ibovespa. Substantivo masculino. Índice que fecha no vermelho TODO SANTO DIA. 

    Pois é. Desde o longínquo 31 de julho o Ibov não consegue fechar no azul. Nesta quinta, mais um tombo, de -0,53%. É o 13º consecutivo; maior sequência de perdas nos 55 anos de história do índice (a 12ª queda seguida, de ontem, já tinha rolado em 1970).

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    O sentimento pela manhã, no entanto, era outro. Vale (VALE3) e Petrobras (PETR4) em alta pareciam prontas para tirar a zica das últimas três semanas e patrocinar um dia de ganhos, já que respondem por 25% do Ibovespa. Mas não rolou (veja mais abaixo). 

    É que o Ibov andou de mãos dadas com Wall Street. O S&P 500 caiu 0,77%. A Nasdaq foi pior ainda: -1,17%. Em grande parte, o desempenho negativo do mercado se deve à ressaca com a ata da última reunião do Fed, divulgada ontem, sinalizando que os juros por lá – hoje em 5,5% – ainda podem subir mais.

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    O enjoo aumentou nesta quinta com novos dados sobre o mercado de trabalho nos EUA. Saiu o relatório semanal de pedidos de entrada no seguro-desemprego. Eles caíram de 250 mil na semana passada para 239 mil. Não foi uma surpresa negativa (esperava-se 240 mil). Mas surpresa positiva também não veio. O índice simplesmente mostra que o mercado de trabalho segue forte nos EUA. 

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    Aí é aquela história. O dado em si é bom. Mas reforça o recado deixado pelo Fed na ata: a economia ainda tem uma gordurinha para queimar, já que dá sinais de força. Em outras palavras, existe espaço para juros ainda mais altos. 

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    Quem mais reflete isso é o mercado de títulos públicos americanos. Quando a sensação geral do mercado é a de que chegarão mais altas nos juros do Fed, os juros dos títulos no mercado sobem também. E hoje eles alcançaram novas máximas históricas. O Treasury com vencimento de 30 anos foi ao maior nível desde 2011 (4,35%). O de 10 anos,  ao mais alto desde 2007 (4,25%) – grosso modo, quando eles estão além da linha de 4% toca-se a sirene. 

    De carona, a curva de juros brasileira também subiu. O juro real do Tesouro IPCA+ 2035, por exemplo, foi a 5,16%, ante 5,12% ontem.

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    E é isso: com a renda fixa ganhando terreno, aqui e lá fora, sobra para a renda variável. É o cenário não só de hoje, mas das últimas três semanas. Nesse acumulado de 13 pregões depressivos, a queda do Ibovespa já soma 5,70%. 

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    VALE3 (1,41%) e PETR4 (-0,32%)

    A petroleira chegou a subir 1,70% pela manhã, acompanhando as cotações do petróleo. A commodity voltou a subir após três sessões consecutivas de queda. Com os estoques dos EUA nos menores níveis desde janeiro, grande volume de compra na Ásia e a manutenção de uma oferta reduzida pela Opep+, o preço do barril foi pressionado: 0,80% para Brent. Mas PETR4 encerrou em -0,32%, de carona no mau humor das bolsas. 

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    A Vale chegou a cravar 2,60%, na esteira da alta do minério de ferro. Fechou em ainda bons 1,41%. Foi um patrocínio dos fortes ganhos do minério de ferro, que alcançou a sua maior cotação desde 26 de julho em Dalian, a US$ 105,15 — alta de 4,3%. 

    Apesar dos números recentes da economia chinesa mostrarem sinais de fraqueza e acenderem a luz amarela para uma forte crise econômica, a commodity registrou sua sexta alta consecutiva. 

    As dúvidas persistem, mas os sinais de que o governo chinês continuará impulsionando o consumo e os investimentos no país — como o corte de juros anunciado nesta semana — servem para apaziguar a situação, e dão uma força para o minério. A ver se ela dura. 

    Até amanhã

     MAIORES ALTAS

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    Cielo (CIEL3): 2,67%

    Eletrobras (ELET3): 2,15%

    Marfrig (BEEF3): 1,53%

    Fleury (FLRY3):1,48%

    Bradespar (BRAP4): 5,23%

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    MAIORES BAIXAS

    Via (VIIA3): -6,15%

    São Martinho (SMTO3): -5,38%

    Magazine Luiza (MGLU3): -5,05%

    Cyrela (CYRE3): -4,25%

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    BB Seguridade (BBSE3): -4,11%

     

    Ibovespa: -0,53%, aos 114.982 pontos

     

    Nova York:

    Dow Jones: -0,84%, 34.474 pontos

    S&P 500: -0,77%, 4.370 pontos

    Nasdaq: -1,17%, 13.316 pontos 

     

    Dólar:  -0,10, a R$ 4,98

     

    Petróleo

    Brent: 0,80%, a US$ 84,12

    WTI: 1,27%, a US$ 80,39

     

    Minério de ferro: 4,34%, a US$ 105,15 por tonelada em Dalian

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