“Não consigo respirar”. Essas foram as últimas palavras de George Floyd, um homem negro assassinado por um policial branco no estado de Minnesota, nos Estados Unidos, no fim de maio. O episódio brutal de violência policial levou milhares de americanos a saírem às ruas em protestos contra o racismo e violência policial, mesmo durante a pandemia de coronavírus.
Em reposta à onda de manifestações, que durou duas semanas e se espalhou por cidades do mundo todo, o presidente Donald Trump assinou ontem (16) um decreto que prevê a reforma da polícia americana.
E o debate sobre o racismo inundou também as redes sociais. Na primeira terça-feira de junho, último dia 02, diversas empresas e personalidades realizaram um protesto virtual contra o desigualdade racial. Para participar, bastava publicar uma imagem preta nos perfis do Twitter, Instagram ou Facebook e suspender outros posts ao longo do dia.
As mobilizações não acontecem sem razão. O racismo é uma constante, tanto nos Estados Unidos quanto no Brasil. Por aqui, segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, entre os anos de 2007 e 2017, a cada 100 pessoas mortas, 75 eram negras.
No mundo trabalho, mesmo com o avanço de políticas de diversidade e inclusão, as desigualdades continuam. Segundo o relatório “Desigualdades Sociais por Cor ou Raça no Brasil”, publicado em 2019 pelo IBGE, embora 55% dos brasileiros sejam negros, os pretos e pardos ocupam apenas 30% dos cargos de gestão nas empresas.
Diante desse contexto, o que empresas, líderes e profissionais podem fazer para se engajar na luta contra o racismo, além de realizar posts em redes sociais? É isso o que as editoras Elisa Tozzi e Luciana Lima discutem no episódio 42 do Rádio Peão. Para ajudar nessa conversa, elas contam com a participação de Liliane Rocha, fundadora da consultoria de diversidade Gestão Kairós e Juliana Oliveira, líder de recrutamento e responsável pelas políticas de diversidade da multinacional de tecnologia ThoughtWorks.
Liliane explica por que o racismo foi ignorado por tanto tempo no Brasil. “Nós tivemos 388 anos de escravidão, ou seja, durante quatro séculos os negros foram tratadas como objeto. Depois, a abolição não veio junto com políticas de inclusão para a população negra, o que deixou essa parcela desassistida até hoje. Entretanto, esse episódio da nossa história sofreu um apagamento e é por isso que acreditamos em lendas como o mito da democracia racial”, afirma.
Já Juliana compartilha as lições do “Enegrecendo a Tecnologia”, projeto de recrutamento exclusivo para negros criado pela Thoughtworks. “De 2017 para 2020 aumentamos o número de pessoas negras em nosso quadro de 13% para 33%. Ainda estamos longe da realidade do Brasil, onde mais da metade dos cidadãos são pretos e pardos, mas é um caminho. Somos uma empresa que cria serviços e tecnologia, então é fundamental representar toda a população”
Recados da redação: VOCÊ S/A também está em home office. Por isso, esta gravação foi feita remotamente e há pequenas falhas em nossos áudios. Não há nada que comprometa o entendimento, mas ainda assim pedimos a compreensão dos ouvintes. Além disso, excepcionalmente durante o período de quarentena, não publicaremos o quadro Dica da Redação.
Escute o episódio #42 completo aqui:
[youtube https://www.youtube.com/watch?v=rtEonuKFwXo%5D
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